quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A LAGARTA CARA DE BOLACHA



Era uma vez uma lagarta muito esperta, mas por ter nascido com a cara redonda era chamada de lagarta cara de  bolacha.
A lagarta cara de bolacha morava em um jardim onde as gramas eram sempre verdinhas e assim ela comia, comia até ficar redonda.
 Certo dia chegaram muitos passarinhos dispostos a construírem seus ninhos naquele belo e florido jardim. Uma vez que ali tinha tudo que precisavam para criarem seus filhotes em segurança.
 Lagarta cara de bolacha não estava gostando nada daqueles intrusos. –Pensou: Passarinho gosta de alimentar seus filhotes com lagartinhas, mas ela era uma lagarta bem gordinha e nenhum pássaro iria se atrever a chegar perto dela.
E assim acordava cedinho fazia sua farta refeição e voltava correndo para a sua confortável casinha que ficava numa roseira, ali não iriam construir seus ninhos, com certeza procurariam lugares altos e com mais segurança. Suspirou aliviada.
Uma tarde enquanto tirava a sua soneca pousa ali bem pertinho um passarinho com olhar esfomeado mais que depressa antes que ele abrisse o seu bico e a engolisse ela foi logo se apresentando:
- Ei seu passarinho! Ei!- Eu sou uma lagarta muito famosa aqui no jardim, portanto nem tente me fazer mal, Disse a lagarta com cara de bolacha.
O passarinho achou aquilo um atrevimento daquela lagarta gorducha e foi logo falando:
- Oras! Oras! Eu sou um pássaro e não tenho porque obedecer às ordens de uma lagarta com cara de bolacha. Eu posso engoli você a hora que eu desejar; Concluiu o passarinho.
- Pode parar de falar coisas bobas, Disse a lagarta em tom autoritário. Eu vivo aqui nesse jardim desde o dia em que nasci não é um intruso que chega para acabar com a vida de seres indefesos.
- Eu um pássaro cobiçado por todos do reino dos pássaros perdendo tempo em discutir com uma lagartinha boba. Assim o passarinho bateu asas deixando a lagarta inconformada.
A cobra que ouvia toda a conversa resolve ir falar com a lagarta:
 - Sou parente dos parentes das lagartas, não concordo com as maldades do passarinho, eu posso ajudar amiga lagarta?
- Me ajudar? Disse a lagarta com um olhar desconfiado. Não vejo em que dona cobra possa me ajudar. Concluiu a lagarta.
 
A cobra querendo ser amável disse que poderia ajudar, pois trabalhava na defesa dos bichos que rastejavam  e como defensora não deixaria que um pássaro intruso causasse mal aos moradores daquele jardim.

 A lagarta meio desconfiada olhou bem nos olhos da cobra, ela  precisava confiar afinal cobras não comiam lagartas e sim outros animais maiores.
Então disse:
- Sei que a amiga cobra é mesmo uma parenta bem longe, somos quase iguais então vou confiar em sua ajuda para proteger nós lagartinhas indefesas.

A lagarta se despediu, pois precisava ir ao mercado comprar o seu jantar, quando seu pezinho ficou prezo num garrancho, a cobra deu um salto antes que um passarinho que passava voando baixinho agarrasse a pobre da lagarta e deu um puxão tão forte que a lagarta foi cair do outro lado do jardim.
A lagarta tontinha coitada achando que já estava era no papo daquele passarinho começou a rezar:
- Senhor protetor das lagartas indefesas faça com que eu consiga me salvar... Aqui é tão lindo! Acho que morri e cheguei ao paraíso das lagartas. Pensou tremendo de olhos fechados.
- Credo lagarta, você acredita que morreu e chegou ao céu? Oras! Oras! Aqui é apenas um jardim sua boboca com cara de bolacha. Disse um gafanhoto rindo das bobagens da lagarta cara de bolacha.

A joaninha que também era vitima de alguns passarinhos se penalizou e foi ajudar a pobre da lagarta com cara de bolacha, batendo as suas asinhas foi chamar outros amigos insetos que juntos prometeram cuidar da vida da lagarta, mas para isso ela teria que ser boazinha e deixar que todos pudessem picotar as folhas suculentas das roseiras.

E assim a lagarta com cara de bolacha continuou vivendo no jardim, agora com a proteção de todos os insetos que viviam ali e também fora do jardim.

Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil
Direitos autorais- Lei nº 9.610, de 1998  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS PIPAS