HISTÓRIAS DA
LAGARTIXA
No meio do cerrado no alto de uma rocha moravam
muitas famílias de lagartixas, todas as noites se reuniam para prosearem, falar
das aventuras do dia e planejarem as tarefas do dia seguinte, enquanto os
papais titios os avós falavam de trabalhos as pequenas lagartixas aproveitavam
para atuarem nas suas aventuras mais assustadoras.
Entre as pequenas lagartixas tinha uma que nada
aceitava e saia sozinha não se sabe para onde nem o que vivia fazendo. Um dia
já mocinha falou para os pais que iria morar sozinha e até uma casinha já tinha
encontrado.
Foi aquele susto, uma vez que nenhuma lagartixa saia
daquele reino onde viviam protegidas pelo famoso e temido calango verde.
Mas Esmeralda nada temia e no dia seguinte arrumou
sua trouxa partiu em direção a sua nova morada.
Atravessou os rochedos viu o vale lá embaixo, pensou
– irei me aventurar e uma casinha irei encontrar. E assim chegou a noite,
depois de comer um farto jantar de grilos foi se deitar, na manhã seguinte
acordou bem cedinho e partiu, logo viu um rochedo bem menor do que onde morava,
mas ali com certeza seria a sua nova morada. Acelerou os passos e logo viu uma
fenda bem no topo, escalou, olhou para todos os lados nada viu, entrou e logo
se instalou. Estava tão cansada que adormeceu sem comer nada. Acordou já no
finalzinho da tarde, a barriga roncava quando viu uma enorme barata dormindo
num canto. Nem pensou duas vezes, de pança cheia arrotou e foi dar uma passeio
por perto, assim ficaria conhecendo os seus vizinhos. Só encontrou uma velha
lagartixa cuidando de sua horta. Saudou e retornou pra sua casa.
A noite sozinha sentiu falta da grande movimentação
e resolveu que iria começar a escrever a sua história,
E assim vai começas as aventuras da lagartixa
Esmeralda.
A LAGARTIXA
FALADEIRA
Lily era uma
lagartixa faladeira
Tudo que
ouvia saia espalhando
Quando nada
sabia ela inventar
Era mesmo
uma malandra fofoqueira.
Um belo dia
o gato revoltado
Se escondeu
para dar um susto
Tinha
vontade de arrancar-lhe o rabo
Mas o que viu
lhe deixou encantado.
A fofoqueira
passeava com o rato
De orelha em
pé tudo escutava
Hum- Ali
estava um belo jantar
Lambendo o bigode, pensou o gato.
Jantar um
rato ele apreciava
Mas comer uma
lagartixa faladeira
Não sentia
apetite apenas nojo
Mas dele ela
não escapava.
AVENTUREIRA
A lagartixa cotó assim
era chamada
E mesmo assim vivia
aprontando
Tentava esconder seu
defeito
Que era a ponta da
cauda cortada.
Mesmo assim vivia a
aventureira
Pegava carona nas
franjas do vento
Caia no meio de um
jardim
No canteiro de dona
roseira.
Que furiosa começava a
reclamar
Que a queda machucou
suas pétalas
A lagartixa saia de
fininho
Antes que as flores
viessem lhe atacar.
A FUJONA
Quando o dia ainda
começava a se espreguiçar
Esmeralda escapava pela
janela
Saia para mais uma das
suas estripulias
A tardinha ficou
cansada de tanto andar.
O céu escureceu a chuva
caiu
A lagartixa se encolheu
num tronco
Já estava toda
encharcada
A noite chegou ela nem
viu.
Com medo ficou
pensativa
O frio começava a congelar
Queria sua caminha
quente
A chuva só aumentava.
Quero a minha caminha
Era obrigada a passar a
noite ali
Prometeu que tomaria
juízo
Nunca mais fugiria
sozinha.
Irá Rodrigues
BANHO DE SOL
DA LAGARTIXA
Depois de
dias nublados e o brilho no céu
A lagartixa
resolveu tomar sol
Vestiu
biquíni, passou bronzeador
Óculos
escuros e chapéu.
Ficou tanto
tempo espichada
Com o sol
muito quente sem beber água
Coitada da
lagartixa Esmeralda
Estava toda
sapecada.
De dor ela
gritava ninguém ouvia
A língua já
estava seca dentro da boca
Não bebeu
água nem se hidratou
A pobre de dor gemia.
Assustou-se
ao olhar no espelho
Estava toda
queimada e ardendo
Não
conseguia mexer nem a cauda
O corpo todo
vermelho.
Bem feito
gritou um passarinho
Agora fica
ai grudada sozinha
Ninguém vem
te procurar
E partiu
para o seu ninho.
O ENCONTRO
DAS LAGARTIXAS
As
lagartixas marcaram um jantar
Era uma
noite de alegria
Segredos
curiosos que ouvia
Esmeralda
começou a desfiar.
Eram
histórias que queria compartilhar
As amigas
ficaram interessadas
Muitas nem
saiam de casa
Espicharam
as orelhas para escutar.
E Esmeralda
continuava fofocando
Até que um
calango gritou furioso
Você deveria
contar a sua história
E não dos
outros ficar falando.
A lagartixa
ficou triste ao perceber
Que o amigo
falava a verdade
Tudo que
ouvia saia espalhando
Uma hora
iria se arrepender.
Assim
Esmeralda aprendeu uma lição
Que daquele
dia em diante
Deixaria a
língua dentro da boca
Triste foi
dormir no chão.
Irá
Rodrigues
A CASA DE
ESMERALDA
A lagartixa
morava numa rocha
Sua casa era toda arrumada
Tinha uma
enorme família
Ela era
muito amada.
Falou aos
pais que queria ter família
E precisava
arranjar um bom moço
Colocou
flores no beiral das janelas
Ao passar um
ela espichava o pescoço.
Quando
terminou o inverno
Apareceu o
primeiro pretendente
Esmeralda se
dizia apaixonada
Mas o moço
tinha cara de demente.
O pai foi
logo descartando
Esse ai não
serve para casar
Melhor
esperar o dia do baile
Um noivo
poderá arranjar.
Esmeralda
ficou encantada
Ao chegar ao
baile seu olhos brilhavam
Todos com
ela queriam dançar
No salão era
disputada.
O moço foi
logo dizendo
Vamos dar
uma voltinha
Estou
faminto preciso me alimentar
Vamos comer
uma sopa de mosquinha.
AMOR DE
LAGARTIXA
Enfim chegou
o dia tão esperado
Esmeralda
estava radiante
No seu
vestido de noiva
Desfilava
triunfante.
O noivo na
maior das elegâncias
A lagartixa
de olhinhos brilhando
O salão
estava enfeitado
O casamento
festejando.
A borboleta
que voava nas flores
Saudou os
noivos com euforia
A festa foi
até o amanhecer
Esmeralda
era só alegria.
AS AVENTURAS
DE ESMERALDA
A lagartixa resolveu
que iria voar
Se
passarinho pode eu também quero
Amarrou nos
braços asas de papel
E começou a
ensaiar.
De nada
adiantava tentar
A chuva caiu
molhou as asas
Pensou- Não
irei desistir
Amanhã
outras asas vou fabricar.
E na manhã
do dia seguinte
A chuva caia
feito temporal
Esmeralda
então pensou
Sou teimosa
e persistente.
Sem poder
sair com a chuva caindo
Ficou
confabulando outras aventuras
Subiu no
telhado escorregou
Sem ter onde
segurar foi caindo.
Caiu no meio
do quintal
Quebrou a
patinha e um dedinho
Precisava
ficar deitada
Estava no
meio do lamaçal...
A irmãzinha chegou preocupada
Esmeralda
gemia de dor
Todas as
lagartixas vieram acudir
O pai
gritou- você é muito atrapalhada.
AS MANIAS DE
ESMERALDA
Esmeralda era
uma lagartixa
Que nas suas
manias vivia abraçada
Parecia
guardar mil segredos
Temendo ser
desvendada.
Não tinha amigos e nem de casa saia
Dizia que
todos a perseguia
Com todas
essas manias
Esmeralda vivia
em agonia.
SONHOS BOBOS
A lagartixa encafifou nas suas ideias
Que queria ser um enorme jacaré
Ter a força de um trovão
E veloz feito um furacão.
Querendo ser por todas temida
Foi ao dentista alongou os dentes
Que nem cabia dentro da boca
Todos a chamava de louca.
Ficou mesmo muito engraçada
De boca fechada os dentes apareciam
Ficou parecendo um serrote
Esmeralda estava sem sorte.
Desanimada resolveu morar sozinha
Ficou tão feia nem olhava no espelho
Com esses dentões de navalha
Parecia mais uma espantalha.
ESMERALDA
Resolveu ir
viver num jardim
Todos os
bichinho ficaram amedrontados
Vamos virar
o banquete dessa lagartixa
Gritaram o
besouro, a lagarta e o cupim.
Os dias se
passavam da árvore ela não descia
Um dia
acordou estava sentindo dor
Por uma
lagarta de fogo foi queimada
Chorava e se
revirava na maior agonia.
Nem
conseguia se mexer
De febre
alta e dor de cabeça
Suas
patinhas estavam inchadas
Pensou- Será
que vou morrer...
SOLIDÃO
Esmeralda
foi morar sozinha
Não tinha
mais amigos
Seu coração
era uma caixa de saudade
Decidida foi
embora pra cidade.
Mesmo em sua nova casinha
Vivia
solitária sem amigos
Uma bela
tarde resolveu ir passear
Mas ninguém
parava pra conversar.
A solidão virou
sua companheira
Quando viu
uma barata a lhe olhar
Chovia ela
estava lá fora
Filomena
chamou, mas ela foi embora.
No dia
seguinte em sua janela
A barata
veio pousar
A lagartixa
de longe olhou
Com carinho
lhe chamou.
A barata
também vivia sozinha
Então disse
desconfiada
E se você
quiser me comer
Como posso
me defender.
A lagartixa
balançou a cabeça
Fique
tranquila vamos ser amigas
Eu prometo
nunca te devorar
Quero alguém
com quem possa conversar.
As duas se
tornaram companheiras
A lagartixa
cuidava da barata
Nunca mais a
deixou sozinha
Agora era
uma boa vizinha.
ERA DIA DE
FESTA
A lagartixa
sem o rabo
Estava muito
desanimada
Como iria a
festa sozinha
Se sentia
abandonada.
Todas as
amigas sentiam vergonha
Por ela ser
a lagartixa cotó
Assim Esmeralda
foi embora
Mais uma vez
foi viver só.
Um certo dia
enquanto andava
Ouviu o
canto se um passarinho
Ficou
encantada, queria encontrar
Foi seguindo
o seu caminho.
Lá estava
ele lindo e faceiro
Ao ver a
lagartixa logo se calou
Olhava meio
desconfiado
Quando a
lagartixa lhe falou:
Não pare de
cantar passarinho
Seu canto
alegra o meu dia
Vivo triste
e sozinha
Não tenho
companhia.
O passarinho
sacudiu as asas
Abriu o bico
e voltou a cantar
A lagartixa
esqueceu a tristeza
E começou a
bailar.
ELIXIR DE
LEVITAR
Esmeralda
era muito distraída
E com seus
desejos de voar
Encontrou um
frasco com fechado
Foi logo
bebendo sem imaginar.
Que ali era
um elixir de levitar
Ao beber
começou a rodar, rodar
Via o mundo
todo girando
Logo começou
a voar.
Quanto mais
o tempo passava
A pobre
subia ligeiro
Já estava
chegando nas nuvens
Quando
espatifou-se num poleiro.
O galo olhou
de bico aberto
De onde caiu
essa lagartixa
Feia
desengonçada e sem rabo
Com cara de
salsicha.
Outras
galinhas chegaram
Começou
aquela gritaria
Com o corpo
todo dolorido
Esmeralda só
gemia.
Assombradas
as galinhas sentiram pena
Toda
dolorida fechou os olhos e dormiu
Num canto
deixaram descansar
Nem lembra
quantas horas dormiu,
Assustada
despertou
Agradeceu a
todos pelo carinho
Mancando ela
dali partiu
E seguiu o
seu caminho.
O INVERNO CHEGANDO
Dona aranha
foi tricotar
Fez um
pulôver e par de luvas
Levou de
presente pra lagartixa
Antes que
chegassem as chuvas.
Esmeralda
era muito esquisita
Nem convidou
a aranha para entrar
Abriu a janela
disse estar atrasada
Estava frio
e iria se deitar.
A aranha
mesmo assim
Entregou
feliz o presente
Fiz para que
possa se agasalhar
Nem assim a
lagartixa se fez de contente.
A aranha
voltou pensativa
Amanhã será
um novo dia
Com certeza
eu fiz a minha parte
Frio a
lagartixa não sentiria...
Depois da
noite gelada
A lagartixa
enfim entendeu
O lindo
gesto da aranha
E ela nem ao
menos agradeceu.
Um dia irei
agradecer
Deu porque
quis
Importa que
estou bem agasalhada
Linda e
muito feliz.
OUTRA
DECEPÇÃO
Esmeralda
resolveu morar na cidade
Saiu antes
que todos acordassem
Pegou atalho
da longa estrada
Respirou ar
puro da liberdade.
Três dias
passou viajando
Cansada se
abrigou em um casarão
Adormeceu
sem perceber
Que tinha
alguém lhe observando.
Despertou
abriu o bocão
Tomou um
tremendo susto
Não estava
ali sozinha
Tinha uma
cobra e um escorpião.
Pensou a
lagartixa como escapar
Se o
escorpião lhe ferroasse
Morreria sem
sair do lugar
E a cobra
lhe devorava no jantar.
Esmeralda
foi se arrastando
Numa telha
se escondeu
Mas nada
adiantava
A cobra
estava chegando.
Num salto
caiu do telhado
Entre
plantas se escondeu
Quando viu
ao seu lado um gato
Lambendo a
língua todo arrepiado.
A lagartixa
assustada tremia
Na cidade só
existia perigo
Arrependida
começou a chorar
Voltaria
para a sua família.
ESMERALDA
Era uma lagartixa tonta
Sonhava em ser passarinho
Com asas grandes para voar
Ir além de onde pudesse sonhar.
Cada dia uma invenção
Criava um mundo de fantasias
Um dia queria ser rainha
Mas vivia triste e sozinha.
Dizia não querer ser lagartixa
E viver sempre rastejando
Assim tudo que sonhava
A tonta planejava.
Queria ser sempre diferente
Foi a fada pedir conselho
Saiu de lá bem animada
Não queria mais ser transformada.
Esmeralda era agora bem amável
Pelo jardim a lagartixa passeava
A todo dizia bom dia!
Agora tudo na vida era alegria,
Aprendeu bem a lição
Que Deus faz cada um do seu jeito
Não bastava querer mudar
A felicidade é saber aceitar.
A
LAGARTIXA QUE QUERIA SE CASAR
A lagartixa
foi ao mercado
Comprar
frutas e legumes
Quando
avistou um moço
Elegante
e perfumado.
Saiu
de lá como se tivesse asa
Nem a
feira lembrou de levar
O
moço então decidiu
Levaria
em sua Casa.
Quando a lagartixa abriu a porta
Quase
que o queixo caiu
O
moço estava sorrindo
Entre
se não se importa.
A
partir daquele dia
Começaram
a namorar
A
lagartixa feliz flutuava
Tão
grande era a sua alegria.
Poucos
dias e se casaram
A
festa foi bem animada
Mudaram
pra outra casa
Felizes
os dois ficaram.
ARREPENDIMENTO
A lagartixa vivia mil aventuras
Mas entendeu que seu lugar
Era ao lado da família
E pra lá deveria voltar.
Uma certa manhã decidiu
Colocou os trapos na sacola
Saiu tão apressada
Nem percebeu que estava de camisola.
Quando encontrou os pais
O velho calango tomou um susto
Ao perceber suas vestimentas
Gritou- Mas que absurdo.
A lagartixa tentou explicar
Disse que lá vestir assim era natural
Entrou em casa correndo
Como se tudo fosse normal.
O avô um velho muito severo
Gritou todo apalermado
Essa mocinha precisar casar
Vamos lhe arranjar um namorado.
E marcaram logo um encontro
Com moço rico da região
A lagartixa toda empolgada
Entregou logo a sua mão,
A CURIOSIDADE
Chegou o dia de conhecer a sogra
Uma velha e esnobe lagartixa
Bem cascuda pela idade
Tinha cara
seca de salsicha.
A sogra logo pela nora se encantou
A lagartixa Esmeralda gostou tanto
Ao se despedirem
A lagartixa caiu no pranto.
Com certeza jovem e garboso
Seria o seu namorado
Conheceria no dia da festa
Ele com certeza estaria apaixonado.
O dia tão esperado chegou
Para conhecer o seu amado
Mas ao ver a lagartixas se assombrou
Era velho feio e desajeitado.
Tinha cara comprida de tartaruga
Ele parecia todo atrapalhado
Prefiro ficar solteira
Gritou deixando o noivo assustado.
Esse deve ser o pai ou avô
A lagartixa disse por certo
Assim todo acabado
Não quero ficar por perto.
Gritou- Irei para bem longe
E saiu correndo do salão
Dormirei na casa da vovó
Deixando o noivo com cara de bobão.
CHEGAVA AS ELEIÇÕES
A lagartixa resolveu se candidatar
Queria ser prefeita ou vereadora
Só sabia que iria mandar
E muito dinheiro ganhar.
Chega o dia da eleição
E começaram a perguntar
A lagartixa só balançava a cabeça
Nem ao menos sabia falar.
O calango Tio era o prefeito
Foi com ela reclamar
Político tem que estudar
E também saber discursar.
Pelo visto a senhorita
Nem ao menos sabe ler
Como quer ser candidata
Vá procurar o que fazer.
A lagartixa foi vaiada
Saiu e nem mesmo votou
Em casa o pai foi severo
Sem rodeio lhe avisou:
Precisa parar de aventuras
Está na idade de se casar
Ter a sua própria casa
E uma penca de filhos para cuidar.
A lagartixa Esmeralda
Hoje ela acordou
Foi se deitar ao sol
Logo se espicha
Folgada essa lagartixa.
Era estação da primavera
Flores no campo perfumava
De biquíni e chapéu de sol
Atraente ela se achava.
Preguiçosa tira uma soneca
Desperta com a barriga roncando
Olha com olhos cobiçados
Um besourinho que vai passando.
Zaz!... Nem deu tempo ao bichinho
Tentar dali escapar
De barriga cheia ela arrota
- Que delícia de jantar.
CHEGA A NOITE
Tentava dormir não conseguia
Era muito medrosa
Tinha medo do escuro
Gostava era da luz do dia.
O que Esmeralda mais temia
Era o gato Tintim
Que vivia lhe rondando
Até os bigodes ele lambia.
A lagartixa Esmeralda
Era mais esperta que o gato
Quando descia da parede
Saia em disparada.
Restava o gato ficar olhando
Um dia ainda te pego
Sua lagartixa exibida
- Ela gritava- Vai pensando.
Esmeralda
Era uma lagartixa
Que adorava sair de casa
A noite se escondia
Para caçar bicho de asa.
Seu café tinha que ter mosquito
Para o almoço uma baratinha
Daquelas que circulavam
Nas paredes da cozinha.
O verão chegou precisava passear
Resolveu que iria passar o dia na praia
Pegou a sacola e o sombreiro
Vestiu maiô e uma saia.
De óculos escuros saiu sozinha
Tomou um susto quando viu o mar
Foi uma louca aventura
Até aprendeu a nadar.
O SONHO DE ESMERALDA
Num desses passeios pela floresta
Imaginou ser um jacaré
Pensou se comesse muito iria crescer
E todos teriam que lhe obedecer.
Convencida saiu cantarolando
Encontrou a formiga e foi falando
Amedrontada a bichinha saiu correndo
Nem terminou a folha que estava comendo.
Esmeralda não se conformava
Queria mesmo ficar enorme
Seria como um jacaré valente
Confiante seguiu contente.
Coitada mais uma vez se deu mal
Todos os bichos gargalhavam
Estava sozinha e abandonada
Num descuido perdeu metade da cauda.
Agora era uma lagartixa cotó
Seu sonho não poderia realizar
Voltou cabisbaixa para casa
E pensou- Um dia terei asa.
Ai poderei sair voando
Já sei! - Serei um dinossauro
E todos terão que me respeitar
Coitada a lagartixa só sabia sonhar.
Autoria Irá Rodrigues