sexta-feira, 13 de junho de 2025

CORDEL DOS BICHINHOS

 


 

Fui escrever um cordel,

Muitas parcerias busquei

No jardim confabulando,

Amiguinhos eu encontrei

Me sentei ali chão

E com eles planejei.

X

Vamos lá criançada

Descobrir essa diversidade

Leia com muita atenção

Mate a sua curiosidade

Os bichinhos que estão aqui

Alguns não conhecem a cidade.

 X

É só sair pelo jardim

Tem formiga fazendo farra

Borboletas beijando flores

Tem o canto da cigarra

Ande com muita atenção

Ou na minhoca se esbarra.


Vem comigo viajar

Vamos juntos encontrar

O bichinho que rasteja

E aquele que sabe voar

Agora se deitar no chão

Comece a viajar.

X

O beija-flor querendo ajudar

Fez uma investigação

Até os passarinhos

Tiveram participação

No final fizeram festa

Não faltou animação.

 

Os bichinhos chegavam

A centopeia pediu licença

Agora prestem atenção

Respeitem as  diferenças

Inseto ou bicho grande

Podem marcar presença.

X

 

Vejam como é belo

 Tudo que pode existir

As belas borboletas

No mesmo lugar vão dormir

Mas se o inverno é forte

Elas não vão resistir.

 

Na escolinha da floresta

Os primeiros que chegaram

Foi o sapo e o guaxinim

Parece que combinaram

O sapo não lavou o pé

Todos os bichos gritaram.

X

 O macaco foi o primeiro

A começar a gozação

A professora gritou:

Hora de  tomar a lição

Foi bicho correndo

Com medo da reprovação.

X

 

                                         A centopeia foi sentando-se

Toda desengonçada

Abriu a sacola

Pegou dentro a tabuada

Estudou a noite toda

Queria ser aprovada.

A professora toda calma

Vamos, já vai começar

Quem não estudou

A escola vai reprovar

Então preste atenção

Melhor se apressar.

 

                                         Na caatinga se encontra

Bichos bem atrevidos

Tem até o bicho pau

E gafanhotos esquisitos

O camaleão e o teiú

Amigos bem parecidos.

Falando de passarinhos

Tem até os seresteiros

Cantam estufando o peito

Parecem uns violeiros

E tem aqueles especiais

No canto são forrozeiros.

 


Tem bichos que rastejam

Como a cobra traiçoeira

Se vê um pobre sapinho

Dormindo de bobeira

Num bote abre a boca

A bicha é bem ligeira.


Começa uma confusão

O calango sai gritando

Corra dona sabiá

O sapo tá agonizando

Diz que tem herança

E a quem vai deixando?

A sabiá como enfermeira

Um chá foi preparado

O sapo no canto gemia

Precisava ser curado

Levaram para o hospital

O pobre se sentia arrasado.

 X 

O doutor macaco chegou

Pode entrar sapo José

Sente e tire o sapato

Subiu um cheiro de chulé

O doutor saiu correndo

Antes que tirasse o outro pé.

 X

O hospital estava lotado

O pato estava resfriado

O porco com febre alta

    O peru com o pé quebrado

O tamanduá só gritava

Eu estou esfomeado.

 X

 Tinha remédio na floresta

 E ficava bem distante

Precisava ir falar

Com um amigo gigante

Não falo do macaco

E sim do elefante.

X

Lá encontra a cura

No reino da bicharada

O papagaio fofoqueiro

E a hiena engraçada

Começa então o trabalho

Nessa floresta encantada.

 X


        No alto de um lajedo

Mora a formiga Josefina

Desfilando pelos caminhos

Com sua cintura fina

No meio de outras formigas

Ela parecia uma menina.

 X

Trabalhar, nem pensava

Cedo sai do formigueiro

Vai encontrar as amigas

Ficava lá o dia inteiro

Quando viu o grilo

Feliz tocando pandeiro.

 X

                   Os pais arranjaram um noivo

Era o formigão José

Trabalhador como era

Cedinho estava de pé

Convidou a Josefina

Para tomar um café.

X

 

Chegou o dia do casamento

Josefina até se animou

A casa estava arrumada

Quando o noivo se anunciou

Era chegada a hora

Enfim, ela se casou.

X

 Não foi o que esperava

O formigão era trambiqueiro

Saía com outras formigas

E passava o dia inteiro

A noite quando chegava

Tinha um péssimo cheiro.

 X

Sem aguentar essa vida

Josefina se separou

Voltou para a casa dos pais

Triste pelo que passou

Chamou a mãe e avó

E tudo ela relatou.

 X

 Querendo sair de casa

Precisava passear

Convidou a joaninha

Para irem a algum lugar

No shopping logo entraram

Sapatos foram comprar.

 X


Passearam pela cidade

E foram para a floresta

O dia estava lindo

Era uma grande festa

Queria uma linda roupa

Seria estrela da seresta.

 X

De longe avistaram

O temido tamanduá

Correram, se esconderam

Na casa de dona preá

Foram tomar café

Com a amiga sabiá.

 X

A formiga estava feliz

Com a amiga generosa

Enquanto a joaninha

Estava num canto chorosa

O pardal entrou correndo

Lhe trazendo uma rosa.

 X

A preá disse meninas

Vamos esperar a hora

Assim que anoitecer

Levo as duas embora

 Por enquanto, paciência

0 perigo ronda lá fora.

 X

                                         Lá na beira do lago

Todo dia de manhãzinha

O sapo começa a coaxar

Para atrair a sapinha

E assim todo empolgado

Canta até a tardezinha.


Chega o sapo Leco

Vestido com elegância

É motivo do sapo Zé

Receber com arrogância

Os dois são rivais

Desde o tempo da infância.

 x

Quando ainda eram girinos

Se um gostava de viola

O outro logo implicava

E mostrava sua radiola

Se o Zé chegava perto

Se escondia numa gaiola.

 

Se tinha festa na lagoa

O Leco era sanfoneiro

Zé arranhava no violão

Só sabia bater pandeiro

Mesmo com tanta disputa

Era festa o dia inteiro.

 X

O banquete era fartura

Mas sempre saia uma briga

O Leco sempre trazia

Um banquete de formiga

Era motivo do sapo Zé

Empanturrar a barriga.

 X

Hoje são sapos adultos

Disputam até a namorada

A linda sapinha Lily

Muito desapontada

Querendo distância dos dois

Foi embora pela estrada.

 X

Numa tarde linda de Sol

Chega apressado o gavião

Trazendo um telegrama

Do senhor rei leão

Gritava: Tomem cuidado!

Com o macaco sabichão.

Na gruta de um lajedo

Dona onça morava

Tomou uma decisão

Na briga ela não entrava

Se algum amigo precisasse

Com certeza ela o ajudava.

 

A girafa do alto olhava

O rinoceronte preguiçoso

Com aquele barrigão

Comia um jantar gostoso

Só pensava em comer

Não cansava de ser guloso.

X

Aquela manhã choveu

O sapo foi passear

Lá dos lados do riacho

Onde pretendia morar

Encontrar uma sapinha

E com ela se casar.

 X

Era um sapo atrapalhado

Mas nunca lavava o pé

Qual noiva iria querer

Com esse cheiro de chulé

Dizia todo animado

O temido do jacaré.

X

 

O sapo chefe resolveu

Mandar um recado urgente

O sapo José era atrevido

Muito menos inteligente

Melhor ficar afastado

E não se fazer de valente.

 X

Naquele lago não ficava

Aquele lugar era sagrado

Sapo nenhum ficava ali

E logo seria espantado

Se o sapo José aparecesse

Num porão seria trancado.

 X

A chuva caia calma

A natureza toda acordada

Passarinhos festejando

A onça estava deitada

Quando tomou um susto

Com aquela trapalhada.

 X

O urubu olhou pro céu

Gritou com aflição

O Sol ainda dorme

Prestem bem atenção

 Olha a agonia do sapo

Com a sua exibição.

 X

E começa aquela folia

Bichos saindo apressados

Outros saindo da toca

Os macacos desesperados

Corram, se protejam

Ou serão encurralados.

 X

O bicho chegava enfezado

Pisando com força no chão

Quem quiser se proteja

Olha a cara do leão

 Vou voar pra bem longe

 Partiu apressado o gavião.

X

                           O rato vivia sozinho

Numa velha olaria

De claridade só a Lua

Ali não tinha energia

Mas nada lhe faltava

Nem paz e nem alegria.

 X

Certa noite Tião pensou:

Nos amigos do passado

Seu primo o Gumercindo

Que sempre será lembrado

Moravam sempre juntos

Naquele velho sobrado.

 X

Tinha a ratinha Rita

Que se lembrava também

Ela partiu pra cidade

Buscando o que lhe convém

Hoje vive na riqueza

Exibindo tudo que tem.

 

  

Diz morar numa mansão

E tem sua independência

Um jardim todo florido

Uma bela residência

A força que ele sentia

Era a sua resistência.

Vivendo na vida simples

Tião de tudo lembrava

Dos seus pais que sumiram

E da fome que passava

Mas era feliz assim

E nada na vida trocava.

X

 Só esperava encontrar

Uma ratinha pra se casar

Iria pra outra cidade

Onde esperava encontrar

Sozinho nessa vida

Não iria continuar.

 X

Partiu para a cidade

Logo viu uma donzela

Era a ratinha mais linda

Sentada numa janela

Na orelha ela tinha

Uma linda flor amarela.

Foi amor logo de cara

Os olhinhos se encontraram

Em menos de um dia

Os dois se casaram

E assim viveram felizes

Do jeito que planejaram.

O camaleão fez a festa

Convidou o amigo gambá

Mandou que a hiena e o teiú

Fosse comprar guaraná

No caminho se descuidou

Deixou na casa do sabiá.

X

 Era aniversário do preá

Chegou apressado o gato

Dona tartaruga lerdada

Ficou cuidando do rato

Não poderia deixar sozinho

Com ele fez um trato.

A cigarra não apareceu

Foi cantar na cidade

O grilo chegou pra avisar

Pulando de felicidade

E começou a cantar

Cheio de vaidade.

 X

 

Sempre quis ser cantor

No seu cri...cri.. agoniado

Espantou quem veio a festa

E o pobre foi vaiado

O escorpião correu atrás

Pegaria aquela ousado.

 X

O macaco então resolveu

Fazer grandes mudanças

Convocou todos os bichos

Para falar das matanças

Onde os humanos chegavam

 Enchendo as suas panças.

X

O território aqui é nosso

Posso bem observar

Todos tenham atenção

Se alguém se aproximar

Melhor pedir socorro

E juntos escorraçar.

 X

Vamos cuidar da floresta

Aqui é o nosso lar

Chega de matança brutal

Não podemos nos conformar

Humanos, fiquem na cidade

E vivam sem nos matar.

 X

Humanos aqui não pisam

Ou nos levam a extinção

Todos os animais gritavam

Aqui é o nosso chão

Evitar toda a maldade

É a nossa salvação.

 X

Os ursos chegaram correndo

Estavam bem exaltados

Vem chegando um bando

Estão todos armados

De raiva os dois salivavam

Pareciam bem estressados.

 X

Todos logo avançaram

Na direção indicada

Ao avistarem os humanos

Avançou a bicharada

Os pobres largaram as armas

E saíram em disparada.

 X 

Sem saber dos perigos

A centopeia foi a floresta

Ao chegar numa clareira

Encontrou uma grande festa

Deu um sorriso animada

Diversão é o que me resta.

Foi muito bem  recebida

Depois do café, seguiu viagem

Colocou a mochila nas costas

Em destino a qualquer paragem

Quando encontrou a borboleta

Com toda a camaradagem.

Ao atravessarem um rio

Foram levadas pela correnteza

Ao chegarem do outro lado

Se encantaram com a natureza

Deitaram-se no meio das flores

Um paraíso de beleza.

 E assim se reuniram

Fariam uma grande festa

Colheram flores e sementes

Enfeitaram a floresta

A sabiá queria ser rainha

Colocou uma estrela na testa.

Chamaram os vaga-lumes

para comemorar o Natal

Queriam muitas luzinhas

Naquela noite especial

Quando chega o grilo

Nas asas de um pardal.

X

 Foram armar o presépio

Era forte a animação

Colocaram na manjedoura

Sementes daquele chão

Os passarinhos cantavam

Cheios de emoção.

 X

Abelhinhas traziam mel

O gavião deu um conselho

Fiquem de olho nas cenouras

Logo chega à família do coelho

O gato queria fiscalizar

Na janela ficou de joelho.

 X


E assim as cortinas se fecharam

Nesse mundo de riqueza

Tem bicho de todo canto

Fazendo parte da natureza

Quem conhece a caatinga

Se encanta com a grandeza.

 X

Irá Rodrigues

 

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