A MINHOQUINHA ZILÁ
A minhoquinha anda tranquilamente quando o pavor a
entristece, retirada do seu solo fresquinho foi parar enfiada na ponta de um
anzol, jogada no lago lá se foi ela com certeza não voltaria mais ao seu solo
querido. De repente depara com peixes esfomeados que olhavam com olhos
esbugalhados prontos a devorá-la.
Não sabem que a sua maldade voltará contra ele, xi... Num
pulo abocanhou a minhoquinha e logo é lançado para fora se debatendo com o
anzol preso em sua guelra.
Na barriga do peixe ela tentava falar, mas o peixe não lhe
ouvia.
- Se não fosse à ambição os dois estariam vivinhos e
felizes. Bom eu creio que não, mas ele com certeza. Pensou triste a
minhoquinha.
Autoria- Irá Rodrigues
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REINO DAS BONECAS DE PANO
Era uma vez no reino encantado das bonecas de pano
onde tudo era feito de magia, os animais participavam de todas as aventuras.
Um certo dia, encontraram uma gigante boneca de
cabelos azuis, pele aveludada e olhos amendoados.
E todas as bonecas queriam saber de onde veio aquela
boneca tão grande e diferente.
Ao perguntarem a boneca disse que veio do grande
oceano, que seus cabelos eram da cor das águas do mar.
No início não acreditaram, mas receberam com muito
carinho. Ao animais desconfiados olhavam, comentavam e ficavam com medo daquele
boneca tão grande, mas tão grande que parecia um gigante.
A boneca de cabelo azul que sonhava ter amigos e uma
família estava feliz pois seu sonho começava a se realizar. Agora ela fazia
parte do reino encantado da bonecas.
Autoria- Irá
Rodrigues
AVENTURAS
Fiapo, visivelmente
apressado não demorou mais de dez minutos para se aprontar.
Parecia
com pressa para chegar a algum lugar e, rodando sobre os pés saiu quase a
correr. Passou pela cozinha e pegando um pedaço de pão, olhou a velha
cozinheira e indagou:
- Bartira
você já viu um ovo de jacaré?
Ora, ora!
– resmungou a velha, conheço tão bem assim como sei que está aprontando alguma
travessura.
Fiapo
abriu a capanga que trazia no ombro e mostrou todo animado. Era como exibisse
um tesouro.
- menino
cuide logo de colocar isso lá na beira do lago antes que a mamãe jacaroa sinta
sua falta e venha buscar...
Fiapo
olhou espantado, - como ela vai saber que fui eu que peguei seu ovo?
Ora. Ora!
- ela sente pelo seu cheiro – Leva isso logo menino olha o que digo. –
ralhou a boa velha
O resto eu
deixo você escrever...
Autoria- Irá
Rodrigues
OS DOIS
MOLEQUES
Francisco
e Frederico sempre apareciam para pegar passarinhos.
Com tantas
sementes de capim era fácil pegar curiós. Só não sabiam que os pássaros odiavam
aqueles meninos dois traquinos do mesmo tamanho, eram perversos pegavam os
passarinhos abandonando seus filhotinhos nos ninhos.
Era muita
maldade trancar a gente nas gaiolas como presos condenados, nos arrancando da
nossa liberdade- diziam os passarinhos voando alto para não serem pegos...
Dizia um
curió- Deus nos fez com asas para ser livres e voar, com bico para cantar.
A maldade
desses moleques é bem maior se divertem quando os alçapões estão cheios dos
pobres curiós se debatendo. Enquanto ficamos aqui sem poder ajudar, gritava um
sanhaço...
E assim os
dois moleques voltavam felizes para suas casas sem pensar na maldade que
fizeram, na dor dos filhotinhos morrendo sem comida e sem aconchego.
Qual será
o final dessa historinha?
Autoria- Irá Rodrigues
UMA CASINHA MODESTA
Todas as manhãs, os bichinhos saem para
trabalhar, outros vão brincar, cai a chuva e todos correm para se proteger, mas
a tartaruga nem sai do lugar.
- O coelho todo ensopado pergunta:- Você
não tem medo da chuva?
A tartaruga coloca a cabeça na janela e
sorrindo diz:
- Eu estou dentro de casa e não vou me
molhar, sou feliz e posso levar a minha casinha para onde eu quero passear. Não
pago aluguel e cada dia conheço um lugar diferente, amigos especiais e comida
farta.
O coelho ficou a pensar:- Sabe que a
tartaruga tem razão.
Mas coelho não pode, gostamos de pular e
correr livres, não iria viver numa casinha.
A tartaruga sorrindo respondeu;
- Deus cria cada um do seu jeito e nada
pode mudar.
O coelho deu um salto e saiu feliz pela
floresta, deixando a tartaruga enfiada em sua casinha.
Autoria- Irá
Rodrigues
FINAL DE INVERNO
Quando o dia acordou, os
passarinhos começaram a suas cantorias, as árvores vestidas a rigor para a
grande festa. O Sol se espreguiça cuspindo seus raios luminosos entre os galhos
fazendo bordados no chão deixando os canteiros todos iluminados.
Os bichos acordam, uns
espreguiçam outros aparecem nas janelinhas das suas tocas, a raposa abre a boca
bocejando e reclamando que ainda era cedo para toda aquela folia dos
passarinhos. Logo a coruja sai do buraco trazendo os filhotes para se aquecerem
ao sol. Dona brisa começa a varrer as folhas secas que cobre o chão. Os coelhos
que nada fazem correm para a horta de dona macaca e começam a devorar as
cenouras fresquinhas.
A natureza inteira
desperta, o riachinho canta, os peixes fazem cambalhotas pulando na correnteza
como verdadeiros bailarinos.
A andorinha sacode as
asinhas estica as pernas, molha o bico numa gota de sereno e começa a sua
serenata entre um canto e outro enche o papo com semente de capim. O macaco
Julião chega trazendo um cacho de bananas maduras para alimentar sua família,
enquanto comem jogam as cascas lá embaixo onde formigas bundudas já esperam
ansiosas pelo delicioso banquete.
Na porta do cogumelo a
joaninha admira uma borboleta que se liberta do seu casulo juntando-se a outras
que se assanham nas flores do seu jardim.
Do meio da floresta
surgem as fadinhas do bem espalhando sorrisos de estrelas nas portas das
casinhas dos duendes para que eles acordassem e fosse participar da corrida
organizada pelos sapinhos.
Autoria- Irá
Rodrigues
DONA ANDORINHA
Bailava por entre as flores, quando ouviu
o beija-flor dizer que teria festa no jardim e todos os bichinhos foram
convidados.
Ela cuidou de calçar seus sapatinhos de
cetim, amarrar lencinho nas asas, assim seria a mais linda e cobiçada da festa.
Pensando em se divertir com suas pernas
longas pegou a bolsa de pluma colocou na asa, amarrou um laçarote na cabeça,
olhou-se no espelho das águas do lago. Se achou linda! Perfumou-se e saiu.
Voava tão baixinho quando encontrou dona
pardoca desanimada ao lado do ninho.
- Que fazes ai amiga, não vai à
festa?
- Não posso, estou terminando de construir
a minha casinha e logo terei filhotes.
A andorinha se despediu dizendo que se
quisesse ir amanhã ajudaria na construção. Hoje é festa! Vamos nos divertir-
Concluiu a andorinha.
A pardoca pensou, pensou.
- Mas não tenho nada para me enfeitar. Não
posso aparecer assim tão sem graça.
A andorinha retirou da bolsa uma flor e
com cuidado prendeu na cabeça da pardoca que se sentindo radiante seguiu a
amiga pela floresta.
O calor estava intenso, com sede as duas
pousaram no lago para beber água.
Lá estava a joaninha de asa baixa. Ao ver
as duas todas enfeitadas foi correndo perguntar cheia de curiosidade;
- Vamos a festa no jardim! Você não foi
convidada? Perguntou a pardoca.
- Sim, o vento distribuiu os convites, mas
não me preparei para esse grande dia.
- Não pode perder amiga, se anime, disse a
andorinha.
Agora é você que vai terminar essa
história.
Autoria- Irá
Rodrigues
NA
FLORESTA
Nem
bem o dia se espreguiça já começa a sinfonia, passarinhos afinam os bicos nas
gotas de orvalho, borboletas esquentam suas asinhas nos raios de Sol, as lagartinhas
tremendo de frio esconde-se nas frutas maduras, formigas picotam as folhas da
roseira, as flores sorrindo com aquela folia abrem-se suas pétalas perfumando o
ar. A floresta bem acordada começa a batucada, os bichos correm de lá para cá
na maior euforia. Atrasado o galo da montanha meio mandão por ter perdido a
hora afina a voz e começa a cantar ordenando que todos se levantem. Num
farfalhar de asas o sabiá reclama que precisa dormir e não vai lhe obedecer. A
rã num pinote pula no brejo, a coruja espantada sai do buraco encontra o sol
dando corda no relógio da natureza, os campos se esquentam depois da chuva que
caiu na madrugada, coelhos passam a galopes pelos campos sacolejando suas
caudas felpudas. Na beira do rio, as garças brancas acordam os peixes, com
rapidez pega um dois até encherem o papo depois deitam nas sombras, nas árvores
cigarras dedilham seus cavaquinhos, a centopeia numa preguiça anda de um lado a
outro exibindo seus sapatinhos. Na floresta todo dia é uma animação, aquele dia
teve concurso de canto apareceram todos os bichos de penas e que sabiam voar,
foi aquela animação o colibri dando show, o sabiá fazendo couro, empolgado
chega o gavião, coitado não sabia cantar, desanimado põe no saco a viola e sai
derrotado.
Autoria- Irá Rodrigues
AVENTURAS DE
UM JARDIM
Era uma vez,
uma daquelas noites de lua cheia, o jardim exalando perfumes de flor com sabor
de brisa soprando. Entretanto o jasmim estava muito triste, há dias não via o
encanto das borboletas, nem o zum... zum de abelhas e nem os atrevidos
passarinhos que ocupavam seus galhos assim que o sol se despedia para passarem
as noites ou mesmo construírem seu ninhos em segurança. E ficava o jasmim a se
lamentar quando a lua ao perceber aquela tristeza perguntou-lhe:
- Que está
acontecendo com você perfumado jasmim, por que inclina as suas flores para o
chão como se derramassem lágrimas?
Ah! - Minha
doce e amada lua, todos se afastaram, o sol não mais aquece o jardim, a brisa
que antes soprava espalhando o meu perfume pelos campos já não sopra mais,
todos me abandonaram. Alguma coisa triste deve estar acontecendo- suspirou o
jasmim.
A lua
sacudiu-se com gestos pensativos; Então falou baixinho sussurrando para que
apenas o jasmim pudesse lhe ouvir:
- Vou tentar
descobri, os meus olhos enxergam tudo entre o céu e a terra e quem praticou a
maldade vai ser descoberto. Agora se sacuda e floresça com energia.
E dizendo
isto, cuidou em observar com mais atenção tudo em volta do jardim. Do alto sem
despertar desconfiança abriu seu leque sobre o jardim.
Passaram dia,
até que chegou outra fase da lua, lá de baixo o jasmim continuava perdendo as
suas belas flores que forravam o chão. Uma noitinha enquanto a lua chegava
ouviu-se um movimento estranho, lá estava gargalhando ao lado do jasmim que de
tão triste andava pendido, uma bruxa malvada que havia levado o perfume do
jasmim e deixado em suas pétalas odor de enxofre isso fez com que todos se
afastassem apenas o pobre do jasmim nada percebia e nem sentia a mudança.
Naquele
momento a lua convocou as estrelas chamou o vento e ordenou que soprasse aquela
bruxa malvada para um lugar de onde ela nunca mais saísse, e quando o vento
começou soprar a bruxa subia pelo ar, o jasmim voltou a soltar seu perfume,
logo estava radiante, o sol bem cedinho irradiou seus raios iluminando o jardim,
enquanto uma chuvinha fininha semeava gotas serenadas em suas flores, a brisa
soprava espalhando o perfume e logo chegavam os besouros, as joaninhas,
borboletas, beija-flores, borboletas e os passarinhos que voltavam em bando.
Colibris e
andorinhas cantavam, formigas voltaram a carregar as flores caídas, cigarras
agarradinhas ao tronco começava a sua sinfonia, e assim o jasmim voltou a
esbanjar o seu sorriso alargado.
Autoria- Irá
Rodrigues
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