A- Andorinha foi viajar
Pelos campos nordestino
Se encantou com um menino
E de longe vinha a chuva
Gritou corre, ou vai se molhar
O menino correndo sem parar
Sem ter visto o passarinho
Pousado na beira do caminho
Chegou em casa, quase a desmaiar.
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B- bebeu água e respirou
Disse ter visto assombração
O que foi, não tinha explicação
Parecia ter sido um bicho gigante
Uma onça ou mesmo um elefante
O pobre estava todo ensopado
Parecia um fantasma assombrado
A andorinha de longe escutava
As mentiras que o garoto inventava
Melhor que ficasse calado.
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C- correndo para seu agasalho
A floresta era seu lençol
Onde lhe abrigava da chuva e do Sol
E assim esperou a noite chegar
No seu ninho foi cochilar
Qualquer dia ficaria esperando
Ver o menino por ali vagando
E chamaria para conversar
Se não quisesse ouvir, azar
E ficou por ali cantando.
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D- De manhãzinha bem cedo
Escutou de longe um alvoroço
Um coelho preso pelo pescoço
Gritava agoniado por socorro
Salve-me ou eu morro
Implorava ele para a andorinha
Que chegou com uma varinha
A armadilha tentou soltar
O menino correu para ajudar
O coelho chorava feito criancinha.
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E- Era mãe a pobrezinha
E não perdeu a esperança
Falou da sua criança
Quando estava em liberdade
Disse com toda vaidade
Agradecendo ela foi embora
Não poderia perder a hora
E saiu pelo mato cantando
Os amigos ela foi encontrando
E saíram pela estrada a fora.
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F- Feliz ela resolveu fazer
A maior e mais linda festa
Encantaria toda a floresta
Convidaria todos os bichos
Até os que não fosse amigos
Então correu para preparar
Nada naquele dia poderia faltar
Tinha que reinar a felicidade
Agradecer pela bondade
Da Andorinha lhe salvar.
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G- Garoava quando o dia amanheceu
O sabiá foi o primeiro a chegar
Abriu o bico e começou a cantar
E o papagaio que não responde
Onde será que ele se esconde
Disse afobado o camaleão
Vestindo calça com um jalecão
O melhor é que se esqueça
Que o fofoqueiro não apareça
Ele só nos causa decepção.
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H- Hoje só queremos farra
Não queremos aborrecimentos
Alegria é o melhor dos sentimentos
Disseram o macaco e leão
Trazendo o nobre camaleão
Atrás vinha a raposa Josefina
Com a sua cintura fina
Entrou no salão rebolando
E foi logo anunciando
Que tinha uma vida grã-fina.
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I- Iludida a pobre fanfarrona
Se nem um noivo ela tinha
Gritou a onça sua vizinha
Que vivia muito revoltada
Com a amiga meio abestalhada
Não passava de uma infeliz
Casar era o que sempre quis
Como um noivo nunca arranjava
Assim a vida vazia ela passava
Se nem era dona do seu nariz.
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J- Já passava da meia noite
E a festança continuava
A macaca feliz dançava
Comida boa era servida
Isso que é ter boa vida
Gritava o bode no violão
O pernilongo no rabecão
O urso tocava pandeiro
A poeira subia no terreiro
Só não faltava animação.
XXXXXXXXXXXXXXX
L- Logo chega o senhor rato
Trazendo um grande embrulho
O corujão reclamava do barulho
A coruja num toco sentada
De lá gritava apressada
Meu filho acordou impaciente
Ele ainda é muito inocente
Não dorme com o movimento
Vou entrar por um momento
Vou lhe levar essa semente.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
M-Mexeu na panela e pegou
Sementes fresca de girassol
Olhou o céu viu o olho Sol
Que feliz saudava o dia
Sorriu e foi com alegria
Dormir em sua casa
Levando a sacola na asa
Cansada, precisava descansar
Só silêncio, nada de conversar
E o Sol já ardia feito brasa.
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N- Na estrada uma carroça
Trazia outros violeiros
Sanfona, triângulo e pandeiros
A festa não iria terminar
Dançavam sem se cansar
A cigarra começou a cantar
A andorinha veio acompanhar
O grilo todo desafinado
Era cri..cri.. e logo foi vaiado
Pegou a viola e foi pra não apanhar.
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O-O leão deu um rugido
A cantoria logo parou
Termine a festa, ele ordenou
Tomem cada um seu caminho
Quando o macaco disse calminho
Assim que a comida acabar
A festa também vai terminar
Nobre chefe tenha paciência
Não venha com tanta exigência
O leão furioso não podia aceitar.
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P- Peguem esse macaco atrevido
Que ousadia me desobedecer
Eu já dei o meu parecer
Minha lei precisa ser obedecida
A cobra muito da atrevida
Disse o senhor é um grosseiro
Vá mandar em seu terreiro
Será que não pode entender
Ninguém aqui vai lhe obedecer
Desapareça daqui ligeiro.
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Q-Quando a cobra terminou
O leão por todos foi vaiado
Pegou o chapéu, saiu desconfiado
Jurou que iria se vingar
O gavião começou a gritar
Essa é uma circunstância
Vai embora com sua arrogância
Os passarinhos voltaram a cantar
Até as cobras foram dançar
E veja quanta elegância.
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R-Risadas enchiam o salão
Quando chegam as joaninhas
Charmosas com saias de bolinhas
E as abelhas chegavam salientes
Borboletas bailavam contentes
A coelhinha chegou para agradecer
Agora todos precisam entender
Nossa festa chega ao fim
É muito amor dentro de mim
Mas meus filhos vão nascer.
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S-Silenciaram de repente
De um a um foram partindo
A coelha ali mesmo foi parindo
Dez filhotes fofinhos
De pelos brancos e pretinhos
Os convidados que ainda ficaram
Juntos comiam e festejava
Eram novas vidas brotando
Era o amor se espalhando
A mamãe coelha já amamentava.
XXXXXXXXXXXXX
T-Todos pareciam esfomeados
A mamãe feliz e carinhosa
Recebeu do coelho uma rosa
Enquanto segurava um filhote
Dizia, temos muita sorte
Nossa casa agora está florida
Deus abençoa a nossa vida
De amor e muito carinho
Disse emocionado o coelhinho
Abraçando sua família querida.
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U-Um coelho só é realizado
Quando tem uma família assim
Vinte filhos ainda é pouco pra mim
Queremos pelo menos cinquenta
A vida nos deu e nós aguenta
Logo estão correndo em liberdade
Levando pelo cantos a felicidade
E outras famílias se formando
E muitos coelhinhos se multiplicando
E viva essa grandiosidade.
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V-Vivendo naquele bosque
Viviam muitos bichinhos
Do leão aos passarinhos
Eram amigos de verdade
Ali respeitam a diversidade
Só não aceitam o homem invadindo
E tudo que encontra vai destruindo
Os bichos sabem ter consideração
E sentimentos no coração
São sinceros e não vivem com maldade.
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X-Xixi de saguim molha planta
Fazendo parte da natureza
O bichinho tem tanta beleza
Parece até um gatinho
Gosta de quem lhe faz carinho
Aos poucos estão em extinção
Culpa do homem e sua ação
Em querer lhe aprisionar
Sem nos filhotes pensar
Por pura judiação.
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Z-Zangado chegou o jacaré
Reclamando do grande sapo
Disse que lhe deu um sopapo
Depois dali deu no pé
Com seu cheiro de chulé
Mas na lagoa não iria ficar
Disse o jacaré querendo brigar
Seguiu em direção ao rio
Reclamando que estava frio
Mas longe do sapo queria ficar.
XXXXX
Autoria Irá Rodrigues.
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