quarta-feira, 13 de agosto de 2025

A MAGIA DAS BONECAS

 


Era um domingo qualquer, as meninas da vizinhança resolveram visitar uma loja de bonecas, acompanhadas das suas mães saltitavam de tanta empolgação, a loja era nova e vendia bichinhos de pelúcia e bonecas, as mais lindas que se possa imaginar.

Clarita a mais calada do grupo, soltou a mão da mãe e foi andando entre as diversas prateleiras, seus olhinhos brilhavam, de repente, como num passe de mágica uma das bonecas piscou para ela, a menina limpou os olhos achando que estava vendo coisas de mais.

- Mamãe! Mamãe! Venha ver, aquela boneca piscou os olhos. Disse toda empolgada.

- Você está vendo o que não seria possível, pare de sonhar, essa boneca é muito cara e não podemos comprar, hoje viemos apenas para ver a beleza da loja. Vamos!

As outras crianças estavam radiantes, cada uma com a sua boneca, apenas Clarita não ganhou, sua mãe não poderia lhe dar.

Como num passe de mágica, a menina se soltou das mãos da mãe e correu até a prateleira daquela boneca. Foi um verdadeiro espetáculo, a boneca saltou para o chão acompanhada de todas as outras, a loja imediatamente se encheu de outras crianças, os pais apenas sorriam ao ver a felicidade das crianças. Os bichinhos pulavam, as bonecas dançavam e cantavam, não existiam adultos atendendo, apenas duas meninas que imediatamente desapareceram. Todos os bichinhos e bonecas ganharam vida, saíram pelas ruas no mais lindo espetáculo já visto naquela cidade.

E assim como começou, o sonho terminou, Clarita despertou abraçada com sua linda boneca feita de trapos.

 

 

Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil

http://iraazevedo.blogspot.com.br/

 

 

 

A LAGARTIXA CURIOSA

 


 

No alto de lajedo, no meio de uma densa floresta, onde a vegetação se entrelaça, árvores tão altas que parecem tocar as nuvens, pássaros cantam em sinfonia, bichinhos correm livres sem conhecer o perigo, vivia uma lagartixa chamada curiosa, sempre andava investigando para descobrir o que acontecia em volta do lajedo muito alto e de pouco acesso por outros bichos. Apenas os que voavam ou rastejavam conseguiam chegar.

Curiosa passava os dias com seu caderninho anotando tudo, enquanto explorava novos caminhos. Um certo dia, encontrou algo bem estranho, anotou tudo, fotografou e voltou para casa, a noite se sentou na rede da sua varanda e foi relatar para as outras lagartixas, achando tudo muito estranho, resolveram sair bem cedo para conferir de perto o acontecido.

No local indicado, encontraram uma família de gafanhotos triturando folhas, Curiosa foi logo se aproximando, muito intrigada foi interrogar os trabalhadores,

- Oi, senhores gafanhotos! O que vocês estão fazendo aqui? Nesse local encontrei ontem algo muito estranho e voltamos para conferir.

- Horas! Estamos nos alimentando, ao mesmo tempo conhecendo a região. Não encontramos nada de diferente. Não precisamos de permissão para andar e viver onde desejamos. Respondeu um gafanhoto chamado Tigrão.

- Moramos lá no alto daquele lajedo, cuidamos muito bem da natureza e não vamos permitir destruição. Disse Curiosa cheia de arrogância.

Tigrão sorriu, olhou para o grupo de lagartixas, - Deixem de se acharem donas dessa região. Melhor saírem daqui ou avanço com o meu exército.

Curiosa, sem encontrar o que procurava, reuniu seus amigos e partiram, os gafanhotos continuaram sua jornada que era colher alimentos para abastecerem suas casas,

No caminho de volta as lagartixas resolveram subir por outro lado, quando perceberam que precisavam atravessar um riachinho, era cheio de pedras cobertas com uma vegetação verdinha. Quando Curiosa colocou a patinha o sapo que estava na beira da água lavando o pé gritou:

- Quem avisa amigo é. Se querem atravessar até o outro lado eu sugiro que não pise no que acham que sejam pedras. Engam-se! São monstros das águas.

Todas as lagartixas recuaram se afastando das águas. Curiosa como é, não deixou barato e foi logo querer saber tudo direitinho.

Ao saber do que se tratava, disse: Tenho uma ideia, vamos dar a volta, assim os monstros continuam dormindo, um banho não é nada ruim, mesmo fazendo frio.

As outras lagartixas acharam a ideia brilhante, juntas fizeram uma corrente, entraram nas águas geladas no momento que um dos monstros se espreguiçava.

Pense numa aflição. A correria foi tanta que em menos de minutos chegavam salvas no outro lado do riacho.

Passado o susto, no dia seguinte Curiosa saiu para suas descobertas, encontrou uma árvore com suas folhas murchas, os galhos pendidos como se estivesse triste.

- Mas o que está acontecendo, sempre foi a árvore mais feliz dessa floresta.

- Sim, eu sempre fui muito feliz, mas os passarinhos me abandonaram, não constroem mais seus ninhos em meus galhos, até as formigas não escalam mais o meu tronco. Era tanta felicidade ver aquela movimentação. Disse a árvore suspirando.

- O que aconteceu para que todos o abandonassem? Muito estranho essa situação. Mas vou ajudar a ter de volta a sua felicidade.

- Será impossível me ajudar, um pássaro gigante, espantou todos os passarinhos, começou a engolir as formigas, as que se salvaram fugiram para outras árvores.

Curiosa pensou! Pensou! Fique sossegado, tenho uma solução. E assim partiu em direção a sua casa. Tempos depois voltava com seu batalhão de lagartixas, calangos e até umas cobras amigas. O pássaro traiçoeiro foi expulso ao ser atacado pela cobra mais venenosa da região.

Aos poucos os passarinhos voltaram, as formigas felizes vieram assumir suas tarefas,

Agradecido a árvore começou a se erguer com toda vivacidade, seus galhos com folhas viçosas já brotavam lindas flores atraindo borboletas e abelhas.

Com o passar do tempo, Curiosa foi eleita a defensora da natureza, ela era a criatura mais interessada em manter a harmonia da floresta ajudando a criar um equilíbrio de parceria.

Quem disse que lagartixa não pode ser útil ao equilíbrio ecológico estava enganado. Curiosa era diferente, ela reforçava a importância de que cada bichinho fosse responsável pela sua parte, nessa interação se sustenta a harmonia e valorização.

Curiosa era o seu nome, mas era também cheia de curiosidades.

 

 

Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil

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O BOSQUE ENCANTADO.

 

 

Na imensidão daquele bosque encantado, flores brotavam, águas corriam entre a vegetação, arvores gigantes com suas sombras que mais pareciam casas aconchegantes. Nesse bosque um velho sábio construiu uma casa com varandas, celeiros, uma estradinha que seguia por todo o bosque, isolados do resto do mundo morava com a sua família, flores subiam pelas janelas deixando aromas de alecrim e lírios por toda a casa. O telhado foi construído com madeiras de canela, o piso com tábuas de pinho, da cozinha subia cheiro de pão de gengibre, café fresco e bolo de fubá. O jardim bem cuidado era povoado de borboletas, passarinhos, joaninhas e a delicada centopeia.

Tinha um vovô tão engraçado, que adorava se sentar na varanda para contar histórias, até os bichinhos apareciam para ouvir as lorotas do bondoso velhinho.

Perto da casa, ao lado do riachinho tinha uma casinha na árvore, dizem ser da fada da alegria, quando sentia cheiro das tortas que a vovó estava preparando ela aparecia, hora de todos degustarem um belo chá de canela com as deliciosas tortas.

E assim, todos viviam nesse bosque encantado, um lugar cheio de harmonia e magia.

 

 

Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil

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CERTO DIA

 


 

O macaco cochilava na varanda- quando ouviu de longe uma bela canção, parou, apurou as orelhas e nada desconfiou.

Quem seria o dono daquela linda voz. Deu um salto, foi até o alto e lá estava dona cotia...

Mas cotia não tem esse vozeirão. Melhor ir até lá para conferir. Assim foi o macaco.

Ao ver o macaco chegando à cotia só sabia sorrir.

Vamos! Quero ouvir aquela linda canção. Disse o macaco.

A cotia respondeu:- Fico envergonhada, para cantar precisava ficar sozinha. E assim o fez, atrás dos arbustos começou: 

A voz era linda e bem afinada.

O macaco que não é bobo nem nada foi de mansinho espionar.

A voz de um pobre sabiá que preso em uma gaiola era chantageado pela cotia.

O macaco deu um pulo agarrou a malvada da cotia. Abriu a porta da gaiola e libertou o pobre do sabiá

Que feliz sumiu pelo ar, batendo suas asas em liberdade.

Agora você merece umas boas palmadas, sua cotovia desalmada. Disse o macaco enquanto a cotia chorava e se contorcia.

O macaco gritou furioso- agora cante sua trapaceira...

A cotia com sua maldade fugiu floresta adentro e nunca mais apareceu para fazer suas trapaças.



Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil

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CONFUSÃO NO ZOOLÓGICO


Era uma tarde de domingo, o zoológico estava lotado de crianças que corriam de um lado para outro, paravam em frente as jaulas, todas encantadas com os animais.

-Mamãe! Mamãe Posso dar pipoca para os macaquinhos? Perguntou Aninha rindo das aventuras dos bichinhos.

-Não pode dar nenhum tipo de alimento aos bichinhos-Ralhou a mamãe.

 

-Venha! Venha!  Gritava uma voz vinda dos galhos das árvores.

Aninha olhava e nada conseguia ver, a voz continuava chamando-a:

Ao olhar para cima, lá estava um macaquinho travesso falando com ela.

 

-Você está falando comigo? Perguntou a menina se soltando da mão de sua mãe.

-Sim. Venha menina! Vamos! Corra!

Aninha, corria seguindo a voz do macaquinho que pulava feito pipoca.

 

Ao chegar atrás de um muro, o macaquinho estava a sua espera, agora vamos visitar os meus amigos, venha, se apresse. Disse o malandrinho.

Os dois seguiram por um caminho entre a vegetação e logo chegaram na casa da zebra.

 

A zebra foi libertada, os três seguiram até a casa da girafa. A menina, ao ver o animal começou a gargalhar...

-           Você é muito engraçada, seu pescoço pode até alcançar a copa das árvores. Ou quem sabe, servir de escada para me levar até as nuvens. Você é muito desajeitada.

- Oras! Oras! Que menina atrapalhada. Sou uma girafa grandona e posso ver tudo que acontece aqui no zoológico. Vamos! Abra logo essa porta.

 E assim, todos os bichos estavam sendo libertados.

As crianças gritavam: Aonde foram todos os bichos? As jaulas estão abertas. Logo ouvem o apito dos guardas e aquela gritaria:

-           Corram! Saiam do zoológico. Senhores levem todos para fora, se protejam. Todos os bichos desapareceram.

 

Era bicho correndo para todos os lados, os passarinhos batiam asas festejando a liberdade tão sonhada.

Apenas a jaula dos papagaios continuava fechada. O fofoqueiro do papagaio Tião gritava:

-           Eu vi... Eu vi... O macaco malandro com uma garota de cabelos de fogo soltou todos os animais.

 

-           Venham aqui nos libertar, isso é injusto. Gritava o papagaio.

O macaco chegou perto e disse:  Você é muito fofoqueiro e com sua língua comprida prejudica os seus amigos.

 

Enquanto isso a confusão estava formada dentro do zoológico.

 

Irá Rodrigues

 

 

 

A MALANDRINHA

 

 


 

A ratinha Fifi, com seus pelos marrons, seus olhos verdes e narizinho arrebitado, era uma verdadeira malandrinha.

Todos os demais ratos da redondeza queriam brincar e ser amigos da Fifi, mas ela os esnobava, só aceitava quem desejasse ser amigos de verdade.

Certo dia, sentia fome, se achando refinada, procurou a casa mais rica, ao entrar na cozinha, viu um enorme pedaço de queijo, escalando a perna da cadeira pulou na mesa, comeu até se fartar, quando se preparava para tirar uma soneca, um enorme gato apareceu, ao ver a malandrinha correu para avisar a velha empregada que apareceu com uma vassoura pronta para acertar a pobre da ratinha. O rato Beto, entrou no momento, passou correndo para atrair a atenção da velha, assim a malandrinha poderia fugir, o gato, muito do fofoqueiro, pensou em avisar da sua presença, o rato mais que depressa deu-lhe uma mordida na perna do gato que gritava de dor, pulou a janela com miados fortes, a velha para socorrer seu amigo, soltou a vassoura, enquanto isso, os dois ratinhos fugiram em segurança.

- Venha! Vamos subir na torre da igreja, lá poderemos dormir sossegados. Disse o rato Beto tentando ganhar a amizade da malandrinha.

Naquele momento de sufoco, a malandrinha teve certeza do quanto uma amizade é valiosa. Tornaram-se amigos inseparáveis, já descansados, resolveram morar juntos, assim um cuidava do outro. Escolheram uma casa abandonada nas redondezas, com certeza seria o lar ideal para viverem tranquilos.

No domingo, foram ao parque, quando passeavam entre os brinquedos, viram um vendedor de balões. Correram e compraram dois, amarraram nas patinhas, os balões começaram a subir, davam solavancos, com o vento muito forte, os dois foram levados para o alto.

Fifi gritava de medo, Beto querendo demonstrar segurança segurou a patinha da amiga, os dois foram subindo, subindo, de repente, ficaram presos nos galhos de uma grande árvore. O pior foi quando um exame de abelhas apavoradas avançou sobre os dois.

Coitados! Foram tantas ferroadas, ficaram cheios de pontinhos vermelhos.

Por um milagre, os balões se soltaram e continuavam a subir, a terra se afastava cada vez mais, as abelhas sumiram e os dois sabe-se lá onde foram parar.

 

Irá Rodrigues

TRISTEZA DO PASSARINHO

 


Houve uma ventania, o ninho com os filhotes foi arremessado ao chão, dois nada sofreram os papais logo correram para ensinar a voar, infelizmente um teve a perninha machucada e foi abandonado tendo que se virar sozinho se quisesse sobreviver. Com muita dificuldade ele conseguiu voar e pousar na árvore onde pelo menos estaria em segurança longe dos predadores.

Certo dia viu seus irmãozinhos ali na mesma árvore saltitando felizes e ficou triste sem poder brincarem juntos, enquanto os dois voavam ele ficava ali preso sem poder se movimentar além daquele galho onde fazia dias que não saia, por sorte um sabiá por piedade lhe trazia frutas frescas todas as manhãs e vez ou outra uma lagartinha para matar a sua fome. Seu passatempo era olhar os outros passarinhos que chegavam todas as tardezinhas em busca de agasalho para passarem a noite, as vezes conversavam outras nem uma palavra trocavam e assim o pobre passarinho passava os dias sozinhos.

Certo dia enquanto chorava de tanta saudade da sua família uma lágrima caiu bem no duende que passava e ao olhar para cima viu a tristeza do passarinho. O duende penalizado disse:

- Não tenha medo, pule vou pegar você e poderá viver em nossa casa junto com outros passarinhos que vivem livres em nosso pomar.

O passarinho olhou, virou a cabeça de um lado a outro e sem pensar pulou sendo amparado pelo duende mais velho que se aproximava.

E tudo na vida do passarinho mudou. Ele agora tinha família, um lugar para viver e muitos amigos que ficaram felizes com a sua chegada.

Todas as tardes os duendes se sentavam nos troncos das árvores e começavam a contar histórias daquelas bem engraçadas de contos de fadas. A note chegava era hora dos passarinhos correrem para os seus agasalhos onde dormiam protegidos pela Lua. O passarinho que ainda se recuperava da perninha machucada dormia na rede embalado pela brisa que soprava fraquinha assanhando suas penas,

O tempo foi passando, o passarinho já estava recuperado. Era hora de aprender a voar e por mais que tentasse o medo lhe dominava. Nunca havia voado e nem sabia se iria conseguir.

Numa bela manhã o duende mais velho lhe disse:

- Vamos! Não tenha medo e por ordem do amigo ele agitou as asinhas, aprumou as canelinhas finas, na primeira tentativa caiu.

- Tente novamente, não é da primeira vez que se consegue e colocando o passarinho na mão fez u gesto impulsionando-o no ar. O passarinho flutuava no ar com a leveza de uma pluma e sorria ao olhar pela primeira vez lá do alto e o que viu foi tudo que seus olhinhos precisavam. Lá embaixo flores de todas as cores, os duendes pulando e aplaudindo a sua vitória, quando outros passarinhos surgiram ao seu lado foi a coisa mais encantada que ele poderia imaginar. Estava voando e sentindo o sabor da liberdade.

Agora precisava pousar e quando desceu os duendes gritavam de ver a felicidade nos olhinhos do passarinho. Como prometido o duende lhe devolveu a liberdade e juntos dos outros cuidou com todo carinho e isso não teria como pagar apenas a sua gratidão.

 

Autora- Irá Rodrigues.

 

CONVERSA NO JARDIM

    Chega à joaninha Pousa na flor do jasmim Confabula com as borboletas Falam mal do cupim.                               Con...