1
Para escrever esse cordel,
Muitas parcerias busquei
No jardim confabulando,
Muitos amiguinhos encontrei
Então me sentei no chão
E com eles planejei.
2
Vamos lá criançada
Descobrir a diversidade
Leia com muita atenção
Mate a sua curiosidade
Os bichinhos que estão aqui
Alguns não conhece a cidade.
3
Saia pelo jardim
Tem formiga fazendo farra
Borboletas beijando flores
Tem o canto da cigarra
Ande com muita atenção
Ou na minhoca se esbarra.
4
Venha nessa viagem
Vamos juntos encontrar
O bichinho que rasteja
E aquele que sabe voar
É só se deitar no chão
E no cordel viajar.
5
O beija-flor para ajudar
Fez uma investigação
Até os passarinhos
Tiveram participação
No final fizeram festa
E não faltou animação.
6
Os bichinhos chegavam
A centopeia pediu licença
Agora prestem atenção
Aqui se respeita a diferença
Inseto ou bicho grande
Podem marcar presença.
7
Vejam como é belo
Tudo que pode existir
As belas borboletas
No mesmo lugar vão dormir
E se o inverno é forte
Elas não vão resistir.
8
Hora da escola
Chega o sapo Keké
Vestindo roupa nova
E esqueceu de lavar o
pé
Gritou lá no fundo
O temido jacaré.
9
A girafa foi entrando
Toda desengonçada
Trazia na sacola
Uma suculenta salada
Colocou na carteira
E pegou a tabuada.
10
A professora era a
raposa
Entrou trazendo na
mão
Caneta, caderno e giz
E um pequeno bastão
Quando entra atrasado
O tamanduá Gastão.
11
A macaca chegou
gritando
Para a aula não
começar
Precisava acudir o
elefante
Que no rio foi se
banhar
Já vou logo avisando
O melhor é esperar.
12
A professora
contestou
A aula vai começar
A manhã passa ligeiro
Não podemos esperar
Ele que tome banho
Quando a aula terminar.
13
Todos concordaram
A aula enfim começou
A professora
explicava
Quando o papagaio
entrou
Fez aquele
estardalhaço
Com um grito avisou.
14
Curupaco, papaco
Corram para socorrer
O elefante atolou na
lama
Nem consegue se mover
Se não correr agora
Nosso amigo vai
morrer.
15
Foi aquela confusão
Saíram em disparada
Só ficou na escola
A professora, coitada
Sem saber o que fazer
Ficou de mão atada.
16
Borboleta
no casulo
Naquele
canto guardado
Deixou de
ser lagarta
Toma um
susto danado
Olhou a
professora e disse:
Nossa! Que mundo gelado.
17
Passei dias no escuro
E aqui vim despertar
Foi o maior espanto
Agora posso voar
A lagarta que dormiu
Onde foi parar?
18
A borboleta caiu no pranto
Medo do mundo lá fora
Tudo era tão estranho
Encolhe-se num cantinho
Desconsolada só chora.
19
Aparece uma lagarta
Você vai aprendendo
Um dia foi uma lagartinha
Com o tempo foi crescendo
É a lei da natureza
E vai se desenvolvendo.
20
Olhe as flores no jardim
Voa, vá se divertir
Com a beleza de cada flor
Você vai se distrair
Logo outras vão chegar
E o jardim vão colorir.
21
Quem dera se eu pudesse
Sair nas flores dançando
Enquanto as borboletas
Por elas saem bailando
Enquanto sou lagarta
Por aqui vou me ficando.
22
Borboletas voam livres
Lagarta anda no compasso
Uma hora ela se transforma
E ganha outro espaço
Por enquanto você voa
Vou seguindo meu passo.
Borboleta na floresta
Vive muito contente
É o mais lindo jardim
Tudo aqui é diferente
Todo dia tem festa
Dizia ela sorridente.
24
Vivendo como lagarta
Era o maior padecer
Aqui tenho felicidade
Flores brotam ao amanhecer
Posso voar sem cansar
Adormeço no entardecer.
25
Nesse jardim encantado
aparece a joaninha
Com roupas coloridas
Cheia de bolinha
A chuva chuviscando
Abre logo a sua sombrinha.
26
Chegando o inverno
O dia acordou frio
A borboleta se
recolheu
O beija-flor fechou o
bico
A lagarta nem se
mexeu
A joaninha sem
sombrinha
Numa flor se
escondeu.
27
O vento passou
soprando
Despertou o bem-te-vi
Que cochilava no
ninho
Coitado do colibri
Impaciente gritava
Eu preciso ir ali.
28
E a chuva chuviscava
O céu ficou nublado
O Sol nem apareceu
Grita o pardal agitado
Na folia com os filhotes
Batucava no telhado.
29
Na caatinga se
encontra
Bichos bem atrevidos
Tem até o bicho pau
E os gafanhotos
esquisitos
O camaleão e o teiú
Amigos bem parecidos.
30
Falando de
passarinhos
Tem até os
seresteiros
Cantam estufando o
peito
Parecem uns violeiros
E tem aqueles
especiais
No canto são
forrozeiros.
31
Tem bichos que
rastejam
Como a cobra
traiçoeira
Se vê um pobre
sapinho
Dormindo de bobeira
Num bote abre a boca
A bicha é bem
ligeira.
32
Começa uma confusão
O calango sai gritando
Corra dona sabiá
O sapo tá agonizando
Diz que tem herança
Para quem vai deixando?
33
A sabiá é enfermeira
Um chá foi preparado
O sapo coaxava e gemia
Precisava ser curado
Levaram para o hospital
O pobre estava arrasado.
34
O doutor macaco
chegou
Pode entrar sapo José
Sente e tire o sapato
Subiu cheiro de chulé
O doutor saiu
correndo
Antes que tirasse o
outro pé.
35
O hospital estava
lotado
O pato estava
resfriado
O porco com febre
alta
O peru com o pé
quebrado
O tamanduá só gritava
Eu estou esfomeado.
36
Tinha remédio na
floresta
E ficava bem distante
Precisava ir falar
Com um amigo gigante
Não falo do macaco
E sim do elefante.
37
Lá encontra a cura
No reino da bicharada
Chega o papagaio
fofoqueiro
E a hiena engraçada
Começa então o
trabalho
Nessa floresta
encantada.
38
No alto de um lajedo
Mora a formiga Josefina
Desfilando pelos caminhos
Com sua cintura fina
No meio de outras formigas
Ela parecia uma menina.
39
Trabalhar, nem pensava
Cedo sai do formigueiro
Encontrar com as amigas
Passeiam o dia inteiro
Foram encontrava o grilo
Na floresta tocando pandeiro.
40
Lhe arranjaram um noivo
Era o formigão José
Trabalhador como era
Cedinho estava de pé
Convidou a Josefina
Para tomar um café.
41
Era o dia do casamento
Josefina até se animou
A casa estava arrumada
Quando o noivo se anunciou
Que era chegada a hora
Enfim, ela se casou.
42
Não foi o que esperava
O formigão era trambiqueiro
Saía com outras formigas
E passava o dia inteiro
A noite quando chegava
Tinha um péssimo cheiro.
43
Sem aguentar essa vida
Josefina se separou
Voltou para casa dos pais
Triste pelo que passou
Chamou a mãe e avó
E tudo ela relatou.
44
O sapo na beira do
lago
Todo dia de
manhãzinha
Começa a cantoria
Para atrair a sapinha
E assim todo
empolgado
Canta até a
tardezinha.
45
Quando chega o sapo
Leco
Vestido com elegância
É motivo do sapo Zé
Receber com
arrogância
Os dois são rivais
Desde o tempo da
infância.
46
Quando ainda eram
girinos
Se um gostava de
viola
O outro logo
implicava
E mostrava sua
radiola
Se o Zé chegava perto
Ele escondia numa
gaiola.
47
Se tinha festa na
lagoa
O Leco era sanfoneiro
Zé arranhava o violão
Só sabia bater
pandeiro
Mesmo com tanta
disputa
Era festa o dia
inteiro.
48
O banquete era
fartura
E sempre saia uma
briga
O Leco sempre trazia
Um banquete de
formiga
Era motivo do sapo Zé
Empanturrar a
barriga.
49
Hoje são sapos
adultos
Disputam até a
namorada
Chega à sapinha Lily
Muito desapontada
Querendo distância
dos dois
Foi embora pela
estrada.
50
Numa tarde ensolarada
Chega apressado o
gavião
Trazendo um telegrama
Do senhor rei leão
Gritava: Tomem
cuidado
Com o macaco
sabichão.
51
Na gruta de um lajedo
Dona onça morava
Tomou uma decisão
Na briga não entrava
Se um amigo
precisasse
Com certeza não
ajudava.
52
A girafa do alto
olhava
O rinoceronte
preguiçoso
Com aquele barrigão
Comia um jantar
gostoso
Só pensava em comer
Era um bicho guloso.
53
Aquela manhã choveu
O sapo foi passear
Lá dos lados do riacho
Onde pretendia morar
Encontrar uma sapinha
E com ela se casar.
54
Era um sapo atrapalhado
Mas nunca lavava o pé
Qual noiva iria querer
Com esse cheiro de chulé
Dizia todo animado
O temido do jacaré.
55
O sapo chefe resolveu
Mandar um recado urgente
O sapo José era atrevido
E muito menos inteligente
Melhor ficar afastado
E não se fazer de valente.
56
No lago ele não ficava
Aquele lugar era sagrado
Sapo nenhum moraria ali
E logo seria espantado
Se o sapo José aparecesse
Num porão seria trancado.
57
A chuva caia calma
A natureza toda acordada
Passarinhos festejando
A onça estava deitada
Quando tomou um susto
Com aquela trapalhada.
58
O urubu olhou pro céu
Gritou com aflição
O Sol ainda dorme
Prestem bem atenção
Olha a agonia do sapo
Com a sua exibição.
Começa aquela folia
Bichos saindo apressados
Outros saindo da toca
Os macacos desesperados
Corram, se protejam
Ou serão encurralados.
60
O bicho chegava enfezado
Pisando com força no chão
Quem quiser se proteja
Olha a cara do leão
Já vou pra bem longe
Gritou o velho gavião.
61
Os bichinhos se reuniram
Era dia de festa
Colheram pinheiros
Enfeitaram a floresta
A sabiá queria ser rainha
Colocou uma estrela na testa.
62
Chamaram os vaga-lumes
Pois era o Natal
Queriam muitas luzinhas
Naquela noite especial
Quando chega o grilo
Nas asas de um pardal.
63
Foram armar o presépio
Era forte a animação
Colocaram na manjedoura
Sementes daquele chão
Os passarinhos cantavam
Cheios de emoção.
64
Abelhinhas traziam mel
O gavião deu um conselho
Fiquem de olho nas cenouras
Vejam, lá vem o coelho
O gato foi fiscalizar
Na janela ficou de joelho.
65
A formiga Josefina
Querendo sair de casa
Precisava passear
Convidou a joaninha
Para irem a algum lugar
No shopping logo entraram
Sapatos foram comprar.
Passearam pela cidade
E foram para a floresta
O dia estava lindo
Era uma grande festa
Vestir uma linda roupa
Ser a estrela da seresta.
67
De longe avistaram
O temido tamanduá
Correram e se esconderam
Na casa de dona preá
Foram tomar café
Com a amiga sabiá.
A formiga estava feliz
Com a amiga generosa
Enquanto a joaninha
Estava num canto chorosa
O pardal entrou correndo
Lhe trazendo uma rosa.
A preá disse meninas
Vamos esperar a hora
Assim que anoitecer
Levo as duas embora
Por enquanto, paciência
0 perigo ronda lá fora.
O rato vivia sozinho
Numa velha olaria
De claridade só a Lua
Ali não tinha energia
Mas nada lhe faltava
Nem paz e nem alegria.
71
Certa noite Tião pensou:
Nos amigos do passado
Seu primo o Gumercindo
Que sempre será lembrado
Moravam sempre juntos
Naquele velho sobrado.
72
Tinha a ratinha Rita
Que se lembrava também
Ela partiu pra cidade
Buscando o que lhe convém
Hoje vive na riqueza
Exibindo tudo que tem.
73
Diz morar em mansão
E tem sua independência
Um jardim todo florido
Uma bela residência
A força que ele sentia
Era a sua resistência.
74
Vivendo na vida simples
Tião de tudo lembrava
Dos seus pais que sumiram
E da fome que passava
Mas era feliz assim
E nada na vida trocava.
75
Só esperava encontrar
Uma ratinha pra casar
Iria pra outra cidade
Onde esperava encontrar
Sozinho nessa vida
Não iria continuar.
76
Partiu para a cidade
Logo viu uma donzela
Era a ratinha mais linda
Sentada numa janela
Na orelha ela tinha
Uma flor amarela.
77
Foi amor logo de cara
Os olhinhos se encontraram
Em menos de um dia
Os dois se casaram
E assim viveram felizes
Do jeito que planejaram.
78
O bem-te-vi acordou
Cantar era o que resta
Um dia foi prisioneiro
E fugiu para a floresta
Espalhando o convite
Querendo fazer a festa.
79
E grita a saracura
Lá no meio da mata
Corram venham ver
O casamento da barata
O bem-te-vi vai cantar
No casamento da chata.
80
O pobre do noivo magrelo
Parece que passa fome
De tão desconsolado
Esqueceu até o nome
Faz dias que o pobre
Nem um mosquito come.
O sapo de longe olhava
Preciso ir ao mercado
Comprar um belo besouro
E mosquito bem temperado
Para alimentar o noivo
Antes que caia desmaiado.
82
O coelho nada perdia
Em tudo enfiava o nariz
Chegou todo engomado
Com sapato de verniz
Disse com toda certeza
O noivo é um infeliz.
83
O urubu chegou empolgado
Com sua pena brilhante
Se achando ser o rei
Querendo ser elegante
Mas ali todos sabiam
Era um moço arrogante.
84
O gavião foi chegando
Com a sua exuberância
O urubu se mandou
Levando junto a arrogância
O papagaio grita: paco, papaco
Eita! Quanta ignorância.
85
O camaleão fez uma festa
Convidou o gambá
Mandou que o teiú
Fosse comprar guaraná
No caminho se descuidou
Deixou na casa do sabiá.
86
Era aniversário do preá
Chegou apressado o gato
A tartaruga lerdada
Ficou cuidando do rato
Não iria deixar sozinho
Com ele fez um trato.
87
A cigarra não apareceu
Foi cantar na cidade
O grilo veio avisar
Cheio de felicidade
Assim ele ´poderia
Ser cantor de verdade.
88
Sempre quis ser cantor
No seu cri...cri. agoniado
Espantou quem veio a festa
E o pobre foi vaiado
O cachorro correu atrás
Pegaria aquela ousado.
89
Um passeio foi organizado
Foram conhecer a floresta
Ao chegarem numa clareira
Encontraram uma grande festa
Disse a lagartixa animada
Comer e beber é o que resta.
90
Todas foram recebidas
Depois do café, seguiram viagem
Colocaram a mochila nas costas
Em destino a qualquer paragem
Quando encontraram a barata
Com toda a sua malandragem.
91
Ao atravessarem um rio
Foram levadas pela correnteza
Ao chegarem do outro lado
Se encantaram com a natureza
Deitaram-se no meio das flores
Um paraíso de beleza.
92
O Sol nem apareceu
Grita o pardal agitado
Na folia com os filhotes
Batucava no telhado
Quando chega o morcego
Gritando atrapalhado.
93
Falando de passarinhos
Tem até os seresteiros
Cantam estufando o peito
Parecem uns violeiros
E tem aqueles especiais
No canto são forrozeiros.
Tem bichos que rastejam
Como a cobra traiçoeira
Se vê um pobre sapinho
Dormindo de bobeira
Num bote abre a boca
A bicha é bem ligeira.
Começa
uma confusão
O calango
sai gritando
Corra
dona sabiá
O sapo tá
agonizando
Diz que
tem herança
Pra quem
vai deixando?
A sabiá
como enfermeira
Um chá
foi preparado
O sapo no
canto gemia
Precisava
ser curado
Levaram
para o hospital
O pobre
se sentia arrasado.
97
O doutor macaco chegou
Pode entrar sapo José
Sente e tire o sapato
Subiu um cheiro de chulé
O doutor saiu correndo
Antes que tirasse o outro pé.
98
O hospital estava lotado
O pato estava resfriado
O porco com febre alta
O peru com o pé quebrado
O tamanduá só gritava
Eu estou esfomeado.
99
Tinha remédio na floresta
E ficava bem distante
Precisava ir falar
Com um amigo gigante
Não falo do macaco
E sim do elefante.
100
Lá encontra a cura
No reino da bicharada
Chega o papagaio fofoqueiro
E a hiena engraçada
Começa então o trabalho
Nessa floresta encantada
No alto de um lajedo
Mora a formiga Josefina
Desfilando pelos caminhos
Com sua cintura fina
No meio de outras formigas
Ela parecia uma menina.
102
Trabalhar, ela nem pensava
Cedo saía do formigueiro
Foi encontrar as amigas
Ficava lá o dia inteiro
Quando viu o grilo
Feliz tocando pandeiro.
103
Logo arranjaram um noivo
Era o formigão José
Trabalhador como era
Cedinho estava de pé
Convidou a Josefina
Para tomar um café.
104
Era o dia do casamento
Josefina até se animou
A casa estava arrumada
Quando o noivo se anunciou
Que era chegada a hora
Enfim, ela se casou.
105
Não foi o que esperava
O formigão era trambiqueiro
Saía com outras formigas
E passava o dia inteiro
A noite quando chegava
Tinha um péssimo cheiro.
106
Sem aguentar essa vida
Josefina se separou
Voltou pra casa dos pais
Triste pelo que passou
Chamou a mãe e avó
E tudo ela relatou.
107
Querendo sair de casa
Precisava passear
Convidou a joaninha
Para irem a algum lugar
No shopping logo entraram
Sapatos foram comprar.
108
Passearam pela cidade
E foram para a floresta
O dia estava lindo
Era uma grande festa
Queria uma linda roupa
Seria estrela da seresta.
109
De longe avistaram
O temido tamanduá
Correram e se esconderam
Na casa de dona preá
Foram tomar café
Com a amiga sabiá.
110
A formiga estava feliz
Com a amiga generosa
Enquanto a joaninha
Estava num canto chorosa
O pardal entrou correndo
Lhe trazendo uma rosa.
IRÁ RODRIGUES,
Professora aposentada, licenciada em
geografia, contadora de história, autora de doze livros infantil editado aqui e
em Portugal. Condecorada com título Monteiro Lobato, participação em várias
antologias infantil.
Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
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