Manter o fôlego ao percorrer
os íngremes caminhos que levam as escadarias até a igrejinha no alto do
penhasco percorrer trilhas em meio à mata nativa, os nossos sentidos tornam-se
mais aguçados.
A cada passo vegetação
adentro, a sinfonia da natureza invade os nossos ouvidos: o canto de um
passarinho, o suave murmúrio das águas , o ronco de barcos que atracam a cada
hora trazendo milhares de turistas que se deslumbram diante do cenário
espetacular.
No ar, o perfume de flores
silvestres impregnando os nossos sentidos
com aromas extasiantes é a mais gratificante magia.
De repente, como num passe de
mágica um pássaro rabisca o céu pousa tão pertinho que se pode ver o penacho
alaranjado como as franjas do pôr do Sol, a plumagem das asas negras que se
abrem como leque, difícil descrever
tamanha beleza.
Depois de uma bela caminhada
a subida até o mirante de onde se pode
visualizar a beleza da praia com suas águas azuis esverdeadas, tão
transparentes que se acompanha cardumes de peixinhos coloridos fazendo
acrobacia entre os banhistas. O prazer da caminhada num cenário ainda não
totalmente contaminado pela intervenção humana é um presente de Deus, no
entanto cobra-se um preço gratificante:
uma dose de esforço físico a leveza da alma o reforçar dos sentidos.
No sobe e desce de degraus, a
caminhada na passarela que circunda toda a ilha, podemos respirar o ar puro e tomar uma água de coco geladinha, antes que a
preguiça nos faça desistir de seguir na exploração dos encantos uma paradinha,
um olhar observador, fotografar cada detalhe: um pássaro diferente que passeia
despercebido, uma árvore que solta cheiro aromatizante, flores tão perfeitas
que parecem de cetim aveludado, a beleza do povo nativo tudo precisa ficar
registrado, um barquinho de pesca perdido no horizonte, uma nesga de céu azul.
Que bom seria se pudesse fotografar o encanto em que a minha alma estava
naquele lugar.
Hora de retornar, mais um
pouco de caminhada e, por uma fresta entre
galhos pendidos avistamos uma outra ilha” Paramana” de águas em tons esmeralda e azul turquesa. O
ruído das águas batendo nos rochedos, um cenário perfeito.
Em meio a tanta beleza
natural nos sentimos tão pequeno e tão grande ao mesmo tempo.
Aqui se esquece da vida e
assiste o tempo passar sem pressa de chegar a algum lugar.
Os olhos não se cansam de
apreciar a fauna e a flora de uma exuberância que nem um pintor poderia
descrever em suas telas ou nos versos rabiscados de uma poesia. Numa parada
entre casinhas de varanda com redes armadas deixamos fluir a prosa com os nativos na busca de
conhecer novas culturas e dialetos- encanto...
Entre um papo e outras
belíssimas descobertas e curiosidades a respeito dessa belíssima ilha:
Aa ilha recebeu esse nome
devido ao naufrágio com frades, que acabaram sendo sacrificados por índios tupinambás
habitantes daquele lugar. Era também passagem para escravos a serem vendidos em
Salvador. Entre outras curiosidades.
Eu particularmente viveria
nesse paraíso isolada do mundo lá fora..
Obrigada Deus!
Autoria- Irá Rodrigues
Código de texto-T6098506
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6098506
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