NÃO
SE CALE DENUNCIE
Criança
tem que brincar e estudar
O
tempo de trabalhar vai chegar
Cada
coisa no seu tempo e no seu lugar
Então
deixa de explorar...
Tem
criança por ai que trabalha para sustentar
O
pai que só quer beber
A
mãe que não quer nem saber
Se
o filho ainda é criança para esse mundo entender...
Criança que trabalha forçado
Os
estudos ficam largados
Os
sonhos acalentados
E
assim o tempo passa a criança só ficou no passado...
Triste vida
Ser obrigada a ir pra
rua
Vender frutas e balas no sinal
Não importa o que fazer
Tem que ter o que
comer...
Dinheiro tinha que trazer
Para minha mãe beber
Não queria ser espancado
E no frio abandonado...
Hoje nada vendi
Para não ser espancado
Durmo aqui na calçada
Sonhando acordado...
Como queria contar
Outro final
Mas na verdade
É a minha realidade...
Um
garoto
Por força do destino
Entre os carros andava
Sem identidade sem nome
Com frio e com fome...
Sozinho à noite
Olhava as estrelas e
sofria
Pedia ao papai do céu
Uma simples moradia...
Tentando mudar de sorte
Fugindo do frio e da
morte
O menino sem nome
Só queria ser um
homem...
Quem não se lembra
Daquele menino sem nome
Que muitos chamavam
pivete
Mas era um menino
carente...
Hoje o menino cresceu e
venceu
Das mãos de Deus recebeu
Um presente cobiçado
Dr. Júlio advogado...
O menino sem nome
batalhou
Com sacrifício estudou
E um dia se formou...
Ele hoje defende
O direito e respeito
Pela criança de rua
Que só tem o chão e as
estrelas
E a mãe como a lua...
Um menino
de rua
Não deixa
de ser criança
Só não tem
o que comer
Com ânsia
de esperança
Vai para o
sinal vender...
Ninguém
entende sua dor
Fecha o
vidro do carrão
Não
enxerga aquela criança
Só pensa
que é ladrão...
As
lágrimas rolam
Tenta na
fome viver
Não tem
como escapar
É tratado
feito cão
Ou que só
sabe roubar...
Menino
Sem
família
Seu pai é
o céu
Sua mãe é
a lua
Seu
destino viver na rua...
SÓ ILUSÃO...
Não sei meu nome
Pai, mãe irmão.
Isso eu não tenho não
Chamam-me de
moleque
Aceito... Reclamo
não...
Um dia parei em frente
a uma loja
Fiquei imaginando
Vestindo uma roupa
um sapato
Ganhando um
brinquedo
Até usado servia
Para me fazer
companhia...
Mais uma vez fui
expulso
Sentei no meio fio
Cansado de ser
humilhado
Queria um dia ser
valorizado...
Quero tão pouco
Quero um lar
Uma roupa
Um sapato
Um brinquedo velho
E um pouco de
amor...
A mim
Só resta a dor...
Tati
Uma menina
Que vive
na rua
Sai
cedinho para vender maçãs
Sem ter
escola
Essa é sua
vida todas as manhãs...
Não tem ninguém
Sua casa é
na calçada
Sua
família as estrelas
Olha e
sente-se abraçada...
Quando a noite chega
Cansada
não tem o que comer
Muitos
passam olham
Nem um pão
para oferecer...
Tati
Nunca
roubou
Mas corre
da policia
Por medo
da repressão
Para a
sociedade
Quem mora
na rua
É
ladrão...
Mas Tati
só quer sobreviver
E ganhar
um tostão
Quem sabe
amanhã
Tenha o que comer...
Quem dera
Todas as crianças
Fossem felizes
Que fossem esperadas
Com anseios de esperança...
Quem dera
Nenhuma delas fosse
Condenada escravizada
Ou mesmo rejeitada...
Que todas elas
Fossem recebidas
Com amor e oração
Que nunca lhes faltasse
O leite e o pão...
Quem dera...
O
que isso quer dizer?
Estatuto
da criança
Todos
dever ir à escola,
Ter
carinho casa educação
Se
nem comida tenho
E
durmo no chão...
Não
tenho nome
Só
me chamam malandro
Pivete
ou ladrão
Família,
o que é isso?
Meu
pai é o transito
Minha
mãe solidão...
Morada
se chama rua
Brinquedos
a pistola na mão
Minha
escola é rua
Professor
é o trafico
Meu
desejo compaixão...
Que
a sociedade acorde
Quero
apenas um lar
Ser
criança ser feliz
Que
o homem enfim concorde
Que
criança merece a felicidade
Tio!
Só
quero viver com dignidade...
Uma
reflexão a consciência negra..
SEM ALTERNATIVA...
Quantas crianças festejam
Ganham presentes viajam
Para outras só a ilusão
Sem mesmo entender a razão...
O que é Dia da Criança?
Se muitas só conhecem a fome
Disposta a lhe atacar
Tendo uma vida sem esperança...
Quantas crianças
Só conhecem a rua
Andam vagando
No mundo da lua...
Sem alternativa
Ou quem olhe por elas
Só lhe resta roubar
Ou nas drogas
entrar...
Garoto sem teto
Sem cama para dormir
Passa fome passa frio
Ver sumir a esperança
Que um dia sonhou ser criança...
Não tem escola para aprender
Tem apenas o sinal para vender
Muitos não querem entender
O que tem para
sobreviver...
A fome começa a corroer
Não tem o que escolher
Pega um pedaço de pão
Ninguém lhe estende a mão...
Garoto sem teto
Sem lar sem futuro...
Que alguém lhe joga no chão...
O dia acaba a noite vem
Sem casa mora na rua
Dorme
no frio sem ilusão
DESIGUALDADE
SOCIAL
Essa doença
se chama
Falta de
consciência
Caráter sem
razão
De crianças
vivendo sem compaixão...
Faça uma
listagem e se assuste
Prostituição
infantil
Exploração de
menores
Drogas
dominando tudo
Crianças
perdidas no mundo...
A falta de
amor de proteção
Abandonadas
nas ruas
Filhos
indesejados
Essa é a
nossa nação...
Criança não é
lixo não!
Cuidem com
proteção
Ela precisa
de lar
Precisa de
educação...
Criança é
gente
Ela passa
fome passa frio
Ela quer
apenas um pão
Não finge ser
cego não!
Que país é
esse meu Deus
Os políticos
paralíticos
Só sabem
levar vantagens
E as
crianças?
Essas vivem
em desvantagens...
CRIANÇA DA
MARQUISE
O tempo passa
O sorriso
não sabe dar
Leva a vida nas marquises
Um abraço só pode sonhar
Um lar nem param para pensar
Dia da criança!
Nunca se ouviu falar
O tempo passa
E tudo que deseja
Na vida só ver passar
Não recebeu amor
Nem teve um cobertor
O tempo passa
E ele ali ao relento
Só ver o homem que agride
O pai que fugiu
A mãe que morre de fome
Só sabe se lamentar
Passa a vida
Passa o tempo
A esperança de ser criança se vai
O amor que não viveu
Do frio que sofreu
Dos momentos de criança
Só a dor ficou
E sempre surgirão outras crianças
Sofrendo do desamor
Do descaso e do medo
Ou aquelas felizes
Que sabem sorri
E que nunca provou
A dor que nela ficou
Criança da marquise...
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