Finalmente as
férias, o dia acorda agitado, o galo gritava como se avisasse: Ou correm ou
perdem o ônibus. O cachorro abanava a calda correndo de um lado a outro já
sentindo falta da sua amiguinha. O gato dormia na maior preguiça.
Aninha iria visitar
a avó e juntas iriam a sua mãe, duas amigas cada uma com uma filha.
E no corre, corre
chegam estação onde o ônibus e logo seguem pelas estradinhas
no meio da poeira sacolejando pelos
campos, atravessam pontes passam em vilarejos.
A tardinha lá
estavam no aconchego daquela casinha, ali não faltava quintal nem árvores
frutíferas, a cadelinha Fifi deitada na
varanda rodeada de flores perfumadas.
Nos dias que se
seguiram foram só de alegria, carinhos da vovó e muitas historinhas para ouvir
enquanto a noite chegava trazendo milhões de vaga-lumes com suas bundinhas
luminosas.
Uma semana se
passou, era hora de voltarem para casa, dessa vez fizeram a viagem por outra
estradinha, a principal estava impedida pela enchente que levou a ponte na
correnteza do grande rio. O ônibus sobe relevos ondulantes, verdes e verdes as
quebradas e o vento nem sinal de casas, nem gente passava por aquela região.
Adiante uma curva entram numa estradinha
de barro vermelho, encurvando-se atrás da colina, nos campos vacas, cabras,
cabritos espalhavam-se debaixo das árvores ou na beira da aguada dos açudes, no
meio da tarde quente surgem casinhas com varandas onde mulheres conversavam,
crianças embalavam-se em redes. O ônibus seguia e no alto da montanha mais e mais casinhas coloridas tão juntinhas umas das outras pareciam
abraçadas com portas e janelas abertas com vasos de flores enfeitando a
entrada. Por ali resolveram parar para descansarem e seguiriam viagem na manhã
seguinte quando todos estivessem descansados.
Grupos de pessoas
sentadas contemplando a bela paisagem lá embaixo do vale. Crianças brincando de
gangorra eram felizes naquele mundo isolado.
O povo ali viva
contente, no meio da tarde de uma segunda-feira era sempre hora de se reunirem
para um bate papo, um dedo de prosa.
Era um mundo
encantado perdido no alto de uma colina no meio da mais encantada floresta onde
os animais circulavam por todos os lados brincavam com as crianças e à noite
todos se reuniam embaixo de uma grande árvore para falarem da luta do dia.
Ali não tinha urgência, barulho só do canto dos passarinhos
e do farfalhar das folhas quando o vento assobiava e dos gritos felizes das
crianças que corriam livres, ali não existia poluição, davam-se o luxo de
respirar ar puro, de brincar, conversar e descansar a hora que desejasse.
Assim que o sol
despertava, bandos de macaquinhos passavam fazendo algazarra, grupinhos de
esquilos que só faltavam pular pela janela quando o ônibus partia.
Aninha ficava cada
vez mais encantada quando bandos de
passarinhos voavam, as flores de alecrim entre o capim na margem da estrada
impregnava o interior do ônibus com seu perfume. A cada lugar o ônibus parava
para quem desejasse fotografar o mais belo pôr do sol entre o rendilhado das árvores.
Á noite chegou à sombra da noite engoliu o dia
nem um fiapo de sol era visto e a lua atrasou, não podiam admirar a paisagem,
apenas apurar o ouvido para ouvir o canto dos passarinhos em busca de agasalho
ou o grito de um animal faminto em busca da sua presa.
Aninha cansada
adormeceu.
Enfim a viagem
acabou.
autoria- Irá Rodrigues
Diretora
Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil
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