sábado, 14 de maio de 2016

CONTOS




Juca morava numa vila onde poucas crianças frequentavam a escola, sua mãe saia cedo para trabalhar o menino perambulava pelas redondezas entre riachos e árvores  onde os passarinhos cantavam  e encantavam quem ali chegasse para saborear aquele lugar longe do barulho dos homens, onde o silêncio era quebrado pela sinfonia dos passarinhos e pelo farfalhar de galhos se quebrando quando um animalzinho passeava tranquilamente sem medo do perigo.
Juca por ser um menino muito inteligente aprendia a ler e escrever com a filha de uma vizinha, todo papel que o menino encontrava levava para casa e ficava gaguejando as letrinhas e escrevendo da sua maneira torta que só ele entendia. O tempo passava Juca crescia, um dia acordou e foi falar  com a mãe que em seus sonhos recebeu a visita de uma linda menina que lhe dizia:
- Logo vai acontecer algo muito bom no seu pequeno mundo, vai sair daqui e ganhar a imensidão como um passarinho em busca da liberdade.
A mãe riu e disse: Filho hoje é seu aniversário, precisa parar  de viver imaginando coisas, seus sonhos está te levando muito longe. Disse a mãe abraçando o pequeno corpinho do filho. Tenho um presente para você, não é novo encontrei quando voltava para casa e sei que vai amar tanto quanto se fosse um novinho.
Juca olhou para a mãe quando ela entregou o livrinho todo ilustrada os olhinhos do menino brilharam como vaga-lumes. A mãe não foi mais ouvida o menino em disparada saiu para o quarto, durante o dia não largou seu presente, lia, relia cada página  com medo que a historinha chegasse ao fim ficou degustando devagar como se saboreasse o mais delicioso dos doces que só via nas vitrines das lojas quando acompanhava a mãe.




 

Jolinda

Seu José abriu à porteira as cabras e bodes saíram para pastarem nas colinas. A cabrita Jolinda era muito curiosa e sempre queria subir nas montanhas queria  ficar pertinho do céu e saber o que tinha do outro lado, era só falar e seus pais logo diziam:
- Se subir lá nunca mais voltará, nem chegará perto do céu nem avistará do outro lado, antes que avance alguns metros já estará no bucho de alguma onça. Agora  pare de caraminholas e siga seus amigos. Concluiu o pai furioso com a teimosia da cabrita.
Só que Jolinda não se contentava em ficar olhando para aquela linda paisagem de tão alta que com certeza os passarinhos descansavam nos colchões das nuvens, quem sabe ela também poderia tocar uma nuvem ou pegar uma estrelinha.
Um dia ainda vou lá, sei que do outro lado é um paraíso. Os dias se passavam Jolinda ficava maior e sua curiosidade só aumentava.
Passaram dias e dias, uma de manhazinha  bem antes que o sol com sua estripulia acordasse todos ela não resistiu convidou um amigo do pasto da fazenda  vizinha e saíram sem que ninguém percebesse  foram subindo a montanha, nada de errado, os caminhos eram lindos cheio de curvas e subidas, passarinhos voavam dos seus ninhos. Até ali não havia nem cheiro de onça por perto, tudo era muito lindo e encantado, continuaram subindo quando o sol arregalou os olhos  chegaram ao topo mais alto da montanha.
O encanto era tão grande que os dois não sabiam se olhavam para um lado ou para o outro ou se deitavam para olhar as nuvens que passavam pertinho das suas cabeças. Extasiados diante de tanta beleza se assustaram quando um passarinho tão grande que poderiam sentar em suas asas que mais pareciam leques gigantes daqueles que as bruxas usavam.
- O que fazem os dois aqui no topo da montanha das bruxas? Seus pais sabem que estão vivendo essa aventura? Concluiu o pássaro com sua voz rouca.
- Os dois de olhos esbugalhados as pernas tremendo, nunca viram um passarinho tão grande e ainda falava como se fosse gente.
- Você fala? Perguntou Jolinda tremendo a voz.
- fui aprisionado pela bruxa que me  transformou nessa ave feia, eu sou um moço que um dia assim como vocês vieram até aqui matar a curiosidade e nunca mais voltei para casa. Disse o passarinho triste com os olhos molhados pelas lágrimas.
- Tinha curiosidade de chegar até o local mais alto e ver o que tinha do outro lado, mas ao chegar aqui tudo é muito mais lindo do que os meus pequenos pensamentos pudessem alcançar. Disse a cabrita.
- Melhor sair logo daqui antes que a bruxa má acorde e coloque os dois em sua panela que ferve ali no fogo, apontou o passarinho para a direção onde subia uma fumaça avermelhada.
A correria foi tanta que os dois não pararam para descansar desciam disparados ora correndo, ora se embolando na descida.
Jolindas aprendeu que desobedecer aos mais velhos só pode trazer problemas.





UM ESQUILO METIDO A SUFISTA

E não é que esse sem vergonha é tirado a sufista, entrava no mar era jogado fora, retornava e outra vez atiçado bem longe, mas teimoso como era se infiltrou num barco de pesca e lá foi ele para alto mar.
Eram dias perdidos no mar nem podia esquiar nem podia conversar o medo de ser jogado no mar era bem maior e a monotonia começava a dominar aquele esquilo espertalhão, mas nem tudo estava perdido e lá se foi o sem vergonha deitado na proa tomando sol, quando ouve uma voz grave gritando:
--Hei seu vagabundo você nunca desiste, pois bem se pensas que vai curtir a viagem como se fosse férias engana-se... Venha já trabalhar ou te jogo na boca dos tubarões...
Tremendo de medo o bicho seguiu o capitão que o levou direto para a cozinha, onde ordenou que fizesse tudo que o cozinheiro ordenasse.
E num vai e vem de tarefas o canguru se empanturrava de tanto comer, era um lambe de dedos que deixava o cozinheiro irritado.
No certo entardecer avermelhado, o esquilo todo folgado sobe na proa e avista milhares de baleias no meio do mar e se meteu numa roupa de nadador e lá foi ele ver de perto as monstruosas coisas que jogavam agua em esguichos,
Já escurecia quando resolveu retornar para o barco e qual é a surpresa o capitão o esperava bufando de raiva e segurando-lhe pelas orelhas levou até o salão onde gritou em brandos: você seu pivete desobediente vai ficar preso em correntes até retornarmos para casa assim nunca mais entra de penetra em barcos de pescadores. Passavam horas, dias e nada dele conseguir desembarcar numa ilha onde pudesse ficar e esquiar sem que ninguém atrapalhasse e num solavanco estrondoso o barco encalhou numa pedra foi uma correria, pega caixa daqui corre e salva coisas de lá e ele ali acorrentado gritando sem ninguém querer ajudar, o barco iria afundar e todos já entravam num bote deixando o pobre do esquilo ali amarrado.
--Socorro! Socorro! Gritava já sentindo a agua tomar o barco, perdendo as forças de se esguelhar para ser salvo ele desmaia e quando acorda está no meio da vegetação todo ensopado, levanta assustado olha de lado olha do outro e não ver que havia salvado...
Só sabia que se conseguisse retornar para casa nunca mais se metia a ser sufista...
E assim aprendeu a lição que lugar de animal não é se meter a gente nem querer  competir com as artimanhas do homem nem com a fúria do mar...

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AS PIPAS