A professora Cotinha transformava as suas aulas em
um verdadeiro conto de fadas, entra na sala dá um sorriso para a sua turminha
todos sentados no chão ansiosos para mais uma das lindas historinhas.
Tia Cotinha como era carinhosamente chamada por
causa do seu jeito bondoso senta ao
centro da roda enquanto olhinhos brilhantes não desgrudam da amada professora,
- Tia que bicho vai entrar hoje na nossa aula? Perguntou
Mariazinha a mais meiguinha da
turma, uma garotinha de cabelos encaracolados e sardas no nariz.
- Vamos fazer uma viagem pelos livros e juntos
iremos escolher quem vai participar da
nossa historinha, - Disse dona Cotinha.
- Tia conta a de Maria e João? – pediu Pedrinho o
mais tímido da sala.
Com passadas pequenas dona Cotinha caminha com os
alunos para a sala onde ficavam todos os livros de historinhas.
- Vamos escolher uma que combine com o tema da
nossa aula. Com cuidado ela vai pegando livro por livro. – Achei! Vamos ouvir a historinha da raposa atrapalhada e da
galinha sabida. Pegando o livro voltam para a sala de aula, ao passar pelo
pátio dona Cotinha para um pouco para admirar a beleza do verde das montanhas
sendo regada com chuvinha fina levando-a a fazer um retorno a sua infância
quando nas tardes chuvosas a sua avó reunia os netos para ouvirem as
historinhas daquela época que não tinha livros e todas eram passadas de geração a geração.
Sentem-se
pediu dona Cotinha. – vamos ouvir uma historinha de uma raposa
atrapalhada que sempre era enganada por uma galinha sabida.
Todos atentos os olhos nem piscavam,
- Era uma vez numa fazenda bem ao pé da serra as
galinhas ciscavam soltas pelos campos degustando as fartas sementes e só retornavam
à tardinha felizes de papos cheios. Todas as galinhas morriam de
medo das raposas que rondavam em busca de um jantar saboroso com carne fresca,
no meio uma das galinhas tinha a
pretinha muito metida a sabida e não se preocupava com nada muito menos de uma
raposa boba e atrapalhada.
Uma tarde a galinha pretinha reuniu todas as outras
galinhas e foram ciscar bem ao lado do riacho, ciscavam daqui bicavam dali
e sem perceberem estavam próximas a toca das raposas. Na porta
a raposa atrapalhada tomava banho de sol e nem se moveu ao ver as galinhas se
aproximando,
- Que raposa mais boba essa, tantas galinhas gordas
e ela nem se move, - Disse a galinha pretinha.
- Não estou com fome e não sei caçar, respondeu a
raposa. Meus pais sim adoram uma galinha e está por ai a procura, quem sabe uma
de vocês queira ficar aqui assim quando voltarem eu digo que eu a peguei.
Não tardou e ouviram as passadas das raposas, as
galinhas mais que depressa deram no pé, antes a pretinha precisava aprontar uma
com aquela raposa boba e combinou de se encontrarem no dia seguinte assim uma
das galinhas viria com ela como se fosse caçada pela mesma.
A raposa toda empolgada concordou e na manhã bem
cedinho foi ao encontro marcado, chegando lá só estava à galinha pretinha que
levou a raposa para uma armadilha.
Como a filha não voltou à família resolveu
encontrar uma maneira de se vingar das galinhas, pela manhã ficou a espera na
beira do rio onde elas costumavam ir ciscar.
- Se escondam- Disse o papai Raposo. Eu fico aqui e
quando estiverem todas juntas pego de
surpresa.
Esperou, esperou, o sol ardia à fome dominava e
nada das galinhas chegarem. Resolveram voltar para casa e planejar outra forma
de pegar.
Ao entrarem na toca lá estava à galinha pretinha
rindo com a raposa, o papai cheio de artimanha correu para abocanhar a galinha
e caiu numa armadilha. A galinha gargalhava enquanto o Raposo uivava de raiva.
- Escuta aqui sua galinha, me pegou por que estava
distraído, vamos fazer um trato você me liberta e eu juro nunca mais comer carne
de galinhas.
A galinha sabida como era não iria acreditar nas
palavras daquela raposa astuta. - Há há há. Gargalhou a galinha deixando a
raposa roxinha de raiva,
- Não acredito em suas falsas palavras. Vai ficar
ai até amanhã quando resolvo o que merece. Disse a galinha.
A raposa ficou furiosa de tanta raiva, sem solução
precisava esperar a noite passar e ouvir a decisão da galinha.
O urubu olhou a raposa na armadilha e disse
baixinho:
- Bem feito quem mandou ser idiota e acreditar
naquela galinha esperta, achou que era boba como as outras que acabaram em sua
pança?
- Nada melhor que uma noite bem dormida, Disse a
raposa. Amanhã vou mostrar àquela metida a esperta quem manda aqui na floresta.
E assim tia Cotinha encantou os seus alunos com
mais uma historinha.
O final Os alunos teriam que criar. – Pediu tia
Cotinha.
Autoria-
Irá Rodrigues
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