quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

CORDEL DOS BICHICHOS

 

 

A FESTA DA FLORESTA

 

Aproximando o Natal

A arvore estava armada

A animação era grande

Em toda a bicharada

A união era perfeita

A ceia foi preparada.

 

Todos começam a chegar

Entra dona coelha

Vestido branco felpudo

Com uma bolsa vermelha

Flores na cabeça

E brincos na orelha.

 

A tartaruga como sempre

Só chega atrasada

Passou dia se arrumando

É mesmo uma coitada

Dormiu pelo caminho

Coitada da lerdada.

 

A banda era organizada

Pelo tatu e o porco espinho

Tamanduá no pandeiro

O canto era do passarinho

O grilo não era bem vindo

Saiu dali de fininho.

 

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

  

O BAILE

 

Certa vez aconteceu

Um baile lá na floresta

Quando chegou a formiga

Com uma estrela na testa

Querendo naquela noite

Ser a rainha da festa.

 

 

Lá pra meia noite

O urubu chegou apressado

Foi antes fazer faxina

Estava muito cansado

Vestia uma calça branca

E o paletó quadriculado.

 

O gambá não foi convidado

Mesmo assim apareceu

Soltou um pum fedorento

E dali correndo se escafedeu

Com medo do macaco

No telhado se escondeu.

 

O rato muito guloso

Foi dá uma espiada

Destampou a panela

Justo da feijoada

No feijão quente caiu

Ficou de canela esticada.

 

Autora-Irá Rodrigues

 

 

 

O PORQUINHO COMILÃO

 

 O porco era conhecido

Como gorducho comilão

Tudo que achava comia

Não fazia digestão

Já pesava umas arrobas

Era mesmo um porco sem noção.

 

Guloso nada sobrava

Com toda a sua ganância

Comia e se lambuzava

Era muita extravagância

Nada sobrava aos irmãos

Sem estilo e ignorância.

 

Quando colocavam a tigela

Era o primeiro a aparecer

Com aquela barriga grande

Tudo queria comer

Ele era fora do comum

E não parava de crescer.

 

 

Autora-Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

 

 

 

O GALO DESTRAMBELHADO

 

Tabaréu foi pra cidade

Achou que lá podia cantar

Do jeito que era na roça

Que podia se esguelhar

O coitado se deu mal

Foi obrigado a se calar.

 

Com seu topete emplumado

Acordava de manhãzinha

Ficava impaciente

Cutucava a galinha

Que no seu cocoricó

Despertava a vizinha.

 

 

Sem dar corda no despertador

O galo muito triste dizia

Quero voltar pra roça

Preciso despertar o dia

Essa é a minha função

Perdi a minha alegria.

 

Nem vontade sentia

De sair do seu poleiro

Sentia tanta saudade

De ciscar pelo terreiro

Melhor ficar por ali

E dormir o tempo inteiro.

 

 

Até as penas perdiam a cor

Não usava sua espora

A crista andava caída

Não saia mais lá fora

Vida de galo era na roça

E resolveu ir embora.

 

 

Autora- Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

 
TUDO ACONTECE NA NATUREZA

 

O pobre já é desdentado

Todo metido a valentão

Se acha dono do pedaço

Ao rosnar é uma gozação

Quando chega o Totó

Ele perde sua posição.

 

 

Já não chove faz dias

Até o açude secou

O sapo entristecido

Bem cedo viajou

Foi morar no rio

E nunca mais voltou.

 

Era seca pra todo lado

O urubu marcou viagem

Sairia sem destino

Buscando outra paragem

Nas costas levou o saco

Com toda a sua bagagem.



A tartaruga lerdada

Sem ter outra solução

Andava pela estrada

Em busca de proteção

Quando viu o coelho

Correndo sem o calção.

 

Balançou a cabeça e seguiu

Logo ficou assombrada

A pobre da pardoca

Pelo gavião foi atacada

Sem nenhuma compaixão

A bichinha foi devorada.


Pra alegria da coruja

E de toda a bicharada

O céu logo escureceu

Armou uma trovoada

A floresta se alegrou

Quando caiu a chuvarada.

 

 


Autora- Irá Rodrigues



 

 

  

BATE PAPO DOS AMIGUINHOS

 

Fica o macaco pensando

Se o homem acabar a floresta

Árvores e rios vão morrer

 Não haverá mais festa

E para todos os moradores

Fugir daqui é   o que resta.

 

O sabiá triste falou

E se isso acontecer

Coitado dos passarinhos

Onde vamos viver

Aqui somos felizes

Deus vai nos proteger.

 

Com tanta maldade assim

E se acabar com as flores

Não haverá borboletas

Viveremos os horrores

A floresta fica triste

Se perder as suas cores.

 

Autoria- Irá Rodrigues

 



 

 

 








 

 

 

 

 

 

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