terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A VIAGEM




Finalmente as férias, o dia acorda agitado, o galo gritava como se avisasse: Ou correm ou perdem o ônibus. O cachorro abanava a calda correndo de um lado a outro já sentindo falta da sua amiguinha. O gato dormia na maior preguiça.
Aninha iria visitar a avó e juntas iriam a sua mãe, duas amigas cada uma com uma filha.
E no corre, corre chegam  estação  onde o ônibus e logo seguem pelas estradinhas no meio da poeira  sacolejando pelos campos, atravessam pontes passam em vilarejos.
A tardinha lá estavam no aconchego daquela casinha, ali não faltava quintal nem árvores frutíferas, a cadelinha Fifi  deitada na varanda  rodeada de flores perfumadas.
Nos dias que se seguiram foram só de alegria, carinhos da vovó e muitas historinhas para ouvir enquanto a noite chegava trazendo milhões de vaga-lumes com suas bundinhas luminosas.
Uma semana se passou, era hora de voltarem para casa, dessa vez fizeram a viagem por outra estradinha, a principal estava impedida pela enchente que levou a ponte na correnteza do grande rio. O ônibus sobe relevos ondulantes, verdes e verdes as quebradas e o vento nem sinal de casas, nem gente passava por aquela região. Adiante uma curva  entram numa estradinha de barro vermelho, encurvando-se atrás da colina, nos campos vacas, cabras, cabritos espalhavam-se debaixo das árvores ou na beira da aguada dos açudes, no meio da tarde quente surgem casinhas com varandas onde mulheres conversavam, crianças embalavam-se em redes. O ônibus seguia e no alto da montanha  mais e mais casinhas coloridas  tão juntinhas umas das outras pareciam abraçadas com portas e janelas abertas com vasos de flores enfeitando a entrada. Por ali resolveram parar para descansarem e seguiriam viagem na manhã seguinte quando todos estivessem descansados.
Grupos de pessoas sentadas contemplando a bela paisagem lá embaixo do vale. Crianças brincando de gangorra eram felizes naquele mundo isolado.
O povo ali viva contente, no meio da tarde de uma segunda-feira era sempre hora de se reunirem para um bate papo, um dedo de prosa.
Era um mundo encantado perdido no alto de uma colina no meio da mais encantada floresta onde os animais circulavam por todos os lados brincavam com as crianças e à noite todos se reuniam embaixo de uma grande árvore para falarem da luta do dia.
Ali não tinha  urgência, barulho só do canto dos passarinhos e do farfalhar das folhas quando o vento assobiava e dos gritos felizes das crianças que corriam livres, ali não existia poluição, davam-se o luxo de respirar ar puro, de brincar, conversar e descansar a hora que desejasse.
Assim que o sol despertava, bandos de macaquinhos passavam fazendo algazarra, grupinhos de esquilos que só faltavam pular pela janela quando o ônibus partia.
Aninha ficava cada vez  mais encantada quando bandos de passarinhos voavam, as flores de alecrim entre o capim na margem da estrada impregnava o interior do ônibus com seu perfume. A cada lugar o ônibus parava para quem desejasse fotografar o mais belo pôr do sol  entre o rendilhado das árvores.
 Á noite chegou à sombra da noite engoliu o dia nem um fiapo de sol era visto e a lua atrasou, não podiam admirar a paisagem, apenas apurar o ouvido para ouvir o canto dos passarinhos em busca de agasalho ou o grito de um animal faminto em busca da sua presa.
Aninha cansada adormeceu.
Enfim a viagem acabou.




                    autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

JUQUINHA E O JARDIM DOS SONHOS...


Era um menino magrinho parecia um palito com as suas pernas finas e compridas, mas pense num moleque sabido e esperto.
Bastava o Sol dizer bom dia, o galo abri o bico e ele pegava a magrela uma bicicleta velha que assim ele chamava:  A sua amiga magrela.
E lá ia Juquinha pedalando a magrela, descia ladeira, entrava em ruas tão estreitinhas que só passava a sua magrela ou um burrinho se também ele fosse magrinho. Carro por ali só se fosse puxado por bois ou cavalos.
Chegando numa pracinha onde era a feira 3ele logo começava a gritar:
- Quem compra flores! Ali tem um jardim inteiro onde crianças brincam, tem borboletas coloridas, tem passarinhos voando, outros dormindo nos galhos, tem abelha fazendo zum...zum..., lagartixa tomando sol, riacho correndo entre as flores, peixes fazendo a festa, tem até seu Quinzinho sentado querendo pescar.
Tem raios de sol lagarteando entre as folhas. À noite  lua cheia , sapo no lago cantando, tem pato e marreco nadando, tem até o pavão protegendo os filhotes. Tem beija-flor fazendo bolinha de sabão.
Grilo cantando, sabiá dançando na ponta do pé, no tapete o gato sonolento que dorme o dia inteiro. Por aqui tem o canto do vento assanhando as flores, uma janela aberta onde só quem é do bem pode passar.
Esse é o meu jardim só quem sonha pode comprar...



autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

TODA HISTÓRIA É APENAS UMA HISTÓRIA




 Era uma vez...
Crianças apressadas chegavam
Em silêncio se sentavam ao redor da mesa
Para ouvirem mais histórias com certeza
Daquelas que os  sábios velhos contavam...
 Um dos velhos convidou a aranha para tecer os versos.
Depois convocou as formigas para picotarem a poesia.
Sabendo da criatividade das abelhas,
Convidou para adoçarem cada frase.
O beija-flor se encarregou de espalhar pelos quatro cantos do vento até chegar ao arco-íris que semearia suas cores deixando a historinha toda colorida.
Lá do céu, uma estrelinha observava aquela movimentação, querendo ajudar enviou luzes para deixar os versos todos iluminados.
O sabiá logo abriu o bico e começou a declamar chamando a atenção de todos os bichinhos da floresta.
O leopardo que gostava muito de uma cantoria foi correndo perguntar:
- Como se faz para aprender escrever versos?
Não sou bom das letras como os passarinhos, mas posso aprender rapidinho, Completou o leopardo falando com o sábio velho.
O velho curvou-se para responder:
- Como pode um leopardo tão forte, tão feroz e ter a sensibilidade dos versos querendo se juntar aos bichinhos indefesos e um velho fraquinho assim como eu.  Eu não acredito! Acrescentou o velho na sua sabedoria.
O leopardo deitou-se à sombra e disse com voz doce:
- Não sou tão corajoso assim nem tão feroz que não possa me encantar com a doçura dos versos.
O velho pensando bem disse:
- Então chegue mais perto e seja bem vindo, mas não faça maldade, uma vez que aqui todos estamos indefesos.
O leopardo querendo mostrar que era diferente e estava cansado de fazer maldades atacando  animalzinho disse ao velho diante do olhar desconfiado de todos até das crianças que estavam encantados ao chegarem assim tão perto do temido leopardo.
- Podem me amarrar, corro lá na serra e trago cipó e sem esperar resposta correu trazendo entre os dentes feixe de cipó jogando aos pés do velho.
O velho sorriu, alisou a cabeça do leopardo e falou encorajando a todos pela confiança.
- Não será preciso amarrá-lo, terás que provar a sua lealdade e para isso terá que levar esse baú até o centro da floresta. O leopardo não discutiu, o baú foi amarrado em suas costas, ajeitou o lombo e saiu em disparada.
Quando chegou ao lugar estava havendo uma festa. O baú foi colocado ao chão bem no centro, todos os bichos correram, mas quando a tampa foi aberta as historinhas se espalharam flutuando feito borboletas coloridas, o local foi se enchendo e quanto mais historinha saia do baú, outras surgiam.
E assim a floresta quebrava a calmaria do silêncio juntando-se a euforia da fantasia espalhando as mais lindas poesias.


Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com/

ÁLBUM DE FIGURINHAS



Resultado de imagem para album de figurinhas


Aquele tempo
 Toda criança colecionava
Álbum de figurinhas
Aquela alegria em preencher
Ao encontrar as mais difíceis
Muitas disputadas
E se fossem fáceis de achar
Perdiam o valor de colecionar
Mas tudo isso foi parar no lixo
Hoje criança não sabe valorizar
E se os pais falarem
Com certeza vão criticar
Dizendo ser coisa sem graça
Pior sem motivação.
A criança de hoje não sabe mesmo
O que é viver criança...





CONVERSA NO JARDIM

    Chega à joaninha Pousa na flor do jasmim Confabula com as borboletas Falam mal do cupim.                               Con...