CORDELZINHO DOS PASSARINHOS
Feliz de quem acorda
Com o canto de um passarinho
Com toda a sua alegria
Na beirada do seu ninho
E o grito do quero-quero
Desfilando pelo caminho.
Quem não se encanta
Com o brilho de suas cores
O beija-flor e o curió
Pousando entre as flores
E o casal de periquitos
Vivendo os seus amores.
O bem-te-vi amarelo
Com seu canto charmoso
E o pardal trapaceiro
Ou bichinho teimoso
E filhotinho de canário
Com seu jeitinho choroso.
Entre numa floresta
Ouça o canto da passarada
Quando bem de manhãzinha
Desfilam em revoada
Abrindo suas asinhas
Saindo em disparada.
CORDELZINHO DA FAZENDA
Os bichinhos da fazenda
Eram muito animados
Um porco comilão
Bodes atrapalhados
Um galo preguiçoso
Só cantava atrasado.
Um peru imperioso
Uma galinha magrela
A perua Josefina
Só dormia na cancela
O gatinho fiapo
Roncava na janela.
Os bichinhos eram alegres
Do grande ao pequeno
Um boi enfezado
Um cachorro traquino
Até um macaquinho
Que parecia um menino.
Ali reinava o bem
Os insetos festejavam
Cada um se respeitava
E todos comentavam
Até os gafanhotos
Juntos festejavam.
ENCANTOS
DA NATUREZA
Vejam
da sua janela
Bem
no centro do jardim
Todo
bordado de flores
Perfumado
de jasmim
Aquele
lindo colibri
Parece
que canta pra mim.
Naquela
árvore ao lado
Vejam
quantos ninhos
Parece
uma ruazinha
Feita
com mil ninhos
Casinhas
de amor
Abrigo
dos passarinhos.
Ouçam
o canto inebriante
Vindo
daquele lugar
Deve
ser um bem-te-vi
Que
gosta de cantar
Parece
uma orquestra
Embalada
pelo luar.
GIRAFINHA ESMERALDA
Tem bicho de todo canto
A girafa desengonçada
Chegando lá do zoológico
Tentou subir a escada
Encontrou o elefante
Quase sendo atropelada.
Não lhe prestaram socorro
Mancando
ficou a coitadinha
Desistiu
de ir à festa
Foi
embora sozinha
Memo
assim tão comprida
Ela é tão engraçadinha.
De
longe o macaco viu
Com sua
roupa amarela
Chorando
e cambaleando
Parecia
assim tão bela
Quando
viu era a sua amiga
A
girafa Marinela.
O macaco a recebeu
A girafa num desassossego
Chorava se lamentando
Dizia ter perdido o emprego
Abraçando a Marinela
Agradeceu
o aconchego.
Não
seja assim dramática
Deixe
de ser exagerada
Sempre
foi vaidosa
Se
achando engraçada
Em
frente a vida
Deixe
de ser atrapalhada.
A girafa então falou:
Você é uma boa amiga
Saiba que a culpada
É a dona Formiga
Com toda a sua inveja
Resolveu fazer intriga.
AVENTURAS DOS BICHINHOS DA FAZENDA
Quem não gosta da roça
Não conhece um passarinho
Nem o canto da cigarra
Muito menos um porquinho
Tudo tem seu encanto
Até um nobre morceguinho.
São tantas aventuras
O canto do querubim
Até o bicho-pau
Nos galhos do alecrim
E tem o minúsculo
O pássaro papa-capim.
Criança que vive no campo
Pula da cama cedo
Toma leite no curral
Tem cavalo de brinquedo
Toma banho de riacho
Nada lhe mete medo.
O verde desabrochando
Cobrindo aquele chão
Depois da chuvarada
Na beleza do sertão
Alegra os passarinhos
Até o urubu e o gavião.
No sítio é só alegria
Tem um velho jumento
Carregando a criançada
Disposto a qualquer momento
Esquece que o pobre
Também tem sentimento.
Criança feliz é assim
Nunca perde a esperança
Sobe em pé de frutas
Rindo enche a pança
Uma pequena brincadeira
Logo vira uma festança.
Esse sítio é do Zezinho
Que cuida dos animais
Cuida até dos insetos
E os amam demais
Ali é o seu mundo
E tudo que ele faz.
Antes de o Sol nascer
O galo começa a cantar
Feliz ele pula da cama
É hora de brincar
O dia fica pequeno
Para tudo se aproveitar.
Parece que vai chover
Olha, vem o redemoinho
A coruja apressada
Cuida do seu filhote
O quero-quero apressado
Grita pelo caminho.
Lá vem a tempestade
Já começa a trovejar
Primeiros pingos de chuva
O céu vai clareando
É a benção de Deus
O nosso chão se molhando.
Correram para a cozinha
Cheiro de café coando
Sentaram-se na mesa grande
O pãozinho estava assando
Zezinho todo animado
Ainda quente vai pegando.
A chuva encheu o lago
Correu forte a correnteza
Sapos cantam festejando
Abençoando a natureza
Para o menino Zezinho
É sua maior grandeza.
Assim que a chuva passa
É hora de brincar
Fazer barco de papel
Na correnteza ir soltar
E vai descendo ligeiro
Parando em algum lugar.
Aquela tarde era calma
Na sombra do umbuzeiro
Brincavam de pega-pega
De peão e de vaqueiro
Até perderem a hora
Ficando o dia inteiro.
Zezinho ficou empolgado
Quando viu a joaninha
Brincava numa flor
Junto de uma abelhinha
A cigarra e o beija-flor
Sem faltar a lagartinha.
FESTA A FANTASIA
Houve uma grande festa
Que seria em homenagem
A famosa andorinha
Principal personagem
Para trazer os presentes
Os duendes vieram de carruagem.
A pardoca resolveu
Se vestir de realeza
Saiu de braço dado
Parecia uma princesa
O pardal se empolgou
Nunca viu tanta beleza.
Da floresta surgiu
Um passarinho manhoso
Vestido todo a rigor
Parecia um moço garboso
Trazia no bico uma flor
Meio tímido e generoso.
Logo foi se apresentar
Sou viajante e trabalhador
Ando por ai buscando sonhos
Minha retribuição é o amor
Sou filho dessa floresta
Não nenhum galanteador.
Logo aparecia a andorinha
Vestida de bailarina
O passarinho se encantou
Por aquela bela menina
Parecia mesmo uma fada
Ou quem sabe uma colombina.
E se ela fosse mesmo
Sorrindo assim pra mim
Eu com certeza seria
O seu nobre arlequim
Não lhe daria uma rosa
E sim todo o jardim.
O bem-te-vi enciumado
Abriu o bico e cantou
Outros passarinhos seguiram
O salão logo lotou
Uma bela poesia
A andorinha recitou.
IRÁ RODRIGUES,
Professora aposentada, licenciada em geografia, contadora de
história, autora de doze livros infantil editado aqui e em Portugal.
Condecorada com título Monteiro Lobato, participação em várias antologias
infantil.
Irá
Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
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