Numa planície de flores de
algodão vivia uma família muito feliz.
Como sobravam fios para fiar
resolveram contratar as aranhas assim teriam linhas para confeccionar tecidos.
À tardinha colhiam flores para tingir os fios com as mais belas cores, quando o
chão ficava forrado dos mais lindos tecidos convocavam os passarinhos para
saírem vendendo pela redondeza, certa vez, tentando passar pelo rio, o sabiá
levava nas asas pacotes de tecidos floridos quando uma flecha acertou uma das
suas asinhas fazendo cair gemendo de dor.
O dia se passou veio a
noite, na manhã seguinte, conseguiu voar baixinho até a aldeia onde foi
recebido e cuidado pela senhorinha que a
contratara para ser vendedor de tecidos.
Enquanto estava em repouso
não faltavam carinhos e cuidados, outros passarinhos pousavam na janela e
cantavam para alegrar o seu amiguinho enfermo de asa machucada.
No fim de cinco dias, já se
sentindo bem se despediu da bondosa senhorinha, apanhou o pacote de tecidos e
partiu outra vez, dali em diante, tomou mais cuidado e só voava entre as
árvores onde caçadoras não o encontraria, passaram muitos dias e o sabiá não
retornava às aranhas a senhorinha e outros passarinhos achavam que o pobre deve
ter sido outra vez atingido por alguma flecha.
O tempo se passava o sabiá
havia voado para muito longe e lá encontrou muitos da sua família que não
conhecia, muito feliz ele foi recebido
com uma grande festa fortalecendo os laços familiares, a partir daquele dia,
começou a viver outra vida, ali iria construir a sua família, encontrou uma
bela e jovem sabiá com quem pretendia se casar e ter os seus filhotes.
Certa noite, o sabiá
brincava com a sua amada quando de repente lembrou-se da planície de flores de algodão, sentiu saudades da
senhorinha, de repente uma lágrima caiu dos seus olhinhos.
- Por que choras? Perguntou mocinha
sabiá.
- Senti saudades do lugar de
onde venho. - Preciso voltar, disse o sabiá.
De
repente a Lua clareou como se desse um sinal de que ele estava certo, na manhã
antes que o Sol acordasse os dois bateram asas e partiram em direção ao destino
que atraia tanto o sabiá. A planície de algodão.
Daquele
dia em diante, quando a Lua brilhava os dois sorriam felizes e brincavam nas
flores branquinhas e felpudas de algodão como se escorregassem numa nuvem de
flocos macios.
E assim
os dois construíram a sua família na laranjeira ao lado da casinha da
senhorinha que ficava no meio da planície de flores de algodão.
E assim o
sabiá concluiu que o amor que recebeu da senhorinha pagaria também com amor.
Autoria
Irá Rodrigues
http://www.recantodasletras.com.br/contos-infantis/6098512
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