sábado, 15 de setembro de 2018

POESIAS DOS PASSARINHOS





SAUDADES

Eu tenho dó  dos passarinhos
Mesmo com aqueles gritos atrevidos
Eles eram sempre queridos
Quando na varanda faziam os seus ninhos...

Pareciam casinhas de tão arrumadinhos
Era belo ficar olhando o movimento
Do pai indo e vindo trazendo alimento
Para alimentar os famintos filhotinhos.

De manhãzinha acordava cheios de energia
Como ensinados pousavam  na laranjeira
Despertavam o sol que ainda dormia...

Tudo isso se tinha de verdade
Passarinhos felizes cantando
Hoje só nos resta a saudade.



O COLIBRI
Encantado  com seu esplendor
Chegou de mansinho
Na laranjeira construiu seu ninho
Ali era frio e não fazia calor...
Poderia criar seus filhotinhos
Assim confidenciou a sua amada
Uma colibri  toda enfeitada
Assim ficaram juntinhos..
 



AS ANDORINHAS

Elas chegam trazendo a  maior folia
Nem pedem licença vão invadindo telhados
Pensam na festa que fazem com alegria
Até os pardais chegam desconfiados...

Sisudos se achando donos do espaço
E começam chegando com seu bando
Eu fico surda, e agora o que faço?
É um cri... cri... Parecem grilos cantando...

Maltratar, isso  eu nunca faria
São pobres passarinhos inocentes
Que vivem na sua euforia.

Mas que fazem barulho isso sim
Quem sabe se fossem viver na floresta
Lá bem longe de mim...

O PARDAL

Um pobre pardalzinho
Queria construir seu ninho
Chovia, chovia
Não encontrava gravetos
Resolveu construir de jornal.
E assim o pardalzinho
De pedacinho em pedacinho
Sua casa ficou bem arrumada
Agora faltava encontrar uma namorada
Para abrigar em seu ninho.
Coitado do pardalzinho
Com as chuvas que caiam
Os passarinhos fugiram
Deixando o pobre sozinho...



O PARDAL

Vivia na floresta sem encontrar uma direção
Voava o dia inteiro e nada encontrava
Nem amigos e nem a casa onde morava
A noite chorava sozinho naquela imensidão.


Amanhecia e novamente ele voava
De tão triste não conseguia mais cantar
Sem saber em qual direção tomar
O passarinho sozinho chorava...



TRAPALHADA DO PAPAGAIO


Um  papagaio trapaceiro
Sai dizendo que vai se casar
Mas a noiva não vai apresentar
Se todos o chamavam de fofoqueiro...

Pensou o papagaio querendo mudar
E assim fez uma festa bem refinada
Iria apresentar a sua namorada
A jovem com quem iria se casar.

A floresta toda se animou
 De todo canto chegava à bicharada
Para conhecer a tão misteriosa namorada
Todo elegante o papagaio chegou...

Quando o nome da namorada ele anunciou
Tudo virou a maior confusão
Pegue esse fofoqueiro, a noiva é a filha do gavião,
O papagaio com medo de ser depenado fugiu....


Não existia nenhuma namorada
O papagaio queria fazer dos amigos  bobalhão
Mas ele recebeu a maior lição

Nunca mais inventaria outra trapalhada...
 

ERA ASSIM TODOS OS DIAS

Os dois amigos acordavam
Felizes saudavam o dia
Nos galhos da cerejeira pousavam
Era aquela alegria.
Quem ouvia aquela sinfonia
Paravam encantados para escutar
Pareciam os relógios para acordar o dia
Ansiosos querendo despertar...
  
Com plumagens  de lindas cores
Eles trazem vida a natureza
Misturando-se nas delicadas flores
Isso sim se chama grandeza... 


A FAMÍLIA
Mamãe passarinha levanta cedinho
Vai aos campos para trabalhar
Volta antes de a noite chegar
Assim cuida com carinho
Dos seus filhotinhos
Que sapecas fogem do ninho.
Mamãe passarinha toda feliz
Ao encontrar os filhotes brincando
E logo começa cantando
São os filhotinhos que eu sempre quis.

O PARDAL

Morava sozinho
Num velho telhado
Sem ter o que fazer
Começou a escreve.

Sem ter para quem falar
Andava chateado
Resolver sair do telhado
E procurar outro lugar...

Escreveu bilhetinhos
Saiu jogando na rua
Quem sabe alguém iria ler
O que gostava de escrever...





SANHAÇO

 Um pássaro
Que madruga
Invade o pomar
Para as frutas devorar...

E o menino coitado
Sai ainda cedinho
Querendo pegar as mangas
Mas ele não vai sozinho...

Levando consigo um gato
Que adora passarinho
Nas árvores sobe ligeiro
Mas onde anda esse arteiro...

O sanhaço assovia
Faz cara travessura
As frutas já devoradas
Papo cheio
Que gostosura...

E o sanhaço voa, voa.
Para logo retornar.


A  ÁRVORE QUE DAVA PÁSSAROS

Nos galhos   um colorido exuberante
Não eram frutos nem folhas
Eram  lindo passarinhos
Voando dos seus ninhos...
O  dia acordava  e surgiam revoadas de passarinhos
Ocupavam a árvore fazendo uma linda festa
Amarelos  vermelhos cor de anil
Lindos pássaros do meu Brasil...




É A NATUREZA                                                                       

Os pequeninos e ágeis pardais
Ocupam a beira dos telhados
Inquietos gritam disputam espaço
Fazem aquele estardalhaço...

E os periquitos passam  voando
Felizes saem gritando em bando
E no quintal ainda podemos ver rolinhas
Beliscando migalhas da ração das galinhas...

E no anoitecer  somem para se agasalhar
E no outro dia com certeza irão voltar
Só os pardais que não somem
Preferem por aqui ficar...

Quem gosta muito de pássaros
Garanto te enviar um monte deles
Assim meu telhado fica desocupado
Desse moleque  atrapalhado...



PASSARINHO

Chegou todo assanhadinho
Na minha janela pousou
O sol lhe perguntou:
O que queres lindo passarinho?


Não faça barulho não é hora de acordar
Espere a menina abrir a janela
E cante para ela a sua canção mais bela
Com certeza ela vai se encantar..

Depois passarinho aventureiro
Um raminho de flor poderá lhe dar
Voe e busque no bico a espera dela acordar
Mas lembre-se vá e volte ligeirinho...



ANINHA E O PASSARINHO


Olhando para o seu amigo passarinho
Aninha encantada ouvia
A canção entoada pelo seu amiguinho
Era a mais linda melodia...

Canta, canta meu querido amiguinho,
Gosto de te ver assim feliz
Lindo saindo do seu ninho
Em liberdade como sempre quis...


Você é o mais lindo passarinho
Pousado assim no galho
Parece mais um menininho
Todo chuviscado de gotas de orvalho...


O PASSARINHO NÃO ERA MAIS SOLITÁRIO
 No dia seguinte ela voltou
O passarinho feliz sorria
Até se atreveu a recitar uma poesia
Felizes a sua amada ele bicou...

O dia voltou a brilhar
Felizes os dois cantavam
Seus olhos não mais lacrimejavam
Agora era só alegria, nunca mais iria chorar..

Logo uma família se formou
No ninho piavam os dois filhotinhos
Trazendo amor aos dois passarinhos
E assim a vida continuou..


CASAL APAIXONADO

A chuva caia forte
Dois passarinhos abraçados no fio
Pareciam nem sentir frio
Encostados na lateral do poste.

De repente a chuva se apressou
Um temporal começou a cair
Os dois apressados fugiram dali
No beiral da janela ficou...

A tarde se foi à noite chegou
Os dois por ali se agasalharam
De asinhas juntinhas ficaram
A coisa mais linda que Deis criou...

Tão pequeninos os dois passarinhos
Fiquei admirada fechei a janela
Assim os dois dormiam nela
Como se estivessem no aconchego dos seus ninhos.

Os dois assim juntinhos
Parece um casal apaixonado
Com certeza eram enamorados
Lindo amor de passarinho...

O dia despertou a chuva foi embora
O sol abriu os olhos se espreguiçou
Assustei corri fui olhar lá fora
Só uma peninha largada ficou...


O CARDEAL

Olhava encantado para aquela flor
Que desabrochava em seu jardim
Não era um cravo e nem um jasmim
Mas era a mais linda flor do amor.

Juro se eu não fosse um passarinho
E asas eu  não tivesse para voar
Não sairia nunca desse lugar
Ficaria para sempre em meu ninho...

Mas nasci passarinho e sou feliz
Tenho que voar nessa imensidão
Não sou planta para ficar com o pé no chão
Cada um é o que Deus quis...



GRITAVA O GAVIÃO

Sai pra lá coruja malcriada
Tenha mais educação
A festa está bem animada
Não fique ai parada  no salão.

Grita a coruja- Não sabia que era proibido
Estou aqui para me divertir
Gritando assim em meu ouvido
Então pare de se exibir.


O gavião gritou: Não estou de brincadeira
Quero sossego para tocar meu violino
Vamos sente-se em uma cadeira
Se continuar ai não irão ouvir o hino...

Cansei de ser criticada
Prefiro ficar sossegada lá fora
Que ficar ouvindo a sua voz desafinada
Gritou a coruja indo  embora.




A ANDORINHA E O ORVALHO

Saia à andorinha
Voando de galho em galho
Queria encontrar a vizinha
Que seguia por outro atalho...

Era cedinho o sol ainda dormia
Caiam gotas de orvalho
A andorinha se sacudia
Buscando um agasalho...
Na sua vizinha pensava
Com as penas molhadas não poderia voar
Logo o sol sairia e ela se secava
E leve poderia voar...


JOÃO-DE-BARRO

Como o inverno iria chegar
Precisava construir em um galho
Uma casinha para o seu agasalho
E assim começou a trabalhar...

De bico em bico trazia barro do rio
A sua casinha estava linda de se ver
Quando uma amiga pediu para lhe acolher
Pois não tinha onde ficar e morria de frio...

Passavam os dias ele já não se aguentava
A presença daquela amiga folgada
Ela era mesmo muito abusada
Com aquele ronco alto o perturbava...

João-de-Barro já não sentia prazer em voar
E quando voltava lá estava ela
Exibindo-se como dona da sua janela
A vontade que sentia era expulsar...

Arrependido por ter sido generoso
Abrigando-a sem ao menos perguntar
Quanto tempo em sua casa pretendia ficar...

Agora não saberia como fazer
Quando falava ela começava a soluçar
Pois era sozinha e não tinha onde ficar.



NO REINO DOS PASSARINHOS

Todo dia era motivo para festejar
Logo cedo aparece o colibri cantando
Corram o bem-te-vi está chegando
É hora de afinar o bico e começar a cantar.

A  sabiá chega tão apressada
Dizia não ter voz para cantar
Preferiu ajudar a cozinhar
Parecia muito desesperada...

O pardal muito esperto e desconfiado
Foi logo fazer uma investigação
E para isso foi falar com o gavião
Que o chamou de curioso e desaforado...

Deixe de ficar se metendo com o sabiá
Minha amiga está triste e passou mal
Veja como chora lá no fundo do quintal
E fica esse pardal querendo investigar...

Melhor o intruso parar de tanta covardia
Não canta e só sabe atrapalhar
Vamos o amigo cardeal acaba de chegar
Quero ouvir sua bela cantoria. 


A CORUJA APRESSADA

A coruja chegou à praça
Dizia ela morar em um paraíso
A água achou graça
Arrancando-lhe um sorriso do bico.

A coruja empolgada e cheia de alegria
Subiu na cerca e começou a bailar
Trazia nas asas uma poesia
Implorando para declamar.

A praça logo se encheu
Uma plateia foi se formando
Envergonhada a coruja se encolheu
Quando o colibri chegou cantando...

Das asas da coruja o colibri pegou
Uns versinhos bem rimados
E assim feliz ele declamou...

A coruja  chegou apressada
Trouxe versos para declamar
No final ficou envergonhada...

MEU PEQUENO COLIBRI

Invejo você meu lindo passarinho
Que é livre e pode voar
Vai e volta quando deseja
Sem ninguém para empatar
Seria eu, você e a natureza,
Livres nesse mundo de beleza
Sem ninguém para nos invejar...

Que lindo és tu passarinho
Que vive livre sem medo da prisão
Mora no aconchego da selva
Entoando a sua canção
Esse teu canto pequeno colibri
Quando aparece por aqui
Encanta o meu coração...

Essa criaturinha tão linda
Quanta inocência ela tem
Precisa das matas para viver
Cuide dela também
Deixe que ele possa  viver em liberdade
Não aprisione com sua maldade
Ele é livre e não pertence a ninguém...

Então vamos cuidar bem das nossas matas
Ao colibri dedicar a nossa proteção
Não deixe acabar com os passarinhos
Eles são símbolos da nossa inspiração
Se um dia eu te encontrar
Saiba que irei cuidar
Para que não façam judiação...

 Voa, voa meu pequeno colibri,
Vá entoando outros cantares
Respire livre você tem a sua liberdade
Vá à busca de outros lugares
Esse simples cordel que eu fiz
É para demonstrar que tu és feliz
Batendo as asas livres pelos ares... 



O BEIJA-FLOR
Suave com sua beleza de encantar
Tão pequenino e feliz beija-flor
Levita tranquilo de flor em flor
Para o seu néctar sugar.

Quando quer entra em minha casa
Entra na sala quarto e a cozinha
Faz alegremente aquela visitinha
Depois todo radiante bate sua asa...


Delicado e frágil beija-flor
Tão pequenina com suas lindas cores
Amigo da beleza das flores
Tu és um passarinho cheio de amor.





Autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

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AS PIPAS