quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

JUCA E OS SAPATOS


Era último dia de aula como era de costume todos os anos acontecia à festinha de Natal onde os comerciantes da cidadezinha contribuíam com presentinhos para as crianças do vilarejo. Mas cada pessoa escolhia uma criança para receber o presente das mãos do Papai Noel.
Juca era seu primeiro ano na escola e como nunca havia ganhado presentes ao ouvir seu nome e o Papai Noel segurando um embrulho o menino arregalou os olhinhos olhou para todos sem entender, pois... não seria ele o menino que estava sendo chamado, mas era ele mesmo a professora olhou e disse:
-Vamos Juca é você mesmo levante e vá receber seu presente.
- O menino correu com seu corpinho franzino abraçou o seu presente todo embrulhado em papel vermelho com laçarote azul. Nem ficou mais na festinha saiu em disparada em direção a sua casa, ele descia a estradinha de terra correndo como um raio parecia ter medo que tomassem seu presente de volta.
Ofegante entrou na casa gritando: Mãe! Irmãos, pai olhe eu vi Papai Noel ele chamou meu nome e me deu esse presente. Olhem! Vejam!
Todos correram para a porta sentaram no batente e juntos abriram a caixa. Os olhos do menino brilharam como se fossem vaga-lumes saltitando do seu rostinho inocente. Ali dentro tinha um mais valioso dos presentes que o menino sonhava em um dia ganhar mesmo que fosse velhinho. Era um par de sapatos sapato preto com cadarços. Pensou: será que meu pé vai gostar de ficar aqui dentro sufocado?
Mas a alegria era tanta que não tinha tempo para falar nada apenas enfiando seu pé magrinho dentro do sapato pela primeira vez. Com seus pés calçados com sapatos novinhos e macios Juca corria parecia flutuar enquanto a família ria de ver a alegria e o contentamento do pequeno menino. Os pais por serem muito pobres sabiam que nunca teriam dinheiro para dar um par de sapatos novos ao filho Juca só tinha velhas alpercatas que recebiam em caridades na igrejinha.
O menino não tirava o sapato do pé, a mãe dizia: Juca assim vai gastar tanto que na noite de Natal ele vai está velho e furado de tanto ficar andando por ai. Mas Juca nem ligava estava muito feliz em ver seus pezinhos calçados, o cheiro de coro novinho já não existia, todas as noites quando ia se deitar retirava os sapatos limpava com um pano limpo e enrolava como se o sapato fosse sentir frio.



Autoria- Irá Rodrigues

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