Muito curiosa Maria
queria entender como era a vida em um jardim, não o movimento do vai e vem do
dia, mas a vida observada e sentida pelos sons.
E assim, numa
tardezinha Maria se sentou num banquinho fechou os olhos e começou a viver
aquele momento de vida.
O ruído suave do vento
nas folhas combinava com o canto de um sabiá escondido entre as plantas, o
zumbido das abelhas apressadas voltando para suas colmeias depois de colher o
néctar, as vespas e marimbondos se assanhando em volta de frutas maduras. O som
estridente das cigarras convidando a
noite para se apressar, o assanhamento de um bem-te-vi que se exibia
fofocando...
A cada segundo Maria
ficava mais encantada, depois de quase uma hora decidiu abrir os olhos, era
hora de observar uma roseira com as suas folhas picotadas sendo carregada por
um batalhão de formigas que seguiam na trilha até o enorme formigueiro que
crescia do outro lado do jardim.
Na laranjeira aranhas
ocupadas teciam fios de seda para construírem as suas teias onde capturava suas
presas. Um mosquitinho despercebido acabava de ser capturado.
Logo começa a chegar a
busca de agasalho corujinhas, pardais, tico,tico e outros tantos fazendo a
maior algazarra. No alto o Joao de barro exibia-se na porta da sua casinha de
barro.
Assim aproximava-se a
noite e chegam os habitantes noturnos difíceis de serem vistos a luz do sol. É
o caso dos caracóis e das lesmas.
Caminhar a noite com
uma lanterna por um jardim é uma
experiência interessante, podemos encontrar um mundo praticamente novo e
desconhecido.
Os sons, os habitantes
e seus hábitos, as mariposas, pernilongos, vagalumes e grilos com seu canto
estridente formam um cenário belíssimo de ser visto e apreciado.
Podemos até encontrar
uma aranha remendando a sua teia que foi rompida pelos insetos capturados.
Assim é a vida de um
jardim observada pela menina Maria.
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