A ratinha Josefina, com seus olhos brilhantes, boca
avermelhada e um belo pelo castanho, era uma refinada malandrinha. Todos os
outros ratos admiravam a alegria de estar sempre feliz, assim, todos gostavam
de ir à sua casa para brincarem, sair em busca de aventuras e quem sabe
encontrarem queijos fresquinhos na fábrica que ficava a poucos metros da sua
aldeia.
Certo dia, Josefina tomou uma decisão, naquele reino não
fariam mais maldades com seus amigos ratinhos, nenhum gato iria se aproximar ou
seria atacado com a fúria de uma ratinha. Nem bem pensou nisso, lá vinha o gato
Teco com seus olhos famintos pronto para dar o bote num ratinho indefeso, foi
uma gritaria, logo outros ratos vieram atacando o gato por todos os lados,
sempre se defendendo das suas garras.
O gambá um bondoso amigo, surgiu com sua espada avançando
contra o gato:
- Somos todos defensores dos amigos, gato nenhum entra aqui
para fazer maldades. Soltando aquele pum fedorento.
O gato sem mais opção colocou o rabinho entre as pernas,
abaixou as orelhas, deu um forte miado e fugiu como um raio.
Os ratinhos bateram palmas, abraçaram o gambá, o resto do dia
foi a maior festa com direito a queijos, frutas e um bom suco de flores.
Na manhã seguinte, Josefina estava muito triste, sentou-se
num banco, baixou a cabeça e começou a matutar seus pensamentos. Logo adiante
surgiu o Ratinho José que, perdendo a timidez se sentou ao seu lado.
- O que aconteceu? Não obtendo respostas voltou a perguntar.
- Você é a ratinha
mais alegre desse reino. O que você tem?
Josefina em poucas palavras relatou o que estava deixando
agoniada.
- Vamos! Se anime, venha dar uma voltinha no bosque, somos
livres, vamos desfrutar da nossa liberdade. Disse José todo empolgado.
Assim, a partir daquele momento se tornaram bons amigos,
viviam sempre juntos tomando chá, colhendo frutas e se aventurando na fábrica
em busca de bons pedaços de queijo fresco.
Decididos, resolveram construir uma casinha onde iriam morar
juntos, todas as manhãs saiam para darem belos passeios pelos bosques floridos.
Quando viram o gavião vendendo balões, saíram correndo,
compraram um azul, outro vermelho, a manhã foi de pura felicidade brincadeiras
e gargalhadas.
De repente não se sabe como, surgiu um vento atrevido, dando
rodopios levou os balões e junto os dois amigos que não soltaram o cordão.
Os balões continuavam subindo, subindo, cada vez mais a terra
ficava distante dos seus pés, o vento que agora já era uma ventania não tinha
piedade, até que, os cordões se entrelaçaram nos galhos do jacarandá, árvore
maior daquela floresta. Os amigos soltaram os cordões, os balões continuaram
subindo desaparecendo entre as nuvens branquinhas.
Os dois cansados, ficaram por um tempo no alto da árvore até
que tivessem forças para descer daquela altura. Infelizmente, a Josefina
escorregou e machucou a sua patinha. José mais que depressa desceu para
socorrê-la, foi obrigado a improvisar uma maca, onde colocou sua amiga
levando-a ao Dr. Guaxinim, o bondoso médico enfaixou a patinha pedindo que
ficasse em repouso até a próxima semana.
José estava muito aflito, a casa ficava longe. O que fazer
não tinha nenhuma ideia.
O Dr. Guaxinim, ao ver a carinha de preocupação do rato josé
disse;
- Eu a levarei em meu transporte, a Josefina não pode andar
até que sua patinha fique curada.
Os dias foram se passando, a ratinha estava bem, a patinha já
não estava mais enfaixada.
Hora de voltarem para viverem as suas aventuras, os dois
foram dar um passeio. Logo chegaram ao jardim mais florido daquela região. Após
um belo banho no riachinho de águas cristalinas foram colher sementes, raízes e
flores para enfeitar a casa.
- Uma bela sopa estava pronta, o cheiro subia pelo ar
atraindo passarinhos, esquilos e até outros ratinhos.
Todos comeram até se fartarem, o dia foi muito especial,
cheio de alegria, aventuras e brincadeiras.
De repente, o céu escureceu,
perceberam que se aproximava um temporal. Os dois correram para uma gruta no
caule da árvore onde pretendiam passar a chuva.
Tempos depois, os dois dormiram, roncavam com o sono mais
tranquilo.
E assim, a vida dos dois amigos continuava cheia de
aventuras.
IráRodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
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