terça-feira, 17 de outubro de 2017

COELHO ZÉ





Era uma vez o coelho Zé que nunca acreditava em bruxas e fadas.
Para resolver esse caso ele precisava provar a todos e assim decidiu ir sozinho para a floresta e arrumou a sacola e lá se foi, no caminho encontrou com a minhoca saracoteando e perguntou se tinha visto alguma bruxa por ali, a minhoca nada respondeu e na terra se enfiou.
Decidido sai o coelho cantando:
Se pensa que vou desistir
Enganaram sim senhor
Sou o coelho Zé
Daqui não arredo o pé
Até provar a todo mundo
Que bruxa é invenção
E fada só ilusão.
Vou mostrar no final
Que se uma aparecer
Comigo vai ser fatal...
O dia estava lindo, o céu todo azulado, sai Zé pulando pela floresta, todos que vai encontrando ele logo interroga:
- Senhora Lagartixa viu a fada ou a bruxa voando nas árvores?
A lagartixa balançou a cabeça nem concordando e nem discordando.
Disposto a não discutir ele sai, quando por trás de uma árvore surge uma velha com ar de boazinha, o coelho logo se adiantou, chegando bem pertinho.
- Nossa! A senhora está muito sujinha e fedida. Parece que caiu num lamaçal! Ou não toma banho? Indagou espirando pelo cheiro forte da velha.
- Deixe de ser um coelho metido ou irei te colocar em minha sopa, adoro uma carne suculenta de coelho intrometido. Disse a velha mostrando apenas dois dentões.
O coelho de besta não era, mesmo se achando sabido e com toda a sua estripulia, os pelos se arrepiaram, as pernas tremeram, os dentes começaram a se baterem. Esbugalhou os olhos e deu no pé antes que acabasse numa panela.
E foi aquela correria, não sabia em que direção seguiu e quando percebeu estava perdido, ansiando de tanto cansaço e sem ar ele pensou: - E agora que direção tomar para chegar a  minha casa?
- Você parece assustado, disse uma voz fininha bem pertinho.
O coelho não parou para responder saiu em disparada pela floresta afora. Precisava sair dali o mais rápido ou acabaria nas mãos daquela velha fedorenta.
A voz ficava cada vez mais perto, parecia um som espalhado pela floresta que chegava assim aos seus ouvidos.
- Acuda-me, eu estou perdido, não quero ser devorado ainda sou moço para acabar em uma panela. Pensava o coelho em voz alta e tremula pelo medo.
Sem forças para continuar, o coração querendo pular pela boca, ele se escondeu atrás de uma árvore até as plantinhas se balançavam com a sua tremedeira;
De olhos fechados ele orava:
- Senhor que protege os animais da floresta, tenha pena desse pobre coelhinho tão indefeso.
- Pare de correr, disse a voz do alto da árvore, olhe para cima eu não sou a bruxa que você está fugindo.
O coelho de olhos fechados batia os dentes de tanto tremer. O silêncio  caiu na floresta, depois de alguns minutos abriu os olhos ficou quieto quando viu uma pequenina fadinha flutuando a sua frente. Ela sorria soltando estrelinhas.
O coelho arregalou os olhos, não duvidaria mais que existiam mesmo bruxas e fadas naquela floresta. A fadinha sorriu, siga naquela direção vai chegar rapidinho em sua casa e em segurança, não precisa correr está tudo tranquilo e a bruxa uma hora dessas está em sua casa roncando.
O coelho não esperou mais nada e partiu em disparada sem olhar para trás.
Moral da história. Não duvides nunca daquilo que não tem certeza.

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