Fui lá à minha infância
Lembrando-me de uma ovelha
A pobre não tinha lã
Mas tinha um brinco na orelha
Vivia se metendo em tudo
Um dia a coitada foi picada por uma
abelha.
Inchou da cabeça ao rabo
A pobre se esfregava na terra
Parecia que a dor passava
Engraçado que ela nunca berra
Dizia o velho Zé da Cabana
Que morava no pé da serra...
Sem a ovelha melhorar
Resolveram dar caldo de aipim
Nem o milho ela conseguia engolir
Mas adorava comer ração com alecrim
Era muito folgada aquela ovelha
Parecia dizer que tudo era ruim...
Imagine se ela fosse humana
Querendo ser assim protegida
Exigindo cuidado e carinho
Aconchego lençol e comida
E assim a dengosa vivia
Curtindo essa boa vida...
Assim terminei na arte do improviso
Se gostar comenta um pouquinho
Não gostou deixa ele pra lá
Depois falo do amigo passarinho
Um atrevido parceiro da ovelha
Que morava ali pertinho...
Autoria: Irá Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário