O GALO
O galo
acordou resfriado, cantou desafinado, se achando derrotado colocou a viola no
saco, nem olhou para as galinhas que ciscavam no terreiro. Bem triste por ter
perdido a postura ele pensa; amanhã bem
de manhãzinha voltarei a cantar o meu novo repertório e assim todos irão me
aplaudir como sempre fizeram.
E assim
volta o galo no seu cocoricó. Canta, canta e até o sol aplaude. O galo vibra
estufa o peito, bate as asas. Bravo! Bravo!
Explodem todas as galinhas...
INDECISÃO
O
garoto vivia naquela indecisão, não sabia se iria à escola ou fingia ser
domingo dormir até tarde, ou fazer da aula um espaço de preguiça.
Precisava
dormir ou ir para a rua, na escola não iria já havia descartado, amanhã com
certeza teria uma história para inventar caso a professora pegasse no seu pé.
Iria
trocar a mochila pelos patins viver aquele momento aprender a viver sorrindo,
deixar o vento bater assanhando seu cabelo, outra hora não existe, existe é
aqui agora.
Ir ou
não à escola. Ou partir para patinar na rua?
Eis ai
a maior indecisão...
GULOSO
O peixinho Zezé era muito guloso,
comia, comia e nunca estava satisfeito, quando via algo se mexer corria
depressa para abocanhar.
Um dia, estava o peixinho Zezé
beliscando alguns farelos de algas, quando uma bela e enorme isca apareceu à
sua frente, guloso como era apressou-se
e... Abocanhou.
O anzol prendeu em sua boca, o
peixinho se debatia lutando para se
soltar sem conseguir respirar, quando
Lili vendo aquela agonia gritou os peixes maiores para socorrer o seu
companheiro guloso, foi aquela correria conseguiram cortar a linha deixando o
anzol preso no peixinho que gemia e se contorcia com os olhinhos lacrimejando
de dor.
O peixinho Zezé com certeza aprendeu
a lição, mas será que vai deixar de ser um apressado guloso?
Bom se não
aprendeu com essa, azar dele. Disse a peixinha Lili
O RELÓGIO DO SOL
Os ponteiros pararam, a Lua
impaciente querendo ir descansar e nada do sol acordar, o galo cantou, cantou,
bocejou voltou a cantar e não despertou o sol, o dia continuava escuro, a Lua
cansada de esperar foi dormir, o céu escureceu, as estrelinhas nada entendiam
se recolheram sem saber o que estava acontecendo, não aguentava mais piscar
enviando luz para a terra.
Os passarinhos resolveram fazer uma
serenata assim o sol ouviria e acordava trazendo luz para clarear o dia que
fazia mais de uma hora que deveria ter despertado.
Finalmente o sol abriu os olhos,
espreguiçou de repente o dia acordou com lindos raios iluminando a terra e esquentando
a floresta.
E o galo voltou a cantar anunciando
que finalmente o sol resolveu dar corda no relógio e dessa vez acelerar as horas para que a noite não se atrasasse.
DOMINGO
NA FLORESTA
Nem bem
o dia se espreguiça já começa a sinfonia, passarinhos afinam os bicos nas gotas
de orvalho, borboletas esquentam suas asinhas nos raios de Sol, as lagartinhas tremendo de frio esconde-se nas
frutas maduras, formigas picotam as folhas da roseira, as flores sorrindo com aquela
folia abrem-se suas pétalas perfumando o ar.
A
floresta bem acordada começa a batucada, os bichos correm de lá para cá na
maior euforia. Atrasado o galo da montanha meio mandão por ter perdido a hora
afina a voz e começa a cantar ordenando que todos se levantem. Num farfalhar de
asas o sabiá reclama que precisa dormir e não vai lhe obedecer. A rã num pinote pula no brejo, a
coruja espantada sai do buraco encontra o sol dando corda no relógio da
natureza esbugalha os olhos e volta a dormir. Os campos se esquentam depois da
chuva que caiu na madrugada, coelhos passam a galopes pelos campos sacolejando
suas caudas felpudas pareciam apressados.
O
PATINHO SUJO
Tato é
um patinho diferente dos seus irmãos, enquanto os outros vivem nadando no lago,
ele não tomava banho e se chovesse saia correndo e num cantinho quente se
escondia.
A pata
mamãe sempre reclamava:
-Tato,
vamos brincar no lago, veja a folia
dos seus irmãos.
- Não
gosto de água, eu gosto de ficar sequinho e não sei nadar. Disse Tato.
- Você é
estranho parece mais galinha do que pato. Ai, onde eu errei? Será que um ovo de
galinha foi parar em meu ninho.. Disse a mamãe pata. Não você é pato apenas
estranho. Concluiu.
Tato
encolheu-se, a mamãe pata balançava a cabeça chamava os outros filhotes e juntos correram para o rio, por lá ficavam
o dia nadando e brincando, enquanto Tato preferia ficar no terreiro ciscando
com as galinhas.
À noite
quando se recolheram na granja para dormir, todos limpinhos e cheirosos, apenas
Tato nem pensar em tomar banho, adorava viver sujinho...
O GAFANHOTO
Acordou
e saiu para dar uma volta, quando
misteriosamente surge um bicho enorme de olhos esbugalhados.
Um sapo! Gritou o gafanhoto chamando a
atenção de todos os insetos que moravam ali perto.
Há! Um sapo… gritava escandalosamente a cigarra sentada na
árvore tocando o seu violão. A mim não mete medo, sapo não sobe tão alto. Vocês
que se cuidem ou viram café desse feioso.
Chegavam insetos apressados de todos os
cantos, quando a Joaninha grita: Cuidado! Tem um sapo bem ai. Apontou com as
asinhas. Voando apavorada para se esconder em uma flor.
NEM ERA
SEXTA-FEIRA
E lá se
vai o azar, Juca saiu da sorveteria feliz com seu sorvetão de baunilha e
chocolate, pensa numa felicidade em juntar moedinhas por moedinhas e de repente
vem um cachorro disparado atropela Juca que cai com as pernas para o ar, o
sorvete voa se espatifando na calçada e logo era lambido pelo cachorro, Juca
ficou apenas com a mão suja, olha triste e lambe os dedos, volta para casa,
quem sabe na próxima semana teria outras moedinhas para comprar outro sorvete.
E dessa vez tomaria lá dentro. Assim estaria livre do azar.
O TOMBO
Quando
você não leva jeito para jogar bola, nem fazer outro esporte e seu pai o obriga
dizendo: - Você tem que ser jogador, ganhar muito dinheiro e viajar o mundo
inteiro.
O garoto
bem que se esforçava para não contrariar o desejo do pai. Mas não suportava
quando era campeonato da escola e todos gritavam: Vai garoto, corra seu
molenga, o pai na arquibancada sacudia os braços, torcia o bigode ao ver que o
filho não estava jogando e sim correndo perdido no meio do campo.
De
repente o tombo, só veio acordar horas depois num quarto de hospital com a
perna engessada.
POIS
É...
Estranhava
Maria quando encontrava bilhetinhos em sua carteira, dentro do livro, no
caderno e até no estojo de lápis de cor. Tudo isso aparecia ao voltar do
recreio na escola.
Bilhetinhos
azuis com frases apaixonadas, bilhetinhos rosa com poesias engraçadas e até os branquinhos com
marcas de beijinhos.
Pior era
não saber quem colocava todos os dias sem que ninguém visse, não queria grude,
muito menos confusão, seu sonho era estudar e poder viajar.
Pois
é...
Autoria-
Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora
Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil
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