Como era de costume todos os anos acontecia à festinha
de Natal onde os comerciantes da cidadezinha contribuíam com presentinhos para
as crianças do vilarejo vizinho. Mas cada um escolhia uma criança a ser
presenteada pelo Papai Noel.
Juca era seu primeiro ano na escola e como nunca havia
ganhado presentes ao ouvir seu nome e o Papai Noel segurando um embrulho o
menino arregalou os olhinhos olhou para todos sem entender, pois não seria ele
o menino que estava sendo chamado, mas era ele mesmo a professora olhou e
disse:
-Vamos Juca é você mesmo levante e vá receber seu
presente.
- O menino correu com seu corpinho franzino abraçou o
seu presente todo embrulhado em papel vermelho com laçarote azul. Nem ficou
mais na festinha saiu em disparada em direção a sua casa, ele descia a
estradinha de terra correndo como um raio parecia ter medo que tomassem seu
presente de volta.
Ofegante entrou na casa gritando: Mãe irmãos pai olhe
eu vi Papai Noel ele chamou meu nome e me deu esse presente. Olhem! Vejam!
Todos correram para a porta sentaram no batente e
juntos abriram a caixa. Os olhos do menino brilharam ali dentro tinha um sapato
preto com cadarços, era seu primeiro sapato. Pensou: será que meu pé vai gostar
de ficar aqui dentro sufocado?
Mas a alegria era tanta que não tinha tempo para falar
nada apenas enfiando seu pé magrinho dentro do sapato.
Seus pés calçados o menino corria parecia flutuar
enquanto a família ria de ver o contentamento do menino, sabiam que nunca
teriam dinheiro para dar um par de sapatos Juca só tinha velhas alpercatas que
recebiam em caridades na igrejinha.
O menino não
tirava o sapato do pé, a mãe dizia: Juca assim vai gastar tanto que na noite de
Natal ele vai está velho e furado de tanto ficar andando por ai. Mas Juca nem
ligava estava muito feliz em ver seus pezinhos calçados, o cheiro de coro
novinho já não existia, todas as noites quando ia se deitar retirava os sapatos
limpava com um pano velho e enrolava como se o sapato fosse sentir frio.
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