Muito pobre filho de uma lavadeira, todos os dias sua mãe
descia o morro para levar a roupa lavada para a casa da patroa. O menino sempre
estava ao seu lado, na descida ia sonhando acordado que um dia iria crescer
trabalhar e ter dinheiro e sua mãe não iria mais subir e descer o morro
carregando pesados fardos de roupa na cabeça.
Chegava o mês de
dezembro e com ele o Natal, o menino queriam dar um presente para sua tão
querida mãezinha e ficava planejando: entregaria a ela um lindo ramalhete de
flores, uma casa com jardim e na varanda uma cadeira de balanço assim ela
ficaria as tardes se balançando enquanto ele saia para trabalhar e a noite, os
dois felizes sentariam na mesa da cozinha degustavam um saboroso jantar e
depois iriam sentar na varanda para ver a lua que sorria lá pertinho do morro.
Por que dali do morro ele não queria sair.
- Chegamos vou entrar e você trate de ficar ai fora bem
quietinho, a patroa não gosta de ver você perambulando pelo jardim- disse a mãe
tirando o menino dos seus devaneios.
O menino ficou ali fora, mas a curiosidade de criança fez com
que abrisse uma frestinha da porta da cozinha e olhasse, em cima da mesa uma
cesta de frutas, pães fresquinhos, jarras de suco bolos e muitas outras
iguarias as quais o menino só via nas vitrines das lojas quando passava com sua
mãe. Os olhinhos do menino estavam grudados naquela mesa, mas seus pensamentos
estavam voando. Ao ouvir a voz grave da patroa da sua mãe ele deixa os olhos
passearem pelo fogão onde saia um cheiro bom das panelas que ferviam, passeou
os olhos pela geladeira ao ser aberta, parecia uma imagem daquelas de revistas
tantas coisas coloridas que sentiu a boca se encher de água.
Seus olhos brilharam quando a patroa pega um doce e vem em
direção à porta ele se encolhe feliz sabia que ela iria lhe entregar, com
certeza havia visto ali e com pena lhe daria um doce, mas virou-se seguindo em
direção a sala.
Triste abaixa os olhos e só enxerga seus pés empoeirados
dentro de uma sandália velha e remendada.
Irá
Rodrigues
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