terça-feira, 16 de setembro de 2025

CLARITA E O JARDIM DOS SONHOS

 









Sejam bem-vindos, viagem nessa jornada de curiosidades, descobertas e muitas aventuras dos bichinhos e das flores. Esse é “O Jardim dos Sonhos de Clarita”, essa historinha nos levará ao mundo mágico da imaginação, aventuras e muitas folias.

Será um grande prazer viajarmos nessa estimulante aventura. Essa história começa com uma aventureira e sonhadora garotinha chamada Clarita. Ela irá viver incríveis travessuras, para isso, terá a parceria de um velho ajudante.



Clarita e o Jardim dos Sonhos

 Era uma vez, num lugar no meio da natureza, morava a garotinha de olhos amendoados, cabelos encaracolados, um sorriso encantador, Clarita morava com os pais, onde a vivência com a natureza era tudo do que precisava para ser uma menina feliz.

Era uma menina curiosa e adorava brincar ao ar livre, explorando novos caminhos no meio da vegetação.

Numa dessas caminhadas ela descobriu uma casa antiga, curiosa foi se aproximando, na frente tinha um jardim totalmente abandonado, a vegetação cobrindo os canteiros, as flores que ainda restavam estavam sufocadas impedindo de desabrocharem.

Aquele lugar passou a ser o seu esconderijo secreto, passava horas imaginando como seria aquele jardim com flores coloridas e perfumadas. Um dia, ela teve uma ideia, foi quando, de longe avistou uma senhorinha lhe observando, sentada em sua cadeira de balanço, cabelos embranquecidos e um rosto angelical.

ao se aproximar, Clarita disse o que pretendia fazer se tivesse autorização. A senhorinha sorrindo disse:

- Há muito tempo o meu jardim está abandonado, minha pequena menina, impossível recuperar, mas se quer brincar ele é todo seu.

Clarita saiu pulando até em casa, pegou uma enxadinha e voltou correndo para o jardim. Todas as manhãs ela chegava com os pensamentos povoados de esperança.

Da estradinha que passava em frente a casa, um velho lhe observava, assim fazia todos os dias, ao ver a luta da pequena menina, ele se aproximou:

- Não tenho nada para fazer, mas tenho forças nos braços e posso ajudá-la. Disse assustando a menina.

Clarita agradeceu, juntos começaram a limpar o jardim. Depois de alguns dias, restava todo limpo, os canteiros prontos a espera das sementes, no cento descobriram um lago todo azulejado, foi limpo, ao perceberem uma torneira, correram para encher o laguinho, quem sabe colocariam peixinhos.

Os canteiros foram semeados com rosas azaleias, margaridas e lírios. Um velho pé de jasmim foi totalmente recuperado, o que trazia sombras para os canteiros onde semearam os lírios.

 

Durante o dia o Sol iluminava e aquecia a terra, as noites a chuva caia, as sementes começaram a brotar, não demorou tanto tempo, logo as flores desabrochavam exalando perfume, colorindo com as suas cores vibrantes. Logo era povoado de borboletas, abelhas, joaninhas, passarinhos que cantavam felizes. Junto com seu amigo jardineiro, decidiram batizar o jardim de” Jardim dos Sonhos”

A casa da senhorinha ganhou um novo visual, as cores do jardim traziam sorrisos e gratidão. Todas as manhãs a senhorinha dava seus passeios entre as flores, Clarita não se continha de tanta felicidade.

Um jardim coberto de magia, dos encantos daquela menina, as flores dançavam ao sabor da brisa, os passarinhos entoavam lindas melodias, os raios do Sol penetravam nas águas do laguinho deixando-o brilhando como se fosse um arco-iris,   era um mundo de sonhos onde só pode ser admirado por quem traz a doçura dentro do coração.

 

 

Aquele jardim tanto tempo abandonado, agora respirava alegria, harmonia e muita magia.

Clarita descobriu que o trabalho para recuperar aquele jardim lhe serviu de aprendizado, onde sua imaginação flutuava entre as flores. Ela passava horas admirando aquele ambiente tão cheio de vida, olhou para seu amigo jardineiro que afofava a terra dos canteiros disse:

Era como num conto de fadas, falava com as flores, com os bichinhos que passaram a viver naquele lugar, ouvia historinhas imaginárias que os passarinhos contavam em seus cantos.

 

Clarita estava resolvida, iria escrever uma história com todas as aventuras mágicas, nas quais as flores, borboletas, joaninhas, abelhas, passarinhos e até os peixinhos que nadavam no laguinho seriam os seus personagens. Sem esquecer do bondoso Joaquim, seu adorado jardineiro.

Viajando na sua mirabolante imaginação, Clarita transformava aquele lugar o seu mundo bordado de magia.

 

 

SNOPS

A história de Clarita e seu Jardim dos Sonhos, traz inspiração para outras crianças escreverem suas próprias histórias.


  Irá Rodrigues

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

CORDEL DOS BICHINHOS






 

 

CORDELZINHO DOS PASSARINHOS

 

Feliz de quem acorda

Com o canto de um passarinho

Com toda a sua alegria

Na beirada do seu ninho

E o grito do quero-quero

Desfilando pelo caminho.

 

Quem não se encanta

Com o brilho de suas cores

O beija-flor e o curió

Pousando entre as flores

E o casal de periquitos

Vivendo os seus amores.

 

O bem-te-vi amarelo

Com seu canto charmoso

E o pardal trapaceiro

Ou bichinho teimoso

E filhotinho de canário

Com seu jeitinho choroso.

 

Entre numa floresta

Ouça o canto da passarada

Quando bem de manhãzinha

Desfilam em revoada

Abrindo suas asinhas

Saindo em disparada.

 

 

  

 

CORDELZINHO DA FAZENDA

 

Os bichinhos da fazenda

Eram muito animados

Um porco comilão

Bodes atrapalhados

Um galo preguiçoso

Só cantava atrasado.

 

Um peru imperioso

Uma galinha magrela

A perua Josefina

Só dormia na cancela

O gatinho fiapo

Roncava na janela.

 

Os bichinhos eram alegres

Do grande ao pequeno

Um boi enfezado

Um cachorro traquino

Até um macaquinho

Que parecia um menino.

 

Ali reinava o bem

Os insetos festejavam

Cada um se respeitava

E todos comentavam

Até os gafanhotos

Juntos festejavam.

 

 

 

ENCANTOS DA NATUREZA

 

Vejam da sua janela

Bem no centro do jardim

Todo bordado de flores

Perfumado de jasmim

Aquele lindo colibri

Parece que canta pra mim.

 

Naquela árvore ao lado

Vejam quantos ninhos

Parece uma ruazinha

Feita com mil ninhos

Casinhas de amor

Abrigo dos passarinhos.

 

Ouçam o canto inebriante

Vindo daquele lugar

Deve ser um bem-te-vi

Que gosta de cantar

Parece uma orquestra

Embalada pelo luar.

 

 

 

GIRAFINHA ESMERALDA

 

 

Tem bicho de todo canto

A girafa desengonçada

Chegando lá do zoológico

Tentou subir a escada

Encontrou o elefante

Quase sendo atropelada.

 

Não lhe prestaram socorro

Mancando ficou a coitadinha

Desistiu de ir à festa

Foi embora sozinha

Memo assim tão comprida

Ela é tão engraçadinha.

 

De longe o macaco viu

Com sua roupa amarela

Chorando e cambaleando

Parecia assim tão bela

Quando viu era a sua amiga

A girafa Marinela.

 

 

O macaco a recebeu

A girafa num desassossego

Chorava se lamentando

Dizia ter perdido o emprego

Abraçando a Marinela

Agradeceu o aconchego.

 

 

 

 

Não seja assim dramática

Deixe de ser exagerada

Sempre foi vaidosa

Se achando engraçada

Em frente a vida

Deixe de ser atrapalhada.

 

A girafa então falou:

Você é uma boa amiga

Saiba que a culpada

É a dona Formiga

Com toda a sua inveja

Resolveu fazer intriga.

 

 

 

 

 

 


 

 

AVENTURAS DOS BICHINHOS DA FAZENDA

 

Quem não gosta da roça

Não conhece um passarinho

Nem o canto da cigarra

Muito menos um porquinho

Tudo tem seu encanto

Até um nobre morceguinho.

 

São tantas aventuras

O canto do querubim

Até o bicho-pau

Nos galhos do alecrim

E tem o minúsculo

O pássaro papa-capim.

 

Criança que vive no campo

Pula da cama cedo

Toma leite no curral

Tem cavalo de brinquedo

Toma banho de riacho

Nada lhe mete medo.

 

 

O verde desabrochando

Cobrindo aquele chão

Depois da chuvarada

Na beleza do sertão

Alegra os passarinhos

Até o urubu e o gavião.

 

No sítio é só alegria

Tem um velho jumento

Carregando a criançada

Disposto a qualquer momento

Esquece que o pobre

Também tem sentimento.

 

Criança feliz é assim

Nunca perde a esperança

Sobe em pé de frutas

Rindo enche a pança

Uma pequena brincadeira

Logo vira uma festança.

 

Esse sítio é do Zezinho

Que cuida dos animais

Cuida até dos insetos

E os amam demais

Ali é o seu mundo

E tudo que ele faz.

 

 

Antes de o Sol nascer

O galo começa a cantar

Feliz ele pula da cama

É hora de brincar

O dia fica pequeno

Para tudo se aproveitar.

 

Parece que vai chover

Olha, vem o redemoinho

A coruja apressada

Cuida do seu filhote

O quero-quero apressado

Grita pelo caminho.

 

Lá vem a tempestade

Já começa a trovejar

Primeiros pingos de chuva

O céu vai clareando

É a benção de Deus

O nosso chão se molhando.

 

Correram para a cozinha

Cheiro de café coando

Sentaram-se na mesa grande

O pãozinho estava assando

Zezinho todo animado

Ainda quente vai pegando.

 

A chuva encheu o lago

Correu forte a correnteza

Sapos cantam festejando

Abençoando a natureza

Para o menino Zezinho

É sua maior grandeza.

 

Assim que a chuva passa

É hora de brincar

Fazer barco de papel

Na correnteza ir soltar

E vai descendo ligeiro

Parando em algum lugar.

 

Aquela tarde era calma

Na sombra do umbuzeiro

Brincavam de pega-pega

De peão e de vaqueiro

Até perderem a hora

Ficando o dia inteiro.

 

Zezinho ficou empolgado

Quando viu a joaninha

Brincava numa flor

Junto de uma abelhinha

A cigarra e o beija-flor

Sem faltar a lagartinha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FESTA A FANTASIA

Houve uma grande festa

Que seria em homenagem

A famosa andorinha

Principal personagem

Para trazer os presentes

Os duendes vieram de carruagem.

 

A pardoca resolveu

Se vestir de realeza

Saiu de braço dado

Parecia uma princesa

O pardal se empolgou

Nunca viu tanta beleza.

 

Da floresta surgiu

Um passarinho manhoso

Vestido todo a rigor

Parecia um moço garboso

Trazia no bico uma flor

Meio tímido e generoso.

Logo foi se apresentar

Sou viajante e trabalhador

Ando por ai buscando sonhos

Minha retribuição é o amor

Sou filho dessa floresta

Não nenhum galanteador.

 

Logo aparecia a andorinha

Vestida de bailarina

O passarinho se encantou

Por aquela bela menina

Parecia mesmo uma fada

Ou quem sabe uma colombina.

 

E se ela fosse mesmo

Sorrindo assim pra mim

Eu com certeza seria

O seu nobre arlequim

Não lhe daria uma rosa

E sim todo o jardim.

O bem-te-vi enciumado

Abriu o bico e cantou

Outros passarinhos seguiram

O salão logo lotou

Uma bela poesia

A andorinha recitou.

 

 

 

 

 

 

 


IRÁ RODRIGUES,

Professora aposentada, licenciada em geografia, contadora de história, autora de doze livros infantil editado aqui e em Portugal. Condecorada com título Monteiro Lobato, participação em várias antologias infantil.

 

Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil

http://iraazevedo.blogspot.com.br/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LAGARTIXA MARGARIDA


 


E ASSIM VAI COMEÇAR AS AVENTURAS DA LAGARTIXA MARGARIDA






 

Certo dia a lagartixa Margarida, querendo desfrutar a vida, resolveu fazer um comunicado. Chegou na pracinha da cidade, ao ver que estava lotada aproveitou a oportunidade.

- Estou cansada de viver sozinha, só ficarei encalhada se nesta terra não estiver um moço galante para me desposar. Disse se achando radiante.

 

- Não se avexe, você é solteirona e deve continuar. Quem aqui dessa região vai se interessas por uma lagartixa fofoqueira. Disse a prima Tixa.

 


 

Não gostando da resposta, saiu soltando fogo pelas ventas, encontrou o calango Tião que foi dizendo sem rodeios.

- O que aconteceu para ficar assim tão desesperada?

- Saia de perto, ou serei capaz de atropelar sua arrogância. Gritou Margarida, saindo furiosa e foi se refugiar no alto de um rochedo, assim não teria quem lhe tirasse a paz.

 





 

Depois de dias nublados, o Sol abriu os olhos, a lagartixa resolveu tomar banho de Sol. Vestiu um biquini, passou bronzeador, colocou óculos escuros e chapéu.

 

Passou toda a manhã espichada num lajedo, o Sol muito quente e sem beber água, coitada, estava toda sapecada. De tanta dor no corpo, gritava, ninguém ouvia, a língua já estava seca dentro da boca, desidratada gemia se arrastando até chegar em casa.

 




 

Foi direto se olhar no espelho, assombrou-se com o que viu, estava sapecada, o corpo ardendo, nem conseguia mexer a cauda, a cara parecia um pimentão avermelhado, ardia feito brasa,




 

-Bem-feito gritou um passarinho atrevido, agora fica aí sozinha, ninguém vem te ajudar e partiu cantando bem-te-vi, bem-te-vi.

 

A pobre só gemia e chorava, nem força teve para responder o atrevimento daquele passarinho.

Passou quase uma semana sem conseguir sair de casa, pouco se alimentava, dormia a maior parte do tempo.

 



O dia amanheceu chovendo, entediada saiu para caçar, sobe num rochedo fica tonta, nem um besourinho para matar a sua fome. Triste e faminta viu de longe o calango Sebastião espichado de barriga cheia arrotando e alisando a pança.





Sem saber explicar, sentiu-se enciumada, sonhava com um belo almoço, uma sopinha quente, uma salada, nada encontrava. O calango ali sossegado nem imaginava que estava sendo observado.

Bem devagarinho se aproximou, o calango roncava, com certeza bem alimentado, sem rodeios foi logo perguntando.

- Onde encontro algo para comer, andei a manhã inteira, estou esfomeada.

 


Ao ver uma teia de aranha abocanhou de uma vez, a pobre tecia seus fios e nem percebeu a artimanha da lagartixa que suspirava satisfeita, de barriga cheia afastando-se, quando o calango gritou:

 

- Não seja assim sem educação! Vem aqui, me acorda e sai sem dizer nada.





 

Esmeralda nem olhou para trás, voltou para casa cantarolando. Confabulando com seus pensamentos, subiu numa árvore, tenho poder, vou voar feito passarinho, amarrou nos braços asas de papel, começou a ensaiar, de nada adiantava, a chuva ficou forte molhou as asas.

 

Pensou: Não irei desistir, amanhã outras asas irei fabricar.





 

No dia seguinte, o Sol nem apareceu, a chuva caía feito temporal. Então pensou: Sou persistente, sem nada para segurar, se esborrachou no chão. Ainda bem que caiu no seu jardim, a queda foi amortecida nas flores, quebrou apenas uma patinha, o dedinho do pé e a ponta da cauda.

Ficou deitada no meio do lamaçal. A irmã que foi visitá-la ficou preocupada ao ver Margarida gemendo, logo outras lagartixas chegaram para acudir.

Sem poder sair de casa, começou a escrever poesia, era seu novo sonhos, virar escritora e poetisa.





 

CERTA MANHÃ

Acordou na maior folia

Foi para a frente do espelho

Passou batom vermelho

Fez uma fotografia.

 

Sorrindo mostrou o dente

Admirou-se por instante

Viu que estava radiante

Saiu toda contente.

 

Na rua sentiu-se encantada

Ouviu o calango dar psiu...

Rebolando ela seguiu

Feliz em ser cortejada.

 

 

 

 

 

 

 

RECLAMONA

 

De longe ela espiava

A preguiça de dona lesma

Nojenta e pegajosa

Pelo chão se arrastava.

 

Viu no canto do salão

O besouro e o cascudo

Falavam da má fama

Do temido pulgão.

 

Chegou o vaga-lume

Trazendo luz e alegria

Só não esperava encontrar

A centopeia com seu azedume.

 

Que a tudo reclamava

Vivia no mundo sozinha

Com seu jeito resmungona

Dela ninguém gostava...

 

 

 

 

 

ENTEDIADA

 

 

Resolveu ir passear

Chega um pobre besouro

Com medo de ser devorado

Fugiu dali apressado...

 

A lagartixa lambeu a boca

Uma sopa de besouro

Serviria em seu jantar

Comeria até se fartar.

 

E continua a lagartixa

Esperando a hora certa

Se arrastando de levinho

Para pegar o coitadinho.

 

O besouro que não era bobo

Com medo de ser engolido

Tratou de se mandar

A lagartixa ficou sem jantar.

 

Mas se por descuido a lagartixa o pegasse

Com certeza se arrependeria

Iria fazer tanta lambança

Dentro da sua pança.

 

 

 

 

 

VAIDADES DE MARGARIDA

 

 

Aos domingos adora sair para passear

Dessa vez caprichou no visual

Iria com as amigas a um festival

Disposta a encontrar um moço para se casar.

 

Acordou cedo tomou banho na torneira da pracinha

Querendo ficar linda usou um vestido de bola

Pegou o chapéu, colocou lanche na sacola,

Na outra mão um leque e a sombrinha...

 

Muito vaidosa não se esqueceu do batom vermelho

Nem de colocar um laçarote na cabeça

Voltou da porta antes que se esqueça

Admirou-se em frente ao espelho.

 

Saiu feliz, pois estava muito elegante,

Daquele festival sairia enamorada

Quem sabe até voltaria casada

Pensou- quero um moço bem-falante...

 

Não gostava de moço muito calado

Diziam que ela falava pelos cotovelos

Que a sua língua era bem maior que um novelo

Quando estava todo desenrolado.

 

Toda contente vai a lagartixa passear

Cantarolando seguia pela rua

Sorriu feliz confabulou com a lua

Amiga Lua hoje eu vou desencalhar...

 

 

 





A PRIMAVERA

 

Margarida acordou

Foi se deitar ao sol

Logo se espicha

Folgada essa lagartixa.

 

Era estação da primavera

Flores no campo perfumava

De biquíni e chapéu de sol

Atraente ela se achava.

 

Preguiçosa ela tira uma soneca

Desperta com a barriga roncando

Olha com olhos cobiçados

Um besourinho que vai passando.

 

Zaz!... Nem deu tempo ao bichinho

Tentar dali escapar

De barriga cheia ela arrota

- Que delícia de jantar.

 

 

 

 

OS PESSEIOS

 

Pense numa lagartixa

Que adorava sair de casa

A noite se escondia

Para caçar bicho de asa.

 

Seu café tinha que ter mosquito

Para o almoço uma baratinha

Daquelas que circulavam

Nas paredes da cozinha.

 

O verão chegou precisava passear

Resolveu que iria passar o dia na praia

Pegou a sacola e o sombreiro

Vestiu maiô e uma saia.

 

De óculos escuros saiu sozinha

Tomou um susto quando viu o mar

Foi uma louca aventura

Até aprendeu a nadar.

 

 

 

 

 

A FUJONA

 

Quando o dia ainda começava a se espreguiçar

Margarida escapava pela janela

Saia para mais uma das suas estripulias

À tardinha ficou cansada de tanto andar.

 

O céu escureceu a chuva caiu

A lagartixa se encolheu num tronco

Já estava toda encharcada

A noite chegou, nem viu.

 

Com medo ficou pensativa

O frio começava a congelar

Queria sua caminha quente

A chuva só aumentava.

 

Pensava na sua casinha

Era obrigada a passar a noite ali

Prometeu que tomaria juízo

Nunca mais fugiria sozinha.

 

 

 



TINHA QUE SER A MARGARIDA

 

Sempre muito arteira

Foi visitar o calango Janjão

Quando ouviu um trovão

Derrubando a casa inteira.

 

A pobre da lagartixa tremia

Correu em disparada

Estava tão assombrada

Que nem viu o que acontecia.

 

Achou que era trovão

Mas de longe viu o gigante

Era um enorme elefante.

 

Ficou por ali tremendo

Se por ele fosse pisada

Coitada seria esmagada.

 

 

 

 



O SONHO DE MARGARIDA

 

Num desses passeios pela floresta

Imaginou ser um jacaré

Pensou se comesse muito iria crescer

E todos teriam que lhe obedecer.

 

Convencida saiu cantarolando

Encontrou a formiga e foi falando

Amedrontada a bichinha saiu correndo

Nem terminou a folha que estava comendo.

 

Esmeralda não se conformava

Queria mesmo ficar enorme

Seria como um jacaré valente

Confiante seguiu contente.

 

Coitada, mais uma vez se deu mal

Todos os bichos gargalhavam

Estava sozinha e abandonada

Num descuido perdeu metade da cauda.

 

 

Agora era uma lagartixa cotó

Seu sonho não poderia realizar

Voltou cabisbaixa para casa

E pensou- Um dia terei asa.

 

Aí poderei sair voando

Já sei! - Serei um dinossauro

E todos terão que me respeitar

Coitada, a lagartixa só sabia sonhar.

 

 

 

 



MAIS UM DOS SONHOS DA MARGARIDA

 

Sonhava ter asas e poder voar

Num tronco resolveu subir

Nem viu a formiga por ali

Passou sem mesmo avisar.

 

Recebeu uma bela ferroada

Gritou a lagartixa apavorada

Ai que dor danada

Sua formiga malvada...

 

Eu só queria aprender a voar

Ir quem sabe de encontro à Lua

Do alto olhar a rua

E ver meu amor passar...

 

Não precisava me ferroar

Olha o que me aconteceu

O meu dedinho cresceu

E a dor é de matar...

 

A formiga resmungona

Oras, deixe de ser chorona

Da próxima vez com certeza

Vai ter mais delicadeza...

 

 

 

 

 

 

 

AS MANIAS BOBAS DE MARGARIDA

 

Esmeralda encafifou nas suas ideias

Que queria ser um enorme jacaré

Ter a força de um trovão

E veloz feito um furacão.

 

Querendo ser por todas temida

Foi ao dentista alongou os dentes

Que nem cabia dentro da boca

Todos a chamavam de louca.

 

Ficou mesmo muito engraçada

De boca fechada os dentes apareciam

Ficou parecendo um serrote

Esmeralda estava sem sorte.

 

Desanimada resolveu morar sozinha

Ficou tão feia nem olhava no espelho

Com esses dentões de navalha

Parecia mais um espantalho.

 

Um dia, a fada apareceu

Vendo a tristeza da lagartixa

Foi saber o que aconteceu,

 

Ouviu tudo sentiu pena

Resolveu ajuda

Mas antes lhe disse

Aprenda a ser como Deus lhe fez

Quem quer tudo nada tem.

 

E assim jogou seu pozinho magico e a lagartixa voltou a ser como era

Aprendeu uma lição e viveria feliz para sempre.

 

 

 


 

E assim termina as grandes aventuras da lagartixa Margarida.






   Autora- Irá Rodrigues















CLARITA E O JARDIM DOS SONHOS

  Sejam bem-vindos, viagem nessa jornada de curiosidades, descobertas e muitas aventuras dos bichinhos e das flores. Esse é “O Jardim dos So...