A menina como não poderia ficar de fora pede ajuda a fada para fazer um
encanto e que só o seu passarinho pudesse ver e falar com ela, mas ela poderia
ver tudo que por ali acontecesse.
A fada com seus poderes sobe no
galho mais alto e começa a relatar:
Era uma vez lá em outra estória uma menina que se apaixona por um
passarinho, ele era um passarinho diferente de todos os demais da região.
Era um passarinho de penas amarelas parecia um pedacinho do sol de uma manhã radiosa, a fada queria realizar
um desejo e nesse momento sua varinha se soltou indo em direção à menina e o
passarinho que emocionados choravam.
O passarinho vira-se para a menina e diz roçando seu biquinho naquele
rosto tão amado:
- Minha menina eu vivi dias nas montanhas frias onde o sol
brilhava ao amanhecer as flores desabrocham formando tapetes coloridos,
lá só se ouve o barulho da brisa que faz assanhar as penas dos passarinhos e
balançar as folhas. Eu trouxe nas minhas penas o perfume das flores do campo só
para você.
Enquanto todos se divertiam os dois se recolheram num canto, o passarinho
começa a cantar a sua mais linda canção a que a menina havia se apaixonado.
A menina sentada no tronco da árvore adormece e começa a sonhar era real
ela voava com asas de passarinho lado a lado do seu amigo.
E nos sonhos ela
viajava e chegava até do outro lado das montanhas voaram, mas de duas horas, os
dois chegaram à parte mais fechada da floresta e já podiam avistar as casinhas
lá embaixo pareciam pontinhos brancos
enfileiradas no meio de um tapete verde.
A floresta foi
ficando cada vez mais fechada as árvores
sacolejavam seus galhos soltando o cheiro de chocolate quando os dois passaram
voando entre suas folhas no lugar das frutas pendiam enormes pirulitos e
bombons o que Aninha estava adorando mas não era comida de passarinho. Pensou
toda contente.
O sabor do vento
fazia com que a menina flutuasse ao lado do passarinho de repente surge a sua
frente uma enorme montanha com cara de bruxa tão feia com aqueles olhos fundos.
O nariz comprido e o chapéu com a ponta tão alta que quase tocava as nuvens.
- Preciso
descansar! Gritou Aninha e seu eco espalhou-se sonora e fazendo com que a montanha acordasse
mexendo-se impaciente.
O calor ficava cada
vez mais forte os rugidos da montanha cara de bruxa soavam assustador, o vento
ali nem aparecia com medo que a bruxa o congelasse.
- Vamos! Disse o
passarinho ou vamos acabar prisioneiros dessa montanha esquisita.
Os dois deram a
meia volta e fugiram para outra parte da floresta, logo encontraram o vento que
trazendo a leveza fez com que a menina sentisse que tinha asas e voava de tão
leve estava. Já seguros o vento deu um sopro mais forte fazendo com que os dois
caíssem num gramado tão fofinho como se fosse de plumas. Ao tocar os pesinhos
no solo Aninha ficou de pé sentindo a
brisa perfumada de canela assanhar seus cabelos, rindo ela virou-se para o
passarinho mas ele sumiu em seu lugar um garoto, o mais lindo que ela já havia
visto. Engraçado parecia que eram velhos conhecidos, não precisou de uma
palavra se abraçaram e começaram a dançar como se a floresta entoasse a mais
linda canção, seus corpos tinham a leveza como se estivessem a uns palmos acima
do chão. Se tudo isso é um sonho não quero acordar. Pensou a menina antes de saírem
de mãos dadas e seguirem uma trilha guiada pela brisa, quanto mais avançavam ia ficando diferente ali tudo era azul,
árvores, o solo as flores, até os passarinhos eram de um azul que mais pareciam
pedacinhos do céu. Ao ver o espanto nos olhinhos da menina o garoto passarinho
explicou:
- Aqui é a floresta
azul, eu estou azul você também tudo que entra aqui fica com essa cor como se
fosse iluminado. Nessa floresta não existe diferença entre o céu e a terra, veja podemos correr, flutuar
leves como uma pena de passarinho e até pegar carona nas asas da brisa que
passa apressada e seguir até o final que é bem longe. Concluiu o garoto.
- Posso levar em
minhas asas, mas terão que fechar os olhos e deixar que a magia o leve para o
mundo da fantasia. Ordenou a brisa.
De olhos fechados
de mãos dadas seguiram como se estivessem mesmo no reino encantado dos contos
de fada, aquela cor turquesa trazia um brilho que impressionava a menina, era a
mais sublime sensação parecia que fazia
parte daquele lugar encantado ela uma princesinha e o garoto passarinho o seu
príncipe.
Aninha não se continha
de tão encantada quando a sua frente passam homenzinhos com flechas tão
apressados, mariposas circulando em volta das estrelas que de tão baixinhas
poderia tocar com seus dedos.
A brisa parou os
dois abriram os olhos. – Precisam voltar se atravessar aquela luz o encanto se
acaba ele volta a ser pássaro e você não poderá mais flutuar, sussurrou a brisa
ordenando que ficassem em silencio ou acordaria das vespas gigantes que com
certeza os engoliriam de uma só vez.
Em silêncio o
garoto passarinho segurava as mãos frias de Aninha que de repente sentiu muito
frio se encolhendo.
A mãe ao lado da
cama olhava o rostinho da filha com aquela expressão serena de uma princesinha.
Ao abrir os olhos
olhou espantada de um lado a outro do quarto depois para a mãe que ria como se
estranhasse o lugar e onde estava seu amigo passarinho?
- Já sei a mocinha
estava viajando nos seus sonhos fantasiosos- disse a mãe.
- Eu estava num
lugar lindo todo azul e meu amigo passarinho estava lá. Eu levitava tão alto
parecia ter criado asas. Concluiu com ar sonhador. Evitou falar que ele se
transformou em um garoto, melhor assim seria apenas seu esse segredo.
Tagarela ela
continuava relatando suas aventuras a
mãe pacientemente ouvia abraçando-a como se incentivasse a continuar.
Hoje foi diferente
agente voava no sabor da brisa e se ficasse cansada ela nos levava em sua
garupa só que ai precisava ficar de olhos fechados e deixar que a magia nos
guiasse. Dizia com olhar sonhador.
- A gente quem?
Indagou a mãe- quem foi com você nessa aventura coitada da brisa não deve ter
sido fácil levar seu Quinzinho com aquele peso todo. Disse a mãe rindo.
- Nada disso, dessa
vez seu Quinzinho não foi eu fui com meu amigo passarinho aventureiro que ao
chegar à floresta azul ele se transformou num garoto lindo do meu tamanho. A
gente estava passeando quando senti muito frio e ele segurou minhas mãos. Ai
você me despertou e ele sumiu. Disse
triste.
Bobinha o sonho vai
continuar e você vai se reencontrar com seu amigo passarinho, ou quem sabe ele
aparece por aqui. E onde essa menina sonhadora conheceu esse tal de passarinho
aventureiro? Indagou a mãe.
- Aqui mesmo ele
aparecia todo final de tarde para bicar as goiabas maduras, sumiu e dias depois
retornou pousava em minha janela todas
as manhãs cantava para me acordar a gente conversava e quando você me chamava
ele voava para retornar assim que o sol nascesse.
Bom mocinha, sua fantasia com seu amigo
passarinho é linda, agora volte a realidade hora de sair dessa cama logo seu
Quinzinho chega, esqueceu que hoje é a festinha de aniversario Da dona Cotinha?
Bem que seu
Quinzinho poderia se casar com a professora dona Cotinha, os dois vivem
sozinhos, ela é bem rabugenta, mas também quando quer fica tão docinha. Disse
Aninha rindo. A mãe apenas riu e juntas foram tomar café.
Quando chegaram à
casa da professora já estavam todas as mães com as crianças que não paravam
quietas, um dos garotos não dava sossego ao cachorro que rosnava de raiva
irritando todos com seus latidos.
Zezinho era um
garoto que morava na vila e andava criando estórias só estava ali porque
sua mãe que costurava para dona Cotinha a obrigou a acompanhar pois
sabia das travessuras do filho. Impaciente ele resolveu sair pela estradinha
afora em direção à floresta que ficava atrás das casinhas e vai pela
estradinha afora, como pouco vinha
naquela região pouco conhecia, ao ver o bosque do outro lado do rio tão convidativo a curiosidade foi maior que o
perigo e vai o menino pulando de pedra em pedra sem molhar os sapatos novos e
se embrenhou no bosque fechado de árvores uma altas que quase alcançavam as
nuvens, outras baixinhas que dava para se debruçar em suas copas.
Zezinho parecia ter
entrado em um sonho de tão encantado estava que nem percebeu quando um
passarinho cinzento saltou em sua frente abriu o bico e disse rouco:
- Onde o menino
está pensando em ir? Aqui tem bichos de todo jeito de todos os tamanhos uns
bonzinhos como nós passarinhos outros capazes de devorar um menino magrelo só
de uma bocada.
- Ora! Ora! Seu passarinho atrevido como ousa
interromper o meu passeio? Disse o garoto pegando um graveto para atirar no
pobre passarinho que só queria ajudar.
O menino nem teve
tempo para continuar uma nuvem escura de
poeira se aproximava com tanta pressa que atropelava o que encontrava em sua frente.
Paralisado com os olhos arregalados as pernas bambas olhou para o minúsculo
passarinho como se pedisse ajuda.
- O passarinho
rapidamente gritou suba nessa árvore coloque sebo nas canelas e corra,
Logo Zezinho estava
no galho mais alto ofegante quase desmaiando sem folego com o passarinho
gargalhando ao seu lado, como se dissesse eu avisei!
- Alguma vez já
andou de balanço? Já voou tão alto que poderia tocar as nuvens? Se nunca fez é
hora de provar e vamos lá você vai se sentir tão leve e será soprado pelo
vento. Venha me siga gritou um macaquinho arteiro surgindo do meio das
folhagens...
O passarinho ria ao
ver a cara pálida do menino, mas quando Zezinho percebeu já voava de galho em
galho tão alto que o gado o rio e as casas pareciam brinquedos lá embaixo no
meio do campo verdejante.
Já escurecia quando
finalmente o garoto retornou encontrando a mãe furiosa sem saber por onde
andava seu filho, mas ao ver chegando aliviada pegou pela mão e seguiram viagem
em direção à vila. Pelas suas travessuras o menino perdeu a festa o que foi até
bom, pois as crianças da aldeia não gostavam do jeito daquele garoto.
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