Um dia
inesperadamente enquanto o casal doutor galo e dona galinha ciscavam tranquilos
numa roça de milho um espantalho se achando dono de tudo começou a reclamar. O
galo revoltado com toda aquela ousadia de um espantalho feito de trapos chamou
a dona galinha e saíram sem ao menos ouvir os desaforos daquele intruso.
O
trabalho dele ali era espantar passarinhos e não perturbar galinhas que apenas
ciscavam em busca de alguns insetos.
Dona
galinha por ser mais tranquila virou-se para o doutor galo:
-
Cocoricó! Cocoricó! – Não era preciso sair assim em disparada, àquele pobre
nada poderia fazer se vive preso em um cabo de vassoura. – Coitado! Completou
dona galinha.
O doutor
galo com sua crista imperial seguiu na
frente até o lago para beber água, quando encontrou o pato que foi logo
querendo saber toda aquela aflição.
- Quá...
Quá... Quá... Mas que afobamento é esse seu doutor?
O galo
que já estava agoniado com o atrevimento do espantalho respondeu seguindo para
beber sua água ou morreria entalado com as formigas que havia engolido.
- Sabe
que gosto muito de uma prosa, mas hoje não estou para muita conversa, um
atrevido de um espantalho achou de implicar comigo e dona galinha pelo fato de
estarmos ciscando no milharal. Oras onde se viu tamanho atrevimento. Bufou o
galo.
O pato
que adorava uma fofoca saiu Quá...Quá... Quá.. Amigo gato já soube da novidade?
-Miau,
miau, soube nada conte logo vai, Disse o gato alisando os bigodes.
O pato
relatou o ocorrido e partiu para espalhar a novidade a todos os bichos da
fazenda. Chegando ao terreiro começou a gritar desesperado com sua fama de
fofoqueiro.
- Quá....
Quá... Quá... O doutor galo foi expulso do milharal e logo pelo espantalho
feito de trapo velho.
O peru
ouvindo o pato foi logo ao lago falar com o doutor galo que estava empoleirado
sem vontade de puxar conversas.
- Glu...
Glu.... Glu... Amigo doutor galo me relate essa história sem faltar um ponto e
vou tomar as devidas providencias, não podemos ser proibidos de ciscar no
milharal, ali tem fartura apetitosa e não é um pobre de um espantalho que vai
nos proibir. Disse o peru com autoridade de delegado.
O galo
bateu as asas se esticou todo empinou o topete: - Mas onde o amigo ficou
sabendo dessa história?
- O pato
contou ao gato e depois foi espalhar pelo terreiro. Foi ele que nos relatou
todo esse desagradável ocorrido com o nobre doutor. Disse o peru.
Nesse
momento o pavão desesperado, pois adorava ciscar pelo milharal também correu
até o galo para saber da história direta do seu bico uma vez que o pato tudo
que contava aumentava um ponto.
E logo a
beira do lago virou uma plateia todos querendo saber do ocorrido até uma coruja
sonolenta apareceu morrendo de curiosidade.
Dona
galinha que tinha seguido para sua casa ao ver todo aquele reboliço resolveu ir
até lá e ao saber o que estava acontecendo:
-
Cocóricó... cocoricó... Mas que furdunço é esse?
O peru
foi logo relatando achando que dona galinha nada sabia.
Antes que
o peru continuasse com o seu palavreado de delegado dona galinha disse bem alto
para que todos pudessem ouvir e ir cuidar das suas vidas.
-
Cocoricó... cocoricó.. Parem de falar bobagens, o espantalho coitado preso num
cabo de vassoura não pode fazer nada para impedir a entrada e nem caçada aos
insetos, o doutor galo que estava
estressado e se irritou saindo de lá como um furacão.
E assim
enquanto o doutor galo continuou empoleirado tentando engolir seu nervoso a
galinha em sua sabedoria acabou com aquela confusão mandando que todos fossem cuidar da vida.
Autoria- Irá Rodrigues
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