O gato
chegou correndo
Invadiu logo
a cidade
Nem parava
para ouvir
Saia em
velocidade
Queria ouvir
do cão
Toda a sua verdade.
Numa rua sem
saída
Encontrou um
garoto
Perguntou se
viu o cão
Um safado
sem destino
O menino só
lhe disse:
Sou filho de
nordestino.
Esse cão
aqui não vi
Só conheço o
do pastor
Ele é o
nosso vizinho
Conhecido
por doutor
Que fala
todo orgulhoso
Do seu cão
labrador.
Menino me
leva lá
Pela sua
descrição
Esse é o cão
que procuro
Comeu toda
minha ração
Me deixando
faminto
E partiu sem
direção.
Posso até
ser um gato
Mas também
sou valente
Ele não me
faz de besta
Vamos seguir
em frente
Antes que
ele fuja
E a minha
raiva aumente.
Ao chegar na
esquina
Bem ao lado
da estação
É aquela
casa amarela
Siga nessa
direção
Se o cão não
é o seu
Vai ser uma
confusão.
Logo a rua
se encheu
De todo lado
vinha gato
Vendo a
fúria do estranho
Por ali não
ficou um rato
Era um
corre, corre
Se
escondendo no mato.
O gato
estava furioso
Sem mesmo
ter permissão
Ao avistar o
safado
Deitado no
seu vidão
Nem pensou
duas vezes
E logo pulou
o portão.
O safado nem
notou
O gato não
andava
Com seus
pulos ligeiros
Parecia que ele
voava
O susto foi
tão grande
O cão nem
esperava.
Ao ver a
raiva do gato
Feito um
monstro voador
O cão pulou
a janela
Tremia de
tanto medo
Embaixo da
cama se enfiou
Fugindo
daquele pavor.
O gato
gritava safado
Vem aqui vou
te pegar
Nas minhas
garras afiadas
Ensino a não
roubar
Se quer uma
boa ração
Vai então
trabalhar.
O dono do
cão apareceu
E o gato
gritou bravo
Não venha me
tapear
E se fazer
de conchavo
Traga esse
cão malandro
Pra reparar
o agravo.
Chamem logo
a polícia
Esse gato enlouqueceu
Acusar o meu
cachorro
Mas o que
aconteceu?
Onde está
meu amigo
Por aqui não
apareceu.
O gato se
enfurecia
O homem veio
armado
Gritou o
gato sisudo
Seu cão é um
malvado
Não vai ser
covarde
Matar um
gato desarmado.
A rua estava
lotada
Logo chegou
o carteiro
Crianças e
adultos
E até o
açougueiro
Gritavam pra
aquele homem
Tragam lá o
trapaceiro.
Nisso o cão
só tremia
Já virava
gozação
Um homem que
era valente
Perdendo até
a noção
Discutindo
com um gato
Isso virou
humilhação.
Entrega logo o cão
E juro eu
vou embora
Ou daqui eu
não saio
Disso fiquem
de fora
Quero falar
com ele
E tem que
ser agora.
A polícia
chegou gritando
Mande o cão
aparecer
Se ele nada
deve
Tudo vai se
resolver
E se for o
culpado
Acredite
vamos prender.
Uma multidão
se formava
De todo
canto veio gente
Saia até uma
prosa
Um dueto e
um repente
Quando o
homem Chegou
Com o cão a
sua frente.
O gato se
arrepiou
Montou no lombo do cão
Agora é eu e
você
Não vai ter
compaixão
Ou devolve o
que pegou
Ou acaba num
caixão.
Era bicho de
todo canto
Veio até o
macaco Tião
Pulando e
gritando
Arranca o
coro desse cão
Outro die me
atacou
E não teve
compaixão.
O pobre do
cão rosnava
Sem saber se
defender
De
tremedeira desmaiou
E foram lhe
socorrer
O gato não acreditava
Que o cão
iria morrer.
E quando deu
um deslize
O cão saiu
em disparada
O gato
arrancou da cintura
Sua velha
espingarda
O tiro nem
saiu
Só uma bomba
molhada.
Até hoje o
gato procura
Aquele cão
safado
E no dia que
encontrar
Deixaria esquartejado
Ladrão
nenhum nessa vida
Lhe faria de
abestado.
Autora- Irá
Rodrigues
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