segunda-feira, 15 de setembro de 2025

LAGARTIXA MARGARIDA


 


E ASSIM VAI COMEÇAR AS AVENTURAS DA LAGARTIXA MARGARIDA






 

Certo dia a lagartixa Margarida, querendo desfrutar a vida, resolveu fazer um comunicado. Chegou na pracinha da cidade, ao ver que estava lotada aproveitou a oportunidade.

- Estou cansada de viver sozinha, só ficarei encalhada se nesta terra não estiver um moço galante para me desposar. Disse se achando radiante.

 

- Não se avexe, você é solteirona e deve continuar. Quem aqui dessa região vai se interessas por uma lagartixa fofoqueira. Disse a prima Tixa.

 


 

Não gostando da resposta, saiu soltando fogo pelas ventas, encontrou o calango Tião que foi dizendo sem rodeios.

- O que aconteceu para ficar assim tão desesperada?

- Saia de perto, ou serei capaz de atropelar sua arrogância. Gritou Margarida, saindo furiosa e foi se refugiar no alto de um rochedo, assim não teria quem lhe tirasse a paz.

 





 

Depois de dias nublados, o Sol abriu os olhos, a lagartixa resolveu tomar banho de Sol. Vestiu um biquini, passou bronzeador, colocou óculos escuros e chapéu.

 

Passou toda a manhã espichada num lajedo, o Sol muito quente e sem beber água, coitada, estava toda sapecada. De tanta dor no corpo, gritava, ninguém ouvia, a língua já estava seca dentro da boca, desidratada gemia se arrastando até chegar em casa.

 




 

Foi direto se olhar no espelho, assombrou-se com o que viu, estava sapecada, o corpo ardendo, nem conseguia mexer a cauda, a cara parecia um pimentão avermelhado, ardia feito brasa,




 

-Bem-feito gritou um passarinho atrevido, agora fica aí sozinha, ninguém vem te ajudar e partiu cantando bem-te-vi, bem-te-vi.

 

A pobre só gemia e chorava, nem força teve para responder o atrevimento daquele passarinho.

Passou quase uma semana sem conseguir sair de casa, pouco se alimentava, dormia a maior parte do tempo.

 



O dia amanheceu chovendo, entediada saiu para caçar, sobe num rochedo fica tonta, nem um besourinho para matar a sua fome. Triste e faminta viu de longe o calango Sebastião espichado de barriga cheia arrotando e alisando a pança.





Sem saber explicar, sentiu-se enciumada, sonhava com um belo almoço, uma sopinha quente, uma salada, nada encontrava. O calango ali sossegado nem imaginava que estava sendo observado.

Bem devagarinho se aproximou, o calango roncava, com certeza bem alimentado, sem rodeios foi logo perguntando.

- Onde encontro algo para comer, andei a manhã inteira, estou esfomeada.

 


Ao ver uma teia de aranha abocanhou de uma vez, a pobre tecia seus fios e nem percebeu a artimanha da lagartixa que suspirava satisfeita, de barriga cheia afastando-se, quando o calango gritou:

 

- Não seja assim sem educação! Vem aqui, me acorda e sai sem dizer nada.





 

Esmeralda nem olhou para trás, voltou para casa cantarolando. Confabulando com seus pensamentos, subiu numa árvore, tenho poder, vou voar feito passarinho, amarrou nos braços asas de papel, começou a ensaiar, de nada adiantava, a chuva ficou forte molhou as asas.

 

Pensou: Não irei desistir, amanhã outras asas irei fabricar.





 

No dia seguinte, o Sol nem apareceu, a chuva caía feito temporal. Então pensou: Sou persistente, sem nada para segurar, se esborrachou no chão. Ainda bem que caiu no seu jardim, a queda foi amortecida nas flores, quebrou apenas uma patinha, o dedinho do pé e a ponta da cauda.

Ficou deitada no meio do lamaçal. A irmã que foi visitá-la ficou preocupada ao ver Margarida gemendo, logo outras lagartixas chegaram para acudir.

Sem poder sair de casa, começou a escrever poesia, era seu novo sonhos, virar escritora e poetisa.





 

CERTA MANHÃ

Acordou na maior folia

Foi para a frente do espelho

Passou batom vermelho

Fez uma fotografia.

 

Sorrindo mostrou o dente

Admirou-se por instante

Viu que estava radiante

Saiu toda contente.

 

Na rua sentiu-se encantada

Ouviu o calango dar psiu...

Rebolando ela seguiu

Feliz em ser cortejada.

 

 

 

 

 

 

 

RECLAMONA

 

De longe ela espiava

A preguiça de dona lesma

Nojenta e pegajosa

Pelo chão se arrastava.

 

Viu no canto do salão

O besouro e o cascudo

Falavam da má fama

Do temido pulgão.

 

Chegou o vaga-lume

Trazendo luz e alegria

Só não esperava encontrar

A centopeia com seu azedume.

 

Que a tudo reclamava

Vivia no mundo sozinha

Com seu jeito resmungona

Dela ninguém gostava...

 

 

 

 

 

ENTEDIADA

 

 

Resolveu ir passear

Chega um pobre besouro

Com medo de ser devorado

Fugiu dali apressado...

 

A lagartixa lambeu a boca

Uma sopa de besouro

Serviria em seu jantar

Comeria até se fartar.

 

E continua a lagartixa

Esperando a hora certa

Se arrastando de levinho

Para pegar o coitadinho.

 

O besouro que não era bobo

Com medo de ser engolido

Tratou de se mandar

A lagartixa ficou sem jantar.

 

Mas se por descuido a lagartixa o pegasse

Com certeza se arrependeria

Iria fazer tanta lambança

Dentro da sua pança.

 

 

 

 

 

VAIDADES DE MARGARIDA

 

 

Aos domingos adora sair para passear

Dessa vez caprichou no visual

Iria com as amigas a um festival

Disposta a encontrar um moço para se casar.

 

Acordou cedo tomou banho na torneira da pracinha

Querendo ficar linda usou um vestido de bola

Pegou o chapéu, colocou lanche na sacola,

Na outra mão um leque e a sombrinha...

 

Muito vaidosa não se esqueceu do batom vermelho

Nem de colocar um laçarote na cabeça

Voltou da porta antes que se esqueça

Admirou-se em frente ao espelho.

 

Saiu feliz, pois estava muito elegante,

Daquele festival sairia enamorada

Quem sabe até voltaria casada

Pensou- quero um moço bem-falante...

 

Não gostava de moço muito calado

Diziam que ela falava pelos cotovelos

Que a sua língua era bem maior que um novelo

Quando estava todo desenrolado.

 

Toda contente vai a lagartixa passear

Cantarolando seguia pela rua

Sorriu feliz confabulou com a lua

Amiga Lua hoje eu vou desencalhar...

 

 

 





A PRIMAVERA

 

Margarida acordou

Foi se deitar ao sol

Logo se espicha

Folgada essa lagartixa.

 

Era estação da primavera

Flores no campo perfumava

De biquíni e chapéu de sol

Atraente ela se achava.

 

Preguiçosa ela tira uma soneca

Desperta com a barriga roncando

Olha com olhos cobiçados

Um besourinho que vai passando.

 

Zaz!... Nem deu tempo ao bichinho

Tentar dali escapar

De barriga cheia ela arrota

- Que delícia de jantar.

 

 

 

 

OS PESSEIOS

 

Pense numa lagartixa

Que adorava sair de casa

A noite se escondia

Para caçar bicho de asa.

 

Seu café tinha que ter mosquito

Para o almoço uma baratinha

Daquelas que circulavam

Nas paredes da cozinha.

 

O verão chegou precisava passear

Resolveu que iria passar o dia na praia

Pegou a sacola e o sombreiro

Vestiu maiô e uma saia.

 

De óculos escuros saiu sozinha

Tomou um susto quando viu o mar

Foi uma louca aventura

Até aprendeu a nadar.

 

 

 

 

 

A FUJONA

 

Quando o dia ainda começava a se espreguiçar

Margarida escapava pela janela

Saia para mais uma das suas estripulias

À tardinha ficou cansada de tanto andar.

 

O céu escureceu a chuva caiu

A lagartixa se encolheu num tronco

Já estava toda encharcada

A noite chegou, nem viu.

 

Com medo ficou pensativa

O frio começava a congelar

Queria sua caminha quente

A chuva só aumentava.

 

Pensava na sua casinha

Era obrigada a passar a noite ali

Prometeu que tomaria juízo

Nunca mais fugiria sozinha.

 

 

 



TINHA QUE SER A MARGARIDA

 

Sempre muito arteira

Foi visitar o calango Janjão

Quando ouviu um trovão

Derrubando a casa inteira.

 

A pobre da lagartixa tremia

Correu em disparada

Estava tão assombrada

Que nem viu o que acontecia.

 

Achou que era trovão

Mas de longe viu o gigante

Era um enorme elefante.

 

Ficou por ali tremendo

Se por ele fosse pisada

Coitada seria esmagada.

 

 

 

 



O SONHO DE MARGARIDA

 

Num desses passeios pela floresta

Imaginou ser um jacaré

Pensou se comesse muito iria crescer

E todos teriam que lhe obedecer.

 

Convencida saiu cantarolando

Encontrou a formiga e foi falando

Amedrontada a bichinha saiu correndo

Nem terminou a folha que estava comendo.

 

Esmeralda não se conformava

Queria mesmo ficar enorme

Seria como um jacaré valente

Confiante seguiu contente.

 

Coitada, mais uma vez se deu mal

Todos os bichos gargalhavam

Estava sozinha e abandonada

Num descuido perdeu metade da cauda.

 

 

Agora era uma lagartixa cotó

Seu sonho não poderia realizar

Voltou cabisbaixa para casa

E pensou- Um dia terei asa.

 

Aí poderei sair voando

Já sei! - Serei um dinossauro

E todos terão que me respeitar

Coitada, a lagartixa só sabia sonhar.

 

 

 

 



MAIS UM DOS SONHOS DA MARGARIDA

 

Sonhava ter asas e poder voar

Num tronco resolveu subir

Nem viu a formiga por ali

Passou sem mesmo avisar.

 

Recebeu uma bela ferroada

Gritou a lagartixa apavorada

Ai que dor danada

Sua formiga malvada...

 

Eu só queria aprender a voar

Ir quem sabe de encontro à Lua

Do alto olhar a rua

E ver meu amor passar...

 

Não precisava me ferroar

Olha o que me aconteceu

O meu dedinho cresceu

E a dor é de matar...

 

A formiga resmungona

Oras, deixe de ser chorona

Da próxima vez com certeza

Vai ter mais delicadeza...

 

 

 

 

 

 

 

AS MANIAS BOBAS DE MARGARIDA

 

Esmeralda encafifou nas suas ideias

Que queria ser um enorme jacaré

Ter a força de um trovão

E veloz feito um furacão.

 

Querendo ser por todas temida

Foi ao dentista alongou os dentes

Que nem cabia dentro da boca

Todos a chamavam de louca.

 

Ficou mesmo muito engraçada

De boca fechada os dentes apareciam

Ficou parecendo um serrote

Esmeralda estava sem sorte.

 

Desanimada resolveu morar sozinha

Ficou tão feia nem olhava no espelho

Com esses dentões de navalha

Parecia mais um espantalho.

 

Um dia, a fada apareceu

Vendo a tristeza da lagartixa

Foi saber o que aconteceu,

 

Ouviu tudo sentiu pena

Resolveu ajuda

Mas antes lhe disse

Aprenda a ser como Deus lhe fez

Quem quer tudo nada tem.

 

E assim jogou seu pozinho magico e a lagartixa voltou a ser como era

Aprendeu uma lição e viveria feliz para sempre.

 

 

 


 

E assim termina as grandes aventuras da lagartixa Margarida.






   Autora- Irá Rodrigues















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