Era uma
vez uma lagarta muito esperta, mas por ter nascido com a cara redonda era
chamada de lagarta cara de bolacha.
A lagarta
cara de bolacha morava em um jardim onde as gramas eram sempre verdinhas e
assim ela comia, comia até ficar redonda.
Certo dia
chegaram muitos passarinhos dispostos a construírem seus ninhos naquele belo e
florido jardim. Uma vez que ali tinha tudo que precisavam para criarem seus
filhotes em segurança.
Lagarta cara de bolacha não estava gostando
nada daqueles intrusos. –Pensou: Passarinho gosta de alimentar seus filhotes
com lagartinhas, mas ela era uma lagarta bem gordinha e nenhum pássaro iria se
atrever a chegar perto dela.
E assim
acordava cedinho fazia sua farta refeição e voltava correndo para a sua
confortável casinha que ficava numa roseira, ali não iriam construir seus
ninhos, com certeza procurariam lugares altos e com mais segurança. Suspirou
aliviada.
Uma tarde
enquanto tirava a sua soneca pousa ali bem pertinho um passarinho com olhar esfomeado
mais que depressa antes que ele abrisse o seu bico e a engolisse ela foi logo
se apresentando:
- Ei seu
passarinho! Ei!- Eu sou uma lagarta muito famosa aqui no jardim, portanto nem
tente me fazer mal, Disse a lagarta com cara de bolacha.
O
passarinho achou aquilo um atrevimento daquela lagarta gorducha e foi logo
falando:
- Oras!
Oras! Eu sou um pássaro e não tenho porque obedecer às ordens de uma lagarta
com cara de bolacha. Eu posso engoli você a hora que eu desejar; Concluiu o
passarinho.
- Pode parar
de falar coisas bobas, Disse a lagarta em tom autoritário. Eu vivo aqui nesse
jardim desde o dia em que nasci não é um intruso que chega para acabar com a
vida de seres indefesos.
- Eu um
pássaro cobiçado por todos do reino dos pássaros perdendo tempo em discutir com
uma lagartinha boba. Assim o passarinho bateu asas deixando a lagarta
inconformada.
A cobra
que ouvia toda a conversa resolve ir falar com a lagarta:
- Sou parente dos parentes das lagartas, não
concordo com as maldades do passarinho, eu posso ajudar amiga lagarta?
- Me
ajudar? Disse a lagarta com um olhar desconfiado. Não vejo em que dona cobra
possa me ajudar. Concluiu a lagarta.
A cobra querendo ser amável disse
que poderia ajudar, pois trabalhava na defesa dos bichos que rastejavam e como defensora não deixaria que um pássaro
intruso causasse mal aos moradores daquele jardim.
A lagarta meio desconfiada olhou bem nos olhos
da cobra, ela precisava confiar afinal
cobras não comiam lagartas e sim outros animais maiores.
Então disse:
- Sei que a amiga cobra é mesmo
uma parenta bem longe, somos quase iguais então vou confiar em sua ajuda para
proteger nós lagartinhas indefesas.
A lagarta se despediu, pois
precisava ir ao mercado comprar o seu jantar, quando seu pezinho ficou prezo
num garrancho, a cobra deu um salto antes que um passarinho que passava voando
baixinho agarrasse a pobre da lagarta e deu um puxão tão forte que a lagarta
foi cair do outro lado do jardim.
A lagarta tontinha coitada
achando que já estava era no papo daquele passarinho começou a rezar:
- Senhor protetor das lagartas
indefesas faça com que eu consiga me salvar... Aqui é tão lindo! Acho que morri
e cheguei ao paraíso das lagartas. Pensou tremendo de olhos fechados.
- Credo lagarta, você acredita que morreu e chegou ao céu? Oras! Oras!
Aqui é apenas um jardim sua boboca com cara de bolacha. Disse um gafanhoto
rindo das bobagens da lagarta cara de bolacha.
A joaninha que também era vitima de alguns passarinhos se penalizou e
foi ajudar a pobre da lagarta com cara de bolacha, batendo as suas asinhas foi
chamar outros amigos insetos que juntos prometeram cuidar da vida da lagarta,
mas para isso ela teria que ser boazinha e deixar que todos pudessem picotar as
folhas suculentas das roseiras.
E assim a lagarta com cara de bolacha continuou vivendo no jardim, agora
com a proteção de todos os insetos que viviam ali e também fora do jardim.
Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura
Infanto-juvenil
Direitos autorais-
Lei nº 9.610, de
1998
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