Juca morava numa vila onde poucas crianças
frequentavam a escola, sua mãe saia cedo para trabalhar o menino perambulava
pelas redondezas entre riachos e árvores
onde os passarinhos cantavam e
encantavam quem ali chegasse para saborear aquele lugar longe do barulho dos
homens, onde o silêncio era quebrado pela sinfonia dos passarinhos e pelo farfalhar
de galhos se quebrando quando um animalzinho passeava tranquilamente sem medo
do perigo.
Juca por ser um menino muito inteligente
aprendia a ler e escrever com a filha de uma vizinha, todo papel que o menino
encontrava levava para casa e ficava gaguejando as letrinhas e escrevendo da
sua maneira torta que só ele entendia. O tempo passava Juca crescia, um dia
acordou e foi falar com a mãe que em
seus sonhos recebeu a visita de uma linda menina que lhe dizia:
- Logo vai acontecer algo muito bom no seu
pequeno mundo, vai sair daqui e ganhar a imensidão como um passarinho em busca
da liberdade.
A mãe riu e disse: Filho hoje é seu
aniversário, precisa parar de viver
imaginando coisas, seus sonhos está te levando muito longe. Disse a mãe
abraçando o pequeno corpinho do filho. Tenho um presente para você, não é novo
encontrei quando voltava para casa e sei que vai amar tanto quanto se fosse um
novinho.
Juca olhou para a mãe quando ela entregou o
livrinho todo ilustrada os olhinhos do menino brilharam como vaga-lumes. A mãe
não foi mais ouvida o menino em disparada saiu para o quarto, durante o dia não
largou seu presente, lia, relia cada página
com medo que a historinha chegasse ao fim ficou degustando devagar como
se saboreasse o mais delicioso dos doces que só via nas vitrines das lojas
quando acompanhava a mãe.
Jolinda
Seu José
abriu à porteira as cabras e bodes saíram para pastarem nas colinas. A cabrita
Jolinda era muito curiosa e sempre queria subir nas montanhas queria ficar pertinho do céu e saber o que tinha do
outro lado, era só falar e seus pais logo diziam:
- Se subir
lá nunca mais voltará, nem chegará perto do céu nem avistará do outro lado,
antes que avance alguns metros já estará no bucho de alguma onça. Agora pare de caraminholas e siga seus amigos.
Concluiu o pai furioso com a teimosia da cabrita.
Só que
Jolinda não se contentava em ficar olhando para aquela linda paisagem de tão
alta que com certeza os passarinhos descansavam nos colchões das nuvens, quem
sabe ela também poderia tocar uma nuvem ou pegar uma estrelinha.
Um dia
ainda vou lá, sei que do outro lado é um paraíso. Os dias se passavam Jolinda
ficava maior e sua curiosidade só aumentava.
Passaram
dias e dias, uma de manhazinha bem antes
que o sol com sua estripulia acordasse todos ela não resistiu convidou um amigo
do pasto da fazenda vizinha e saíram sem
que ninguém percebesse foram subindo a
montanha, nada de errado, os caminhos eram lindos cheio de curvas e subidas,
passarinhos voavam dos seus ninhos. Até ali não havia nem cheiro de onça por
perto, tudo era muito lindo e encantado, continuaram subindo quando o sol
arregalou os olhos chegaram ao topo mais
alto da montanha.
O encanto
era tão grande que os dois não sabiam se olhavam para um lado ou para o outro
ou se deitavam para olhar as nuvens que passavam pertinho das suas cabeças. Extasiados
diante de tanta beleza se assustaram quando um passarinho tão grande que
poderiam sentar em suas asas que mais pareciam leques gigantes daqueles que as
bruxas usavam.
- O que
fazem os dois aqui no topo da montanha das bruxas? Seus pais sabem que estão
vivendo essa aventura? Concluiu o pássaro com sua voz rouca.
- Os dois
de olhos esbugalhados as pernas tremendo, nunca viram um passarinho tão grande
e ainda falava como se fosse gente.
- Você
fala? Perguntou Jolinda tremendo a voz.
- fui
aprisionado pela bruxa que me transformou nessa ave feia, eu sou um moço que
um dia assim como vocês vieram até aqui matar a curiosidade e nunca mais voltei
para casa. Disse o passarinho triste com os olhos molhados pelas lágrimas.
- Tinha
curiosidade de chegar até o local mais alto e ver o que tinha do outro lado,
mas ao chegar aqui tudo é muito mais lindo do que os meus pequenos pensamentos
pudessem alcançar. Disse a cabrita.
- Melhor
sair logo daqui antes que a bruxa má acorde e coloque os dois em sua panela que
ferve ali no fogo, apontou o passarinho para a direção onde subia uma fumaça
avermelhada.
A correria
foi tanta que os dois não pararam para descansar desciam disparados ora
correndo, ora se embolando na descida.
Jolindas
aprendeu que desobedecer aos mais velhos só pode trazer problemas.
UM ESQUILO METIDO A
SUFISTA
E não é que esse sem
vergonha é tirado a sufista, entrava no mar era jogado fora, retornava e outra
vez atiçado bem longe, mas teimoso como era se infiltrou num barco de pesca e
lá foi ele para alto mar.
Eram dias perdidos no mar
nem podia esquiar nem podia conversar o medo de ser jogado no mar era bem maior
e a monotonia começava a dominar aquele esquilo espertalhão, mas nem tudo
estava perdido e lá se foi o sem vergonha deitado na proa tomando sol, quando
ouve uma voz grave gritando:
--Hei seu vagabundo você
nunca desiste, pois bem se pensas que vai curtir a viagem como se fosse férias
engana-se... Venha já trabalhar ou te jogo na boca dos tubarões...
Tremendo de medo o bicho
seguiu o capitão que o levou direto para a cozinha, onde ordenou que fizesse
tudo que o cozinheiro ordenasse.
E num vai e vem de tarefas
o canguru se empanturrava de tanto comer, era um lambe de dedos que deixava o
cozinheiro irritado.
No certo entardecer
avermelhado, o esquilo todo folgado sobe na proa e avista milhares de baleias
no meio do mar e se meteu numa roupa de nadador e lá foi ele ver de perto as
monstruosas coisas que jogavam agua em esguichos,
Já escurecia quando
resolveu retornar para o barco e qual é a surpresa o capitão o esperava bufando
de raiva e segurando-lhe pelas orelhas levou até o salão onde gritou em
brandos: você seu pivete desobediente vai ficar preso em correntes até
retornarmos para casa assim nunca mais entra de penetra em barcos de
pescadores. Passavam horas, dias e nada dele conseguir desembarcar numa ilha
onde pudesse ficar e esquiar sem que ninguém atrapalhasse e num solavanco
estrondoso o barco encalhou numa pedra foi uma correria, pega caixa daqui corre
e salva coisas de lá e ele ali acorrentado gritando sem ninguém querer ajudar,
o barco iria afundar e todos já entravam num bote deixando o pobre do esquilo
ali amarrado.
--Socorro! Socorro!
Gritava já sentindo a agua tomar o barco, perdendo as forças de se esguelhar para
ser salvo ele desmaia e quando acorda está no meio da vegetação todo ensopado,
levanta assustado olha de lado olha do outro e não ver que havia salvado...
Só sabia que se
conseguisse retornar para casa nunca mais se metia a ser sufista...
E assim aprendeu a lição
que lugar de animal não é se meter a gente nem querer competir com as artimanhas do homem nem com a
fúria do mar...
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