No sítio se ver de tudo
Comece a observar
Em volta de um formigueiro
A formiga e o cupim
Resolveram se casar
Era um vai e vem
Até noivo chegar.
O padre era o barbeiro
A madrinha dona aranha
Que só sabia comer
Cheia de artimanha
A sogra muito exibida
Era muito estranha.
O vestido estava lindo
Foi feito pela barata
Todo de folhas verdes
Com flores de batata
O véu todo bordado
Com arremates de prata.
Dona mosca apareceu
Sem mesmo ser convidada
Foi direto pra cozinha
Sem falar com a bicharada
Devorou toda comida
E morreu empanzinada.
O noivo entrou apressado
Chegando numa carroça
Toda enfeitada de flores
Presente da muriçoca
E atrás vinha chegando
A abelha e a minhoca.
Tudo estava arrumado
O padrinho era o grilo
Que chamava a atenção
Pela elegância e estilo
Quando viu entrar a noiva
Ele gritou aflito.
É a coisa mais preciosa
Palpita o meu coração
Não case com o cupim
Ouça minha declaração
Você minha doce amada
Merece toda atenção.
A formiga ficou sem jeito
O cupim metido a valente
Avançou sobre o grilo
Olha se tivesse dente
O pobre saia perdendo
O caso era diferente.
O besouro logo entrou
Acabando com a briga
Respeitem o momento
É casamento da formiga
O grilo que se retire
E acaba aqui a intriga.
A formiga se avançou
Não vou casar assim
Se querem mesmo saber
Nem o grilo e o cupim
Comigo vai se casar
E aqui chega o fim.
Agora que descobri
O cupim é bem asqueroso
Quero que suma daqui
O grilo é um mentiroso
Prefiro viver solteira
Que um marido duvidoso.
E assim tudo terminou
A formiga foi embora
E quando os dois brigavam
Lá do lado de fora
A ver a noiva partindo
O cupim gritou: E agora!!
Autoria-Irá Rodrigues.