Era uma dessas manhãs, quando a natureza toda agitada
desperta os passarinhos antes que o orvalho seja secado pelo olhar do Sol.
O sabiá abre o bico, estica uma perna, depois a outra,
abre as asas se alongando, enquanto o bem-te-vi lava a cara no orvalho
engolindo algumas gotas para afinar o bico e começa a cantar como se estivesse
falando com o Sol, Bem-te-vi....Bem-te-vi...
O sabiá que não quer prosa continuava se espreguiçando,
até que satisfeito diz;
- Pronto! Agora podemos começar o dia fazendo uma bela
refeição- Logo arregalou os olhos- Veja que refeição suculenta, e, devorou o
despercebido besourinho que dormia tranquilo no galho onde os dois passarinhos estavam empoleirados.
Oba! – Arrotou satisfeito o sabiá depois de ter engolido
os cinco pobrezinhos, com certeza a família inteira de besourinhos indefesos.
O dia já seguia apressado, o Sol esquentando e secando as
ultimas gotas de orvalho, os dois passarinhos bateram asas para novas aventuras
nos capinzais que cresciam na beira do rio.
Lá chegando
assustaram ao ver a multidão de
passarinhos atentos ao que o temido gavião dizia:
- Como sabem somos os pássaros mais temidos da floresta, então decreto o meu
primeiro ato, será abolido toda e qualquer atitude que venham tomar sem a minha permissão e
assim todos obedientes poderão continuar com a vida protegida dos perigos, meu
bando estará sempre de olhos observadores a qualquer perigo que apareça por
toda a floresta.- Disse o gavião estufando o peito ao ser aplaudido por outros
gaviões.
Achando aquilo tudo um desaforo, tanto o sabiá quanto o
bem-te-vi não iriam aceitar aquela arrogância do gavião e assim que o bando
partiu se achando cheio de poder, os dois se aproximaram dos bobos passarinhos
que a tudo ouviam de bico baixo.
- Escutem aqui! Gritou o sabiá. Deus a floresta criou o dia e a noite, o sol e
chuva, o orvalho, o vento, criou a vida dos insetos, passarinhos ,plantas e
todos os outros bichos grandes e pequenos, que voam ou se rastejam. Mas eu na
sabedoria de um sabiá não me lembro que ordenou alguém para chefiar tudo isso e
sim para que possamos viver em harmonia, liberdade e cuidar para que nunca nos
falte alimento.
Portanto, não vamos seguir aquele gavião metido a rei, o
que ele tem muito é maldade.- Concluiu o sabiá diante dos olhos atentos dos
companheiros passarinhos.
Todos ouviram e
concordaram que o gavião e seu bando
mereciam receber uma lição e assim planejaram uma reunião convidando-os.
Claro que os gaviões chegaram empolgados achando que
seriam recebidos com festa e aplausos merecidos por um rei como diziam ser.
O que eles não esperavam era que todos os bichos da
floresta estavam presentes e prontos para responder a sua arrogância.
As formigas se encarregavam de atacar enquanto outros
insetos voadores e os passarinhos
completavam a tarefa de espantá-los de vez das suas tiranias.
E assim, os gaviões entenderam que a floresta era para se
viver em harmonia e não chefiada por alguns e obedecida por outros.
A partir daquele dia a floresta continuou em harmonia,
onde cada um vivendo em seu espaço sem invadir a liberdade do outro.
Autoria-
Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora
Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil
Nenhum comentário:
Postar um comentário