Há muito tempo vivia tranquila uma família de ratos. Era uma casa
grande cheinha de janelas de onde podiam se sentar à noite para ver a Lua.
O papai dom Ratão saia cedo para trabalhar na construção de uma
nova casa, enquanto a mamãe ficava em casa cuidando do almoço, lavando e
costurando. Enquanto a filhota Margarida vivia chamando a atenção. Enquanto
todos trabalhavam ela andava no mundo da lua. O inverno estava quase acabando e
logo iriam viajar para curtirem a primavera no alto da serra onde brotavam as
mais lindas flores e o ar sempre era perfumado. Melhor de tudo ficava pertinho
de uma fábrica de queijos.
Chegou o grande dia, o Sol brilhava fora das janelas, então a mamãe
Ratonilda preparou um banquete para festejarem a partida, armou a mesa lá fora
com frutas, legumes e muitas saladas temperadas com raios de Sol.
A noite todos estavam cansados, precisavam dormir, partiriam assim
que o dia raiasse.
E foi aquela folia, no caminho não se cansavam de admirar a
paisagem florida. Como tenham trazido deliciosos lanches param nas sombras para
degustarem e descansarem um pouco. Margarida muito da sonhadora resolveu sair
para caminhar, coitada, caiu num buraco, machucou a patinha e não conseguia
sair, gritava e nada adiantava, o Sol já estava alto, o medo tomava conta, seu
coraçãozinho batia acelerado.
Quando ao olhar para cima viu um sapo tão grande com cara de
esfomeado e pensou: Como sapo não faz maldade a pobres ratinhos vou pedir
socorro. Assim ele teria dó e a salvaria.
- Senhor sapo, como tem a língua tão grande, estica até aqui e me
salva desse buraco, estou machucada e preciso encontrar a minha família antes
de ser devorada por um desses predadores.
O sapo que não tinha visto a rata, arregalou os olhos e disse sem
demora.
- Faz tempos que não encontro um rato e você parece apavorada, o
que anda fazendo nessa floresta?
A ratinha estava tão cansada e disse o que veio a sua cabeça:
- Eu estou com a minha família, vamos passar a primavera lá nas
montanhas. Se me ajudar a sair desse buraco eu levo você até eles e será bem
recompensado com uma bela refeição.
O sapo pensou, lambeu a língua. – Vou retirar você, mas terá que me
levar com vocês.
A rata nem pensou e logo concordou, quando o sapo esticou sua
língua de quase um metro a ratinha tremendo de medo se agarrou e quando se viu
fora daquela buraco saiu em disparada sem agradecer, deixando o sapo furioso.
Autora- Irá Rodrigues
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