Seu José
abriu à porteira as cabras e bodes saíram para pastarem nas colinas. A cabrita
Jolinda era muito curiosa e sempre queria subir nas montanhas sonhava em ficar pertinho do céu e saber o que tinha do
outro lado, era só falar e seus pais logo diziam:
- Se subir
lá nunca mais voltará, nem chegará perto do céu nem avistará do outro lado,
antes que avance alguns metros já estará no bucho de alguma onça. Agora pare de caraminholas e siga seus amigos.-
Concluiu o pai furioso com a teimosia da filha.
Só que Jolinda
não se contentava em ficar olhando para aquela linda paisagem de tão alta que
com certeza os passarinhos descansavam nos colchões das nuvens, quem sabe ela
também poderia tocar uma nuvem ou pegar uma estrelinha.
Um dia
ainda vou lá, sei que do outro lado é um paraíso. Os dias se passavam Jolinda
ficava maior e sua curiosidade só aumentava.
Passaram
dias e dias, uma de manhãzinha bem antes
que o sol com sua estripulia acordasse todos ela não resistiu convidou um amigo
do pasto da fazenda vizinha e saíram sem
que ninguém percebesse e foram subindo a
montanha, nada de errado, os caminhos eram lindos cheio de curvas e subidas,
passarinhos voavam dos seus ninhos. Até ali não havia nem cheiro de onça por
perto, tudo era muito lindo e encantado, continuaram subindo quando o sol
arregalou os olhos chegaram ao topo mais
alto da montanha.
O encanto
era tão grande que os dois não sabiam se olhavam para um lado ou para o outro
ou se deitavam para olhar as nuvens que passavam pertinho das suas cabeças.
Extasiados diante de tanta beleza se assustaram quando um passarinho tão grande
que poderiam sentar em suas asas que mais pareciam leques gigantes daqueles que
as bruxas usavam pousou bem ao lado dos dois.
- O que
fazem os dois aqui no topo da montanha das bruxas? Seus pais sabem que estão
vivendo essa aventura? Concluiu o pássaro com sua voz rouca.
- Os dois
de olhos esbugalhados as pernas tremendo, nunca viram um passarinho tão grande
e ainda falava como se fosse gente.
- Você
fala? Perguntou Jolinda tremendo a voz.
- Fui
aprisionado pela bruxa que me
transformou nessa ave feia, eu sou um moço que um dia assim como vocês
vieram até aqui matar a curiosidade e nunca mais voltei para casa. Disse o
passarinho triste com os olhos molhados pelas lágrimas.
- Tinha
curiosidade de chegar até o local mais alto e ver o que tinha do outro lado,
mas ao chegar aqui tudo é muito mais lindo do que os meus pequenos pensamentos
pudessem alcançar. Disse a cabrita.
- Melhor
sair logo daqui antes que a bruxa má acorde e coloque os dois em sua panela que
ferve ali no fogo, apontou o passarinho para a direção onde subia uma fumaça
avermelhada.
A correria
foi tanta que os dois não pararam para descansar desciam disparados ora
correndo, ora se embolando na descida.
Jolindas
aprendeu que desobedecer aos mais velhos só pode trazer problemas.
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