O coelho inconformado por ser tão pequeno e invejoso como era vivia
sonhando que um dia acordaria tão grande quanto um a tempestade e tão veloz
quanto um raio assim poderia ser respeitado por todos os outros animais da
floresta encantada.
Certa manhã enquanto andava vagando a procura de inspiração para
criar uma formula onde quem tomasse ficaria
do tamanho que desejasse, mas para isso precisava encontrar quem pudesse
ajudar a descobrir a árvore onde pudesse extrair a substancia existente em suas
folhas. E como o coelho era egoísta e inconformado com o seu tamanho com
certeza não descansava até encontrar.
Depois de caminhar por vários palmos de léguas saiu da porta da floresta
encantada e já podia avistar o bosque, não tinha como errar era descer a montanha e seguir o caminho em
ziguezague , no fim da descida avistou o lago e correndo bebeu tanta água que
caiu de lado com a barriga estufada, cansado ali mesmo deitou, precisa
recuperar o folego para continuar a sua caminhada.
O sapo Lelé que a tudo observava olhou meio desconfiado, - O que será que aquele coelho
fazia por ali pelo que sabia coelhos não
circulavam por ali. – pensou o sapo e ficou a espreita assim o coelho acordava
e ele ficava sabendo a verdade.
Com as energias repostas o coelho se espreguiçou achando que estava
sozinho soltou um pum e suspirou aliviado.
- Vixe!- Preciso correr, estou
atrasado para encontrar a minha árvore de folhas mágicas.- Pensou o coelho. Mas
ao ver a grama verdinha que lambia as águas do lago passou a mão na barriga-
Oba! Vou-me refastelar e depois sigo viagem bem mais forte.
Quando já abocanhava o primeiro tufo de grama o sapo pulou na sua
frente, - Não coma ou dormirá por muitos e muitos dias e talvez nem acorde e
seja devorado por um urubu.
Ora! Como se atreve seu feioso de olhos esbugalhado e pele enrugada
deixe-me estou faminto só diz isso para que eu não devore essa suculenta grama.
- Não amigo falo a verdade essa grama é um tipo de veneno, disse o sapo,
mas se quer dormir ou morrer fique a vontade e pulou para longe.
O coelho agradeceu e seguiu viagem, o sapo o seguiu pelo caminho foram conversando como
bons e velhos amigos, o coelho só falava dos seus sonhos o sapo dava boas
gargalhadas deixando o coelho irritado.
Em determinado lugar no meio de uma curva da estradinha que mal dava
para passar os dois um velho sentado tranquilamente cochilava, com certeza tirando a sua soneca
da tarde.
O sapo foi logo dizendo que se tratava de um mágico e que realizava sonhos,
fazia aparecer e desaparecer coisas e animais bem poderia realizar os sonhos do
coelho em encontrar a tão procurada árvore - incentivava o sapo querendo dar
uma lição no coelho.
O coelho esbugalhou os olhinhos avermelhados adiantou-se até o velho e foi
logo dizendo: - Pago o que o senhor quiser trabalho sem pagamento por uns dias,
mas tem que me ajudar sei que vive nessa
região e conhece cada palmo de chão, quero encontrar uma árvore milagrosa tão
grande que pode ser avistada de léguas de distancia mas não sei qual é a certa
e não posso errar. Vamos faça, faça e fechando os olhos ficou o coelho a
esperar pelo milagre. O sapo se contorcia de gargalhar diante da burrice do
coelho que se dizia tão esperto.
Ao ficar sabendo do por que o coelho procurava a tão falada árvore o
velho indignado com tamanha falta de dignidade daria uma lição naquele orelhudo
metido, pegou alguns gravetos começou a quebrar como se torcesse o pescoço do
coelho e disse: Deus nos dá o que merecemos , você é baixinho e orelhudo mas
tem o poder de fazer e distribuir ovos de chocolates para as crianças levando a
alegria por todas as regiões agora se não está satisfeito olhe bem para o sapo
com essa aparência só serve para pegar mosquitos e nem por isso vive
insatisfeito, cada um é feliz com o que tem. Agora desapareça daqui seu egoísta
antes que eu resolva fazer uma sopa de coelho para servir no jantar. Esbravejou
o velho rindo da cara de terror que o coelho fez.
O coelho de tão amedrontado jurou ser o mais fiel de todos e aceitar o
seu tamanho como Deus assim decidiu e olha que estava dando certo.
Mas quem disse que o coelho iria se conformar enganou-se passaram alguns
dias e numa certa manhã tranquila
daquelas em que a floresta cochilava sem pressa de acordar o vento sem nenhuma atividade aproveitava
para se refrescar encrespando as franjas do riacho, quando sai o coelho Zelito dizendo a todos que era o mais veloz e
desafiava qualquer um que desejasse com ele
competir numa corrida. Ninguém acreditava e ele todo garboso estufava o
peito empinava as orelhas abanava o rabinho.
- Estou inconformado não encontrei por toda a floresta ninguém capaz de
enfrentar esse amigo. Falava ele ao camaleão que balançava a cabeça diante da
ousadia daquele coelho metido.
E por se achar tão esperto e convencido saia importunando todos os
outros animais que encontrava sua arrogância não tinha limites dizia seus
amigos.
Furioso o macaco sabendo do ocorrido resolveu esperar o coelho e dar-lhe
uns bons conselhos. E olha que o orelhudo se mete a besta e até desafia o
macaco.
- Vamos lá amigo que tal uma corrida até a beira do rio? Até deixo que
saia na frente alguns palmos, mas sem usar seu truque de subir em árvores e
pular de galho em galho ai seria covardia. – Tem que ser por terra e com
plateia para aplaudir a minha vitória. Disse o coelho.
- Oras! Porque não vai aborrecer outro do seu tamanho me deixe em paz,
disse o macaco e completando falou, estava até querendo ir a sua procura e
dar-lhe uns bons conselhos antes que o pobre amigo seja esmagado, sua arrogância
já perdeu a graça. Agora suma daqui. Concluiu o macaco na dele deitado
espalitando os dentes depois de ter devorado um cacho de bananas.
- Tá com medo! Tá com medo! O macaco não tem coragem. - gargalhava o
coelho dando cambalhotas. O que irritava cada vez mais o macaco.
Com um passar de braço o macaco pegou o coelho pendurou pelas orelhas
enquanto o pobre se debatia implorando se urinava todinho.
-Solte-me! Por favor, mestre
macaco deixe esse pobre e indefeso coelhinho ir embora, chorava o coelho
apavorado.
O macaco nada disse do alto soltou o coelho que caiu esparramado no chão
enchendo o focinho de gramas secas, cambaleou levantou e saiu em disparada como
se tivesse sido soprado pelo vento desaparecendo nas campinas. Fazia dias que nem noticias daquele metido
que com certeza havia aprendido a lição.
Engana-se quem pensou que o coelho iria se conformar como os avisos do
macaco, logo que se recompôs saiu ele outra vez desafiando quem fosse
encontrando pelo caminho, alguns bobos até apostavam uma corrida, mas perdia
feio além de perderem uma bela quantia arrancada pelo espertinho do coelho
Zelito, até outros da sua espécie ele se atrevia a desafiar e como ganhava
todas as corridas espalhavam-se a fama
de que ele era mesmo o mais esperto e veloz daquela floresta.
O coelho se sentindo o melhor ansiava dominar toda aquela região com a
sua esperteza e assim sai em direção à outra parte da floresta quando encontra
um bosque daqueles que dava gosto morar anda de um lado do outro e encontra um
grupinho o jabuti o camaleão o guaxinim e a coruja jogando cartas. Só que ali
também vivia o leão considerado o rei
daquela parte da floresta temido e respeitado por todos, pois ou o obedecia ou
virava banquete para seu jantar de paladar aguçado.
O coelho mexeu o nariz sacudiu o
rabinho abanou as orelhas antes de dizer:- Lá de onde eu venho sou temido por
todos pela minha esperteza e velocidade, desafio um ou todos vocês para uma
justa corrida até esse tal de rei que tanto falam com admiração.
Não tiveram tempo de responder na porta de uma das casas com cara de
assombrada surge o leão que acabava de acordar faminto e dando um urro todos
correram para levar o seu farto banquete.
O bobo do coelho querendo parecer simpático foi até ele dizendo: - Olá
senhor majestoso rei disse esticando a cabeça para ver lá dentro da casa como
se quisesse ser convidado para se banquetear.
O leão nada respondia, pois não tinha tempo a perder com uma coisinha
insignificante, mas ao olhar melhor lambeu a língua ali estaria o seu jantar.
Todos olharam espantados e com pena do bichinho peludo- Coitado foi cair
nas garras do chefe logo estará numa panela coberto de legumes- do jeito que o
leão adora carne de coelhos esse nem deu trabalho para o cachorro ir caçar veio
ele mesmo se oferecer. Completou os animais.
O coelho ouvindo aquilo saiu correndo
para o bosque o cachorro do mato em seu encalço, , correu, correu e quanto mais corria sentia
os passos e os latidos do cachorro. Mas pela sua astucia ele conseguiu se
salvar e conseguiu entrar na floresta encantada ali ele não entraria ou seria
preso ou morto e foi com alivio que encontrou a caverna do senhor raposão e caiu desfalecido sem folego. Naquele
momento o coelho decidiu que jamais iria menosprezar a qualidade dos outros e
jamais confiaria em animais de outras florestas nem sairia mais por ai se
vangloriando da sua esperteza ou seria expulso pelo poderoso carvalho que
ordenaria o vento para que o soprasse para bem longe de onde ele jamais
acertaria o caminho de volta.
Autoria- Irá
Rodrigues
https://iraazevedo.blogspot.com/
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