terça-feira, 7 de novembro de 2017

O MENINO QUE VIVA SONHANDO






Muito pobre filho de uma lavadeira, todos os dias sua mãe descia o morro para levar a roupa lavada para a casa da patroa. O menino sempre estava ao seu lado, na descida ia sonhando acordado que um dia iria crescer trabalhar e ter dinheiro e sua mãe não iria mais subir e descer o morro  carregando  pesadas trochas  de roupa na cabeça.
Chegava o mês de maio e com ele o dia das mães, o menino queria dar um presente para sua tão querida mãezinha  e ficava planejando: entregaria a ela um lindo ramalhete de flores, uma casa com jardim e na varanda uma cadeira de balanço assim ela ficaria as tardes se balançando enquanto ele sai para trabalhar e a noite, os dois felizes sentariam na mesa da cozinha degustavam um saboroso jantar e depois iriam sentar na varanda para ver a lua que sorria lá pertinho do morro. Por que dali do morro ele não queria sair.
- Chegamos vou entrar e você trate de ficar ai fora bem quietinho,  patroa não gosta de ver você perambulando pelo jardim.- disse a mãe tirando o menino dos seus devaneios.
O menino ficou ali fora, mas a curiosidade de criança fez com que abrisse  uma frestinha da porta da cozinha e olhasse, em cima da mesa uma cesta de frutas, pães fresquinhos, jarras de suco bolos e muitas outras iguarias as quais o menino só via nas vitrines das lojas quando passava com sua mãe. Os olhinhos do menino estavam grudados naquela mesa  mas seus pensamentos estavam voando. Ao ouvir a voz grave da patroa da sua mãe ele deixa os olhos passearem pelo fogão onde saia um cheiro bom das panelas que ferviam, passeou  os olhos pela geladeira ao ser aberta, parecia um imagem daquelas de revistas tantas coisas coloridas  que sentiu a boca se encher de água.
Seus olhos brilharam quando a patroa pega um doce e vem em direção à porta ele se encolhe feliz sabia que ela iria lhe entregar, com certeza havia visto ali e com pena lhe daria um doce, mas  virou-se seguindo em direção a sala.
Triste abaixa  os olhos e só enxerga seus pés empoeirados dentro de uma sandália  velha e remendada.
 Autoria- Irá Rodrigues

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