terça-feira, 7 de novembro de 2017

AVENTURTAS DA CABRITA JOLINDA













Seu José abriu à porteira as cabras e bodes saíram para pastarem nas colinas. A cabrita Jolinda era muito curiosa e sempre queria subir nas montanhas sonhava em  ficar pertinho do céu e saber o que tinha do outro lado, era só falar e seus pais logo diziam:
- Se subir lá nunca mais voltará, nem chegará perto do céu nem avistará do outro lado, antes que avance alguns metros já estará no bucho de alguma onça. Agora  pare de caraminholas e siga seus amigos.- Concluiu o pai furioso com a teimosia da filha.
Só que Jolinda não se contentava em ficar olhando para aquela linda paisagem de tão alta que com certeza os passarinhos descansavam nos colchões das nuvens, quem sabe ela também poderia tocar uma nuvem ou pegar uma estrelinha.
Um dia ainda vou lá, sei que do outro lado é um paraíso. Os dias se passavam Jolinda ficava maior e sua curiosidade só aumentava.
Passaram dias e dias, uma de manhãzinha  bem antes que o sol com sua estripulia acordasse todos ela não resistiu convidou um amigo do pasto da fazenda  vizinha e saíram sem que ninguém percebesse e  foram subindo a montanha, nada de errado, os caminhos eram lindos cheio de curvas e subidas, passarinhos voavam dos seus ninhos. Até ali não havia nem cheiro de onça por perto, tudo era muito lindo e encantado, continuaram subindo quando o sol arregalou os olhos  chegaram ao topo mais alto da montanha.
O encanto era tão grande que os dois não sabiam se olhavam para um lado ou para o outro ou se deitavam para olhar as nuvens que passavam pertinho das suas cabeças. Extasiados diante de tanta beleza se assustaram quando um passarinho tão grande que poderiam sentar em suas asas que mais pareciam leques gigantes daqueles que as bruxas usavam pousou bem ao lado dos dois.
- O que fazem os dois aqui no topo da montanha das bruxas? Seus pais sabem que estão vivendo essa aventura? Concluiu o pássaro com sua voz rouca.
- Os dois de olhos esbugalhados as pernas tremendo, nunca viram um passarinho tão grande e ainda falava como se fosse gente.
- Você fala? Perguntou Jolinda tremendo a voz.
- Fui aprisionado pela bruxa que me  transformou nessa ave feia, eu sou um moço que um dia assim como vocês vieram até aqui matar a curiosidade e nunca mais voltei para casa. Disse o passarinho triste com os olhos molhados pelas lágrimas.
- Tinha curiosidade de chegar até o local mais alto e ver o que tinha do outro lado, mas ao chegar aqui tudo é muito mais lindo do que os meus pequenos pensamentos pudessem alcançar. Disse a cabrita.
- Melhor sair logo daqui antes que a bruxa má acorde e coloque os dois em sua panela que ferve ali no fogo, apontou o passarinho para a direção onde subia uma fumaça avermelhada.
A correria foi tanta que os dois não pararam para descansar desciam disparados ora correndo, ora se embolando na descida.
Jolindas aprendeu que desobedecer aos mais velhos só pode trazer problemas.

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AS PIPAS