segunda-feira, 15 de abril de 2019

ZEZINHO



Era um menino magrinho daqueles que se brincar o vento levanta do chão, morava no morro  filho de uma lavadeira e todos os dias descia e subia aquela ladeira sem fim deixando o menino sem forças para seguis com suas canelas fininhas e empoeiradas.
A mãe mulher guerreira saia todos os dias cedinho para trabalhar  o menino seguia até a escola e voltava sozinho, fazia as lições e subia no lugar mais alto do morro olhando lá embaixo as casas luxuosas e deixava seus pensamentos correrem no tempo era como se enviasse uma mensagem pelo vento até a casa de Deus e que ele pudesse receber e ajudar a realizar esse sonho em um dia crescer e poder trabalhar e nesse dia em que ganhasse seu primeiro salário.
- Bom comprarei uma casa para minha mãe, ela tem que ter jardim para que ela possa plantar as flores de que tanto gosta um lugarzinho para fazer horta e até um cantinho para fazer um cercadinho e poder criar galinhas, teria que ser bem na praça onde aos domingos sentamos para comer pipoca e conversar e ouvir os conselhos da minha mãe.
E Zezinho continuava a viajar nos seus sonhos, assim minha mãe não vai precisar trabalhar tanto, sua mãe vivia cansada lavava roupa todos os dias só descansava aos domingos.
Mas aqui do morro eu não saio aqui tem gente boa que nos estende a mão quando precisamos.
Lá embaixo o povo esnobe não gosta de pobre nem de um menino magrelo com as sandálias furadas e canelas empoeiradas fora isso que um dia a patroa da minha mãe falou:
- Deixe esse menino lá fora ou vai emporcalhar toda a cozinha, e que fique bem quietinho para não pisar nos canteiros de flores.
Zezinho relembra aquele dia mesmo criança sentiu-se humilhado e  nunca mais voltou, ali vivia entre gente era ali o seu lugar.  


Autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

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