quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

NATAL!




Juca era um menino de família pobre, o pai trabalhava catando latinhas pelas ruas, a mãe descia e subia o morro com pesadas trochas de roupa para lavar passar e entregar nas casas ricas lá de baixo. O ano inteiro quando não estava na escola ele seguia a mãe, via tanta riqueza tantas cores e ficava triste quando retornava para o casebre frio e sem cor onde vivia com seus pais.
Os dias se passavam ele ansioso esperava o Natal e todos os dias subia no morro e ficava olhando as luzes coloridas que se acendiam nas ruas, nas lojas e nas casas luxuosas. Ali tudo era sem cor a única luz eram as balas que pipocavam em algum canto daquela comunidade. Nem o Papai Noel se atrevia a subir o morro, com certeza a sua charrete puxada pelas renas tinha medo daquele lugar assim tão pobre e sem cor.
Esses dias que se aproximavam o Natal Juca ficava muito  triste e quando chegou a tão esperada noite de Natal ele subiu o mais alto do morro, ficou horas olhando para o céu na esperança de ver a carruagem de Papai Noel passando e quem sabe ouvisse o seu pedido ou mesmo um presentinho escapulisse e caísse bem ali ao seu lado.
-Ai como seria bom! Pensou Juca suspirando.
Nesse momento uma estrelinha piscou varias vezes riscando o céu como pássaro apressado. Juca sentiu seus olhinhos marejados e duas lágrimas rolaram do seu rostinho triste. Ajoelhou-se ali na terra e de mãos postas sem retirar os olhos do céu pediu:
-Papai Noel me escuta pelo menos dessa vez, faz tantos anos que venho aqui, mas nunca me ouviu. Olha Papai Noel – eu só tenho esse sapato velho ele tá bem estragado, mas vou deixar aqui,  amanhã bem cedinho volto correndo e quem sabe  encontro um presente que o senhor me deixou, pode ser um bem baratinho aquele que as crianças ricas não há de querer, mas eu vou adorar receber o meu primeiro presente.
Sabe Papai Noel! – ontem enquanto andava com meu pai pelas ruas catando latinhas eu vi numa loja um carrinho que anda sozinho, mas nem precisa ser novo pode ser quebrado, meu pai com certeza vai deixar ele novinho.
 Papai Noel! – eu venho aqui todas as noites e fico olhando as casas iluminadas, com certeza têm árvores enormes muitos presentes e crianças alegres brincando, eu fico tão triste, eu sei que falo demais, mas me responde por que Jesus Menino só entra em casas iluminadas?
Eu não entendo minha mãe diz que ele nasceu em uma estrebaria um lugar pobrezinho como o meu casebre, que dormia num monte de capim assim como eu durmo no chão e por que ele só entrega presentes em casas ricas e bem iluminadas.
Sabe Papai Noel! Eu não quero o carrinho coloca no meu sapatinho um pão um doce e uma fruta. Assim posso sentar com minha mãe e meu pai do lado de fora e podemos fingir que as estrelas são as luzes da nossa árvore, que as nuvens são flocos de neve e com certeza vamos ter um banquete tão bom quanto àqueles das casas ricas.
Bom Papai Noel, eu preciso ir para minha casinha lá não teremos Natal, mas vamos sentar abraçados e ficar admirando as luzes lá de baixo. Amanhã antes que o sol venha dizer Feliz Natal eu voltarei, sei que dessa vez vai me ouvir.
Sabe Papai Noel! Não precisa muito não, basta um doce e um pedaço de pão. Não esquece.
Boa noite Papai Noel.



Autoria- Irá Rodrigues
Santo Estevão-Bahia
              Brasil

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O MENINO E O CURIÓ


SANHAÇO


SEM TÍTULO








Que lindo és tu pequeno beija-flor
Nesse teu leve bater de asas
Acorda cedo visita tantas casas
Tu és mesmo um mestre voador...

É também um belo conquistador
Quem recebe a tua visita alegra o dia
Pode até surgir uma boba poesia
E agora! Que título  darei a esse beija-flor?



ERA UMA VEZ UM GRILO


SEU NICOLAU






Acorda sempre cedinho
Pega pá e enxada de jardineiro
Vai  cuidar do seu canteiro
E assim segue o mesmo caminho...

Bom dia dona rosa e seu cravo
Aqui estou para cuidar do jardim
Olha para o amigo jasmim
Desculpa amigo pelo meu atraso...

E começa a trabalhar concentrado
Recolhe folhas secas e caídas
Deixa as flores bem coloridas
Assim passa o dia bem animado...

À tardinha volta para casa feliz
Logo o inverno vai chegar
E com ele novas flores irão brotar
Era tudo que o velho sempre quis...

Um jardim assim bem cuidado
 Com flores felizes brotando
Com passarinho cantando
O seu dia fica mais encantado...



NO JARDIM ENCANTADO





Assim que o dia raiava
Era aquela folia
O Passarinho  Aventureiro cantava
Numa bela sinfonia...

Outros pássaros se alvoraçavam
Enquanto o Sol ia bocejando
O jardim ia acordando
Flores e borboletas despertavam...

Em belas e felizes acrobacias
Surgem os leves beija-flores
Perdidos no meio de tantas cores
Planam em lindas acrobacias...

Já desperto o Sol foi surgindo
Secando orvalhos iluminando o jardim
Sonolento espreguiçava o jasmim
Saudando o dia feliz e sorrindo...

ANTES QUE O ORVALHO CAÍSSE








O beija-flor foi até o jardim
Deixou as flores cheirosas
Colheu as mais lindas rosas
Fez um ramalhete para mim...

Foi rosa branca e amarela
Azuis e  vermelha  carmim
Só não colheu o perfumado jasmim
Esse enfeita a minha janela...

Nesse jardim moram flores
De cores vivas e perfeitas
Tem as mais lindas violetas
Margaridas, azaleias de todas as cores...

Encantado com a maior flor
Ele sorriu e olhou para o Sol
Como era parecido com o lindo girassol
Alegrou-se o pequeno beija-flor... 



AS PIPAS