Era uma vez...
Crianças apressadas chegavam
Em silêncio se sentavam ao redor da
mesa
Para ouvirem mais histórias com
certeza
Daquelas que os sábios velhos contavam...
Um dos velhos convidou a aranha para tecer os
versos.
Depois convocou as formigas para
picotarem a poesia.
Sabendo da criatividade das abelhas,
Convidou para adoçarem cada frase.
O beija-flor se encarregou de
espalhar pelos quatro cantos do vento até chegar ao arco-íris que semearia suas
cores deixando a historinha toda colorida.
Lá do céu, uma estrelinha observava
aquela movimentação, querendo ajudar enviou luzes para deixar os versos todos
iluminados.
O sabiá logo abriu o bico e começou
a declamar chamando a atenção de todos os bichinhos da floresta.
O leopardo que gostava muito de uma
cantoria foi correndo perguntar:
- Como se faz para aprender escrever
versos?
Não sou bom das letras como os
passarinhos, mas posso aprender rapidinho, Completou o leopardo falando com o
sábio velho.
O velho curvou-se para responder:
- Como pode um leopardo tão forte,
tão feroz e ter a sensibilidade dos versos querendo se juntar aos bichinhos
indefesos e um velho fraquinho assim como eu.
Eu não acredito! Acrescentou o velho na sua sabedoria.
O leopardo deitou-se à sombra e
disse com voz doce:
- Não sou tão corajoso assim nem tão
feroz que não possa me encantar com a doçura dos versos.
O velho pensando bem disse:
- Então chegue mais perto e seja bem
vindo, mas não faça maldade, uma vez que aqui todos estamos indefesos.
O leopardo querendo mostrar que era
diferente e estava cansado de fazer maldades atacando animalzinho disse ao velho diante do olhar
desconfiado de todos até das crianças que estavam encantados ao chegarem assim
tão perto do temido leopardo.
- Podem me amarrar, corro lá na
serra e trago cipó e sem esperar resposta correu trazendo entre os dentes feixe
de cipó jogando aos pés do velho.
O velho sorriu, alisou a cabeça do
leopardo e falou encorajando a todos pela confiança.
- Não será preciso amarrá-lo, terás
que provar a sua lealdade e para isso terá que levar esse baú até o centro da
floresta. O leopardo não discutiu, o baú foi amarrado em suas costas, ajeitou o
lombo e saiu em disparada.
Quando chegou ao lugar estava
havendo uma festa. O baú foi colocado ao chão bem no centro, todos os bichos
correram, mas quando a tampa foi aberta as historinhas se espalharam flutuando
feito borboletas coloridas, o local foi se enchendo e quanto mais historinha
saia do baú, outras surgiam.
E assim a floresta quebrava a
calmaria do silêncio juntando-se a euforia da fantasia espalhando as mais
lindas poesias.
Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário