Era uma vez, três carocinhos de ervilha se soltaram da baje mãe e foram lançadas bem
longe num estalo feito pelo vento. Foram parar bem distante muito tristinhos ficaram abraçadinhos com medo, no dia seguinte
andaram pelo bosque quando os três resolveram que iriam ficar juntos até se
tornarem adultos e formar uma família.
À noite recolhiam-se em um cantinho, quando o sol saia continuava a
passear para encontrar um lindo lugar onde queriam morar, teria que ser um
lugar onde a chuva caísse sempre assim não morreria de sede.
Uma linda manhã já cansados de tantos planos eles pararam na sombra de
alguns falhos caídos e voltaram a planejar.
´Vejam aqui com certeza seria o lugar certo para construir a nossa
família, o mais sábio dos três foi se alojar entre folhagens e convidou os
outros para se abrigar assim a chuva que caia todos os finais de tarde faria
com que logo brotassem e assim teriam uma família.
Sempre tinha um que discordava: - Precisamos andar mais, por aqui vivem
muitos animais e podem nos engolir, não quero parar no papo de nenhum
passarinho aventureiro.
Como não queriam se separar os três resolveram seguir até que todos
concordassem em se alojar para germinarem.
Uma rajada forte de vento sacudiu as folhas e lá se foi um dos
carocinhos. Quanto tempo se passou ele não sabia. Apenas lembrava que um homem
baixo de olhos afundados e de cara
empapuçada apanhava gravetos com certeza queimaria a noite para se aquecer do frio, e foi o
carocinho agarrado em uma galhinho fino.
Ao despertar estava num canto onde o sol iluminava e aquecia o restinho
do dia, andorinhas bailavam tão baixo que tremiam pensando ser engolidos, no
terreiro patos, galinhas, perus ciscavam e comiam o milho jogado pelo mesmo
homem que o trouxe até ali.
Que lugar movimentado. Pensou o carocinho. Urubus planavam tão alto que
poderia ver onde estavam os seus irmãozinhos. Chorou sentindo falta.
Passarinhos pousavam na cerquinha com asas abertas como se estivessem tomando
banho de sol.
O medo tomava conta do seu coraçãozinho quando o homem pegou uma braçada
de gravetos para colocar no fogão. Saboia que era o seu fim, morreria queimado
e não encontraria mais os seus irmãos e nem iria construir uma família,
Por sorte o galhinho fino do graveto onde o carocinho estava grudado se
quebrou e no caminho até a cozinha ele ficou, mas uma vez seu destino mudou e
assim o carocinho começou a implorar para que a chuva caísse e ele pudesse ser
levado para algum lugar seguro onde pudesse germinar.
Enfim a noite chegou e com ela o maior temporal, o carocinho se soltou
do galho na terra se enfiou agarrando-se
ao solo ficou dias sem sair do lugar ali junto aquela árvore estaria seguro.
Passaram alguns dias e finalmente suas raízes começaram a se agarrar ao
solo, a chuva que caia á noite e o sol que aquecia durante o dia fez com duas
folhinhas brotassem e logo foi se fortalecendo, em poucos dias já estava adulta
e nascia seus primeiro filhotes duas bajes de novos carocinhos para seguirem
uma nova historia.
Autoria Irá Rodrigues
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