quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A GRANDE FESTA






 A floresta começa a se movimentar para a grande festa de lançamento do livro escrito pela bicharada. Foi aquela correria.  Só conseguiram terminar por volta da meia noite e meia. Não foram poucos os que vieram a essa comemoração. Chegaram poemas rebordados com fios de seda todos trabalhados cuidadosamente pelo tear das aranhas, outros perfumados com a essência das mais belas flores trazidas pelas borboletas.
Os poemas mais doces foram trazidos pelas abelhinhas, escritos com fios de mel, fios caramelizados e outros com gostinho açucarado, seguros nos bicos de milhares de beija- flores; as fadinhas resgataram as cores do arco- íris deixando os poemas com o mais lindo colorido que  parecia um jardim de versos de tão florido que estavam.
Figuras representativas do mundo encantado da criança chegavam vestindo seus trajes domingueiros. A cotovia com seu vestido esvoaçante trazia  nas asas ramalhetes de rosas amarelas, a cigarra parecia uma estrelinha sorridente com seu vestido bordado de fios de prata, a fada rainha saindo do mais belo conto de fadas estava tão feliz e radiante que parecia a lua esplendorosa de tão bela. As Joaninhas com seus vestidos de bolinhas esvoaçavam de flor em flor perfumando o seu poema. O mestre dos mestres trajando uma beca engomada trazia uma cesta de pirulitos coloridos feitos na leveza do arco-íris que bebia água de um riachinho correndo entre as flores.
O papagaio mandou dizer que chegaria atrasado, mas não apareceu porque estava bastante atarefado cuidando da sua filhinha adoentada.
A essência da festa teve o recheio de amizade entre o reino da bicharada. Ali tudo se tornava encantado apenas com um toque mágico das fadas, que chegavam às suas carruagens puxadas pelos gnomos. No ritmo da dança não faltou o galo comandando a orquestra que trazia seus integrantes: o coelho no violino, o cachorro no saxofone, o bode batendo tambor e,  no alto da árvore o rouxinol com sua voz aveludada cantando, seguido de um colibri. E assim estendia-se a festa pela noite afora, na labuta do imaginário, através de poeminhas que viajavam pelos campos do mundo infantil no reino da bicharada.
O livrinho foi um sucesso e o reino encantado ficou mais belo ao ouvir os poemas declamados pela voz aveludada da fada.

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AS PIPAS