quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

EUFORIA DOS PASSARINHOS









Aquela noite a lua apareceu no meio da madrugada, clareou tanto que o galo José achando que era dia começou a cantar e logo outros galos pegaram o canto e virou aquela sinfonia.
O sol que ainda dormia sonolento nem havia começado a tecer as horas para anunciar um novo dia. Revoltado resolveu atrasar o relógio e convidou as nuvens para atrapalharem a ousadia daquele galo assanhado. Assim o céu escureceu encobriu a lua e a noite voltou a dormir. Mas àquela hora já tinha bagunçado tudo, os passarinhos despertaram alvoraçados voavam dos seus ninhos bebiam gotas de orvalho e abriam os bicos afinados cantando com toda a sua ousadia.
O bem-te-vi abriu a janela viu o sabiá cochilando, olhou com desdém e gritou: Bem-te-vi... Bem-te-vi fazendo com que a pobre do sabiá quase caísse do galho, o passarinho no seu canto matinal queria mostrar que nada passava despercebido e olhando para as nuvens cantarolou; Bem-te-vi... Bem-te-vi...
A chuva fininha chegou apaziguando aquela euforia dos passarinhos espantou o vento que alvoraçado sacudia os galhos como se quisesse arrancar suas folhas. O sabiá encolheu-se com as suas penas arrepiadas pelo frio enquanto outros passarinhos continuavam exibindo seus cantos.
E o sol sonolento na maior preguiça continuava sem abri os olhos deixando que as nuvens trabalhassem.

Autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

O SONHO DE JOSÉ







Toda a manhã José subia na sua bicicleta e pedalava subindo ladeira, descendo ladeira rua por rua até chegar à escolinha do bairro.
Quando descia abria a caixa e logo era aquela gritaria, todos queriam ouvir as belas historinhas que José contava sem mesmo pegar em um livro, ele adorava criar e assim encantava as crianças e adultos que por ali se sentavam para ouvir.
Logo que se sentava ali mesmo na calçada José todo feliz começava: Era uma vez...
E foi assim que os professores, diretor e pais de alunos encantados com o que o menino estava fazendo sem mesmo cobrar nada em troca, resolveram fazer alguma coisa para ajudar e incentivar as crianças a gostarem de ler.
E foi assim que surgiu o projeto: “Na Malinha da leitura”
Dessa forma organizaram uma malinha toda com ilustrações e presentearam o José que imediatamente trocou por sua caixinha velha de papelão.
José não envolvia apenas as crianças logo os adultos paravam e se sentavam para ouvir as mirabolantes historinhas do garoto.
E José queria ir mais além, durante a semana ia à escolinha, aos domingos e feriados ele parava na pracinha, assim que abria a malinha era rodeado por varias crianças, mas José não parava por ai, uma vez na semana ia até a cidade onde recolhia livros usados que conseguia em doações, além de contar historias ele passou a emprestar livrinhos que eram levados e devolvidos assim que fossem lidos, se um adulto não sabia ler ele se oferecia a ir até a sua casa e lia com tanta empolgação que deixava todos cada vez mais apaixonados por aquele menino que desde pequeno já trazia a beleza dentro do coração.
Cada dia aumentava mais e mais leitores e mais e mais livrinhos chegava às mãos de José, agora ele nem precisava ir até a cidade e trazer uma caixa pesada na garupa da sua bicicleta, as doações eram enviadas pelo correio.
José teve uma ideia e correu para contar ao seu pai  que encantado cuidou logo de ajudar o filho a realizar mais aquele sonho.
Os dois cuidaram de ir até a casa da avó e lá conseguiram um baú daqueles bem antigos, como era todo de coro de bode não precisavam pintar, mas para que pudesse ser levado a todos os cantos, o pai construiu um suporte com duas rodas onde o baú era colocado e preso à garupa da bicicleta, assim José puxava sem nenhuma dificuldade.
O projeto ganho um nome mais forte, agora ele se chamava “ Baú das Historias” José não queria parar por ai e um dia iria escrever a sua própria história, mas queria uma historinha que fosse bem real, era assim todos os dias o carinho que recebia das crianças não tinha preço e José voltava para casa cheio de sonhos, e na manhã seguinte lá estava ele abrindo o seu baú com novas historinhas para contar e as mesmas crianças para se sentarem e ouvir com seus olhinhos brilhando de felicidades.



Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

A TARTARUGUINHA TONTINHA, TONTINHA



Era uma vez uma tartaruguinha tontinha, tontinha saiu de casa para passear e na rua se perdeu, passou o dia, chegou a noite, ela não encontrava o caminho de volta, quanto mais andava mais perdida ficava.
E todos que encontrava a mesma  frase ela dizia:
- Eu sou a tartaruguinha estou perdida tontinha, tontinha, quero encontrar a minha mãezinha.. Você a viu por ai? – perguntava na esperança de encontrar.
O sapo coçou os olhos abriu o bocão,
- Eu nunca saio  para longe do lago, não tenho ideia de onde encontrar a sua mãezinha; disse o sapo se espreguiçando. Mas vendo a tristeza da tartaruguinha o sapo resolveu ajudar e pelas ruas seguiram.
Numa esquina encontraram o gato  seu  banho de língua. A tartaruguinha foi logo perguntando:
- Senhor nobre gato, você sabe onde posso encontrar a minha mamãezinha?
O gato lambeu a mão alisou os bigodes: - Miau, pobre tartaruguinha não posso te ajudar, eu também estou perdido, saí para encontrar uma gata e não encontrei o caminho de volta, sinto saudades do conforto que eu tinha, da comida boa e agora vivo nas ruas mendigando resto de comida, Concluiu o gato com o olhar perdido.
A tartaruguinha abriu os olhinhos tristes.
- Então vamos juntos quem sabe encontramos o que procuramos. Disse esperançosa.
O gato se sacudiu já tomado seu banho matinal e juntos seguiram, o sapo pulando e coaxando, o gato andava contando passadas assim a tartaruguinha não ficava muito atrasada.
E lá foram, quando de repente apareceu um passarinho curioso querendo saber o motivo daquele passeio.
O gato se adiantou fazendo com que o passarinho voasse com medo de ser devorado.
- Oras! Oras!, Não estou com fome e se estivesse não iria sujar os meus dentes com suas penas fedidas. Disse o gato rindo da carinha de medo do passarinho.
- Eu que não sou bobo para confiar num gato do seu tamanho, com essas garras afiadas e dentes pontudos. Disse o passarinho no galho da árvore onde o gato não o alcançaria.
- Parem de discutir- disse a tartaruguinha arrastando as palavras. Eu quero encontrar a minha mãezinha. Se ficarem ai brigando não vou encontrar nunca,
- Eu posso voar e assim fica fácil de encontrar a sua mãezinha. Descreva ela todinha, pediu o passarinho.
A tartaruguinha cheia de esperança foi logo dizendo: A minha mãezinha  é grande tem o casco amarelado, usa sempre uma roupa quadriculada e nunca solta a bolsa e a sombrinha.
O passarinho prometendo voltar com noticias bateu asas.
O sol estava muito quente resolveram sentar a uma sombra para descansarem, quando o sapo olhou de lado e viu o lago de águas azuis,- Pensou vou tomar um banho e volto correndo e num pulo caiu na água e mergulhou.
O gato foi beber água, apanhou uma folha encheu e trouxe para a tartaruguinha que bebeu sentindo-se aliviada do tremendo calor.
As horas passavam, a noite estava quase engolindo o dia o sapo não apareceu e o passarinho não voltou.
- O passarinho se foi com certeza encontrou um belo pomar com frutas suculentas, se refastelou e esqueceu do que prometeu. Trazer noticias da minha mãezinha. Completou a tartaruguinha tontinha, tontinha,
O gato com a sua astúcia foi logo dizendo:
- Não devemos confiar em bichos que voam e nem bichos que pulam, veja o sapo, no primeiro lago nos abandonou. O passarinho não mais voltou. Mas vamos minha amiga em algum lugar vamos encontrar a sua mãezinha e o meu lar tão querido. Disse o gato suspirando com o olhar perdido.
Uma raposa faminta que andava em busca de alguma presa para o seu jantar parou ao ver aquele o gato, lambeu a boca, esbugalhou os olhos e já imaginava o farto jantar que teria. Pensou a maldosa raposa.
Ela só não esperava que o gato fosse bem mais esperto que ela.
- Senhor gato que andas procurando? Nunca o vi por esses lados. Perguntou a raposa se fazendo de amiga,
O gato não se deixaria enganar pela astuta raposa, tartaruguinha se enfie em sua casinha e fique ai quietinha eu vou me proteger dessa esfomeada. E rapidinho subiu na árvore deixando a raposa com água na boca e cara de derrotada.
Cansada de esperar que o gato descesse ela partiu em busca do seu jantar.
O gato mais que depressa desceu pegou a tartaruguinha acomodou em suas costas.- Segure bem, vamos sair daqui e voltar para as ruas com certeza lá a raposa não se atreve ou será escorraçada pelos cães.
Já era tarde o gato estava cansado e resolveu procurar um lugar seguro para passarem a noite e bem cedinho voltaram a procurar.
Quando o sol espichou os olhos, o silêncio ensurdecia e uma chuvinha fina caia banhando a rua.
De repente ouviram o canto do passarinho que chegava afobado de tanto voar se sacudiu para  secar as penas dos respingos da chuva  e foi logo dizendo:
- Eu não encontrei a sua mãezinha, mas sei onde fica a casa do grandalhão ai. Disse apontando a asinha para o gato.
O gato não sabia ser miava, se saltava ou chorava de felicidade.
- Vamos diga onde fica em qual direção se é longe ou perto, vamos seu passarinho fale,, Gritava o gato sem parar para respirar.
A alegria era tanta que nem percebeu que a tartaruguinha chorava de tristeza encolhida num canto.
- Soluçando ela disse: Agora que o amigo encontrou sua casa eu volto a ficar sozinha para procurar a minha mãezinha.
O gato foi até ela deitou-se para ficar bem pertinho da amiguinha. – Não vai ficar sozinha irá comigo e vou cuidar bem de você,
A tartaruguinha abriu os olhos cheios de lágrimas e aninhou-se junto a pata peluda do gato que acariciou com carinho.
Então foram seguindo o passarinho que voava baixinho, o gato levando a tartaruguinha nas costas e a esperança brilhando em seus olhos.
A  manhã passou apressada, no meio da tarde o gato avistou a sua casa e correu para o portão pulando e miando como se chamasse o seu dono. Logo o portão foi aberto o gato   voar até encontrar o seu dono que o abraçou rolando pelo chão tamanha era a felicidade dos dois. O passarinho bateu asas e voltou para a floresta.
Tempos depois o menino viu a tartaruguinha encolhida em seu casco.
- Mamãe! Mamãe! Veja o que achei aqui no jardim, gritava o menino levando-a na palma da mão.
- Ela é tão pequenina, coloque em um cercadinho, leve água e frutas, a pobrezinha parece triste e faminta- Disse a mãe do menino.
E assim a tartaruguinha ganhou um novo lar e um dia quem sabe encontraria a sua mãezinha.
Todos felizes a historinha termina aqui e quem quiser conte outra.


Autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

NO MEU JARDIM








Ainda vive os meus sonhos de criança
Que a maldade por lá é impossível
Encontrar uma fada e um duende tudo é possível
Basta acreditar e nunca perder a esperança...

Lá no meu jardim tem sonhos e magia
Tem passarinho no aconchego do ninho
Tem um laguinho na curva do caminho
Onde brotam flores assanhando a alegria...

No meu jardim lá  do passado
Tem arara livre cantando
Borboletinha colorida voando
Tem iguana verdinha chegando...


Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
http://iraazevedo.blogspot.com.br/

AS PIPAS