segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

MINICONTOS II

 

A MINHOQUINHA ZILÁ

 

 

A minhoquinha anda tranquilamente quando o pavor a entristece, retirada do seu solo fresquinho foi parar enfiada na ponta de um anzol, jogada no lago lá se foi ela com certeza não voltaria mais ao seu solo querido. De repente depara com peixes esfomeados que olhavam com olhos esbugalhados prontos a devorá-la.

Não sabem que a sua maldade voltará contra ele, xi... Num pulo abocanhou a minhoquinha e logo é lançado para fora se debatendo com o anzol preso em sua guelra.

Na barriga do peixe ela tentava falar, mas o peixe não lhe ouvia.

- Se não fosse à ambição os dois estariam vivinhos e felizes. Bom eu creio que não, mas ele com certeza. Pensou triste a minhoquinha.

 

Autoria- Irá Rodrigues

http://iraazevedo.blogspot.com.br/

 

 

 

 

 

 

 

 

REINO DAS BONECAS DE PANO

 

 

Era uma vez no reino encantado das bonecas de pano onde tudo era feito de magia, os animais participavam de todas as aventuras.

Um certo dia, encontraram uma gigante boneca de cabelos azuis, pele aveludada e olhos amendoados.

E todas as bonecas queriam saber de onde veio aquela boneca tão grande e diferente.

Ao perguntarem a boneca disse que veio do grande oceano, que seus cabelos eram da cor das águas do mar.

No início não acreditaram, mas receberam com muito carinho. Ao animais desconfiados olhavam, comentavam e ficavam com medo daquele boneca tão grande, mas tão grande que parecia um gigante.

A boneca de cabelo azul que sonhava ter amigos e uma família estava feliz pois seu sonho começava a se realizar. Agora ela fazia parte do reino encantado da bonecas.

 

Autoria- Irá Rodrigues


AVENTURAS

 

Fiapo, visivelmente apressado não demorou mais de dez minutos para se aprontar.

Parecia com pressa para chegar a algum lugar e, rodando sobre os pés saiu quase a correr. Passou pela cozinha e pegando um pedaço de pão, olhou a velha cozinheira e indagou:

- Bartira você já viu um ovo de jacaré?

Ora, ora! – resmungou a velha, conheço tão bem assim como sei que está aprontando alguma travessura.

Fiapo abriu a capanga que trazia no ombro e mostrou todo animado. Era como exibisse um tesouro.

- menino cuide logo de colocar isso lá na beira do lago antes que a mamãe jacaroa sinta sua falta e venha buscar...

Fiapo olhou espantado, - como ela vai saber que fui eu que peguei seu ovo?

Ora. Ora! -  ela sente pelo seu cheiro –   Leva isso logo menino olha o que digo. – ralhou a boa velha

O resto eu deixo você escrever...

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

 

OS DOIS MOLEQUES

 

Francisco e Frederico sempre apareciam para pegar passarinhos.

Com tantas sementes de capim era fácil pegar curiós. Só não sabiam que os pássaros odiavam aqueles meninos dois traquinos do mesmo tamanho, eram perversos pegavam os passarinhos abandonando seus filhotinhos nos ninhos.

Era muita maldade trancar a gente nas gaiolas como presos condenados, nos arrancando da nossa liberdade- diziam os passarinhos voando alto para não serem pegos...

Dizia um curió- Deus nos fez com asas para ser livres e voar, com bico para cantar.

A maldade desses moleques é bem maior se divertem quando os alçapões estão cheios dos pobres curiós se debatendo. Enquanto ficamos aqui sem poder ajudar, gritava um sanhaço...

E assim os dois moleques voltavam felizes para suas casas sem pensar na maldade que fizeram, na dor dos filhotinhos morrendo sem comida e sem aconchego.

Qual será o final dessa historinha?

 

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

 

 

UMA CASINHA MODESTA

 

Todas as manhãs, os bichinhos saem para trabalhar, outros vão brincar, cai a chuva e todos correm para se proteger, mas a tartaruga nem sai do lugar.

- O coelho todo ensopado pergunta:- Você não tem medo da chuva?

A tartaruga coloca a cabeça na janela e sorrindo diz:

- Eu estou dentro de casa e não vou me molhar, sou feliz e posso levar a minha casinha para onde eu quero passear. Não pago aluguel e cada dia conheço um lugar diferente, amigos especiais e comida farta.

O coelho ficou a pensar:- Sabe que a tartaruga tem razão.

Mas coelho não pode, gostamos de pular e correr livres, não iria viver numa casinha.

A tartaruga sorrindo respondeu;

- Deus cria cada um do seu jeito e nada pode mudar.

O coelho deu um salto e saiu feliz pela floresta, deixando a tartaruga enfiada em sua casinha.

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

 

FINAL DE INVERNO

 

Quando o dia acordou, os passarinhos começaram a suas cantorias, as árvores vestidas a rigor para a grande festa. O Sol se espreguiça cuspindo seus raios luminosos entre os galhos fazendo bordados no chão deixando os canteiros todos iluminados.

Os bichos acordam, uns espreguiçam outros aparecem nas janelinhas das suas tocas, a raposa abre a boca bocejando e reclamando que ainda era cedo para toda aquela folia dos passarinhos. Logo a coruja sai do buraco trazendo os filhotes para se aquecerem ao sol. Dona brisa começa a varrer as folhas secas que cobre o chão. Os coelhos que nada fazem correm para a horta de dona macaca e começam a devorar as cenouras fresquinhas.

A natureza inteira desperta, o riachinho canta, os peixes fazem cambalhotas pulando na correnteza como verdadeiros bailarinos.

A andorinha sacode as asinhas estica as pernas, molha o bico numa gota de sereno e começa a sua serenata entre um canto e outro enche o papo com semente de capim. O macaco Julião chega trazendo um cacho de bananas maduras para alimentar sua família, enquanto comem jogam as cascas lá embaixo onde formigas bundudas já esperam ansiosas pelo delicioso banquete.

Na porta do cogumelo a joaninha admira uma borboleta que se liberta do seu casulo juntando-se a outras que se assanham nas flores do seu jardim.

Do meio da floresta surgem as fadinhas do bem espalhando sorrisos de estrelas nas portas das casinhas dos duendes para que eles acordassem e fosse participar da corrida organizada pelos sapinhos.

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

DONA ANDORINHA

 

Bailava por entre as flores, quando ouviu o beija-flor dizer que teria festa no jardim e todos os bichinhos foram convidados.

Ela cuidou de calçar seus sapatinhos de cetim, amarrar lencinho nas asas, assim seria a mais linda e cobiçada da festa.

Pensando em se divertir com suas pernas longas pegou a bolsa de pluma colocou na asa, amarrou um laçarote na cabeça, olhou-se no espelho das águas do lago. Se achou linda! Perfumou-se e saiu.

Voava tão baixinho quando encontrou dona pardoca desanimada ao lado do ninho.

- Que fazes ai amiga, não vai à festa? 

- Não posso, estou terminando de construir a minha casinha e logo terei filhotes.

A andorinha se despediu dizendo que se quisesse ir amanhã ajudaria na construção. Hoje é festa! Vamos nos divertir- Concluiu a andorinha.

A pardoca pensou, pensou. 

- Mas não tenho nada para me enfeitar. Não posso aparecer assim tão sem graça. 

A andorinha retirou da bolsa uma flor e com cuidado prendeu na cabeça da pardoca que se sentindo radiante seguiu a amiga pela floresta.

O calor estava intenso, com sede as duas pousaram no lago para beber água.

Lá estava a joaninha de asa baixa. Ao ver as duas todas enfeitadas foi correndo perguntar cheia de curiosidade;

- Vamos a festa no jardim! Você não foi convidada? Perguntou a pardoca.

- Sim, o vento distribuiu os convites, mas não me preparei para esse grande dia.

- Não pode perder amiga, se anime, disse a andorinha.

Agora é você que vai terminar essa história.

Autoria- Irá Rodrigues

 

NA FLORESTA

Nem bem o dia se espreguiça já começa a sinfonia, passarinhos afinam os bicos nas gotas de orvalho, borboletas esquentam suas asinhas nos raios de Sol, as lagartinhas tremendo de frio esconde-se nas frutas maduras, formigas picotam as folhas da roseira, as flores sorrindo com aquela folia abrem-se suas pétalas perfumando o ar. A floresta bem acordada começa a batucada, os bichos correm de lá para cá na maior euforia. Atrasado o galo da montanha meio mandão por ter perdido a hora afina a voz e começa a cantar ordenando que todos se levantem. Num farfalhar de asas o sabiá reclama que precisa dormir e não vai lhe obedecer. A rã num pinote pula no brejo, a coruja espantada sai do buraco encontra o sol dando corda no relógio da natureza, os campos se esquentam depois da chuva que caiu na madrugada, coelhos passam a galopes pelos campos sacolejando suas caudas felpudas. Na beira do rio, as garças brancas acordam os peixes, com rapidez pega um dois até encherem o papo depois deitam nas sombras, nas árvores cigarras dedilham seus cavaquinhos, a centopeia numa preguiça anda de um lado a outro exibindo seus sapatinhos. Na floresta todo dia é uma animação, aquele dia teve concurso de canto apareceram todos os bichos de penas e que sabiam voar, foi aquela animação o colibri dando show, o sabiá fazendo couro, empolgado chega o gavião, coitado não sabia cantar, desanimado põe no saco a viola e sai derrotado.

Autoria- Irá Rodrigues

 

AVENTURAS DE UM JARDIM

 

Era uma vez, uma daquelas noites de lua cheia, o jardim exalando perfumes de flor com sabor de brisa soprando. Entretanto o jasmim estava muito triste, há dias não via o encanto das borboletas, nem o zum... zum de abelhas e nem os atrevidos passarinhos que ocupavam seus galhos assim que o sol se despedia para passarem as noites ou mesmo construírem seu ninhos em segurança. E ficava o jasmim a se lamentar quando a lua ao perceber aquela tristeza perguntou-lhe:

- Que está acontecendo com você perfumado jasmim, por que inclina as suas flores para o chão como se derramassem lágrimas?

Ah! - Minha doce e amada lua, todos se afastaram, o sol não mais aquece o jardim, a brisa que antes soprava espalhando o meu perfume pelos campos já não sopra mais, todos me abandonaram. Alguma coisa triste deve estar acontecendo- suspirou o jasmim.

A lua sacudiu-se com gestos pensativos; Então falou baixinho sussurrando para que apenas o jasmim pudesse lhe ouvir:

- Vou tentar descobri, os meus olhos enxergam tudo entre o céu e a terra e quem praticou a maldade vai ser descoberto. Agora se sacuda e floresça com energia.

E dizendo isto, cuidou em observar com mais atenção tudo em volta do jardim. Do alto sem despertar desconfiança abriu seu leque sobre o jardim.

Passaram dia, até que chegou outra fase da lua, lá de baixo o jasmim continuava perdendo as suas belas flores que forravam o chão. Uma noitinha enquanto a lua chegava ouviu-se um movimento estranho, lá estava gargalhando ao lado do jasmim que de tão triste andava pendido, uma bruxa malvada que havia levado o perfume do jasmim e deixado em suas pétalas odor de enxofre isso fez com que todos se afastassem apenas o pobre do jasmim nada percebia e nem sentia a mudança.

Naquele momento a lua convocou as estrelas chamou o vento e ordenou que soprasse aquela bruxa malvada para um lugar de onde ela nunca mais saísse, e quando o vento começou soprar a bruxa subia pelo ar, o jasmim voltou a soltar seu perfume, logo estava radiante, o sol bem cedinho irradiou seus raios iluminando o jardim, enquanto uma chuvinha fininha semeava gotas serenadas em suas flores, a brisa soprava espalhando o perfume e logo chegavam os besouros, as joaninhas, borboletas, beija-flores, borboletas e os passarinhos que voltavam em bando.

Colibris e andorinhas cantavam, formigas voltaram a carregar as flores caídas, cigarras agarradinhas ao tronco começava a sua sinfonia, e assim o jasmim voltou a esbanjar o seu sorriso alargado.

 

Autoria- Irá Rodrigues

 


   

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AS PIPAS