segunda-feira, 22 de outubro de 2018

UM JARDIM DIFERENTE









Esse jardim é bem diferente
As crianças são flores
Flores salientes e bem exigentes
Em cada canteiro moram as suas cores...

E como toda flor é delicada
O jardineiro precisa ser paciente
Uma acorda feliz a outra mal humorada
Mas o jardineiro está sempre sorridente...

E assim nesse jardim nada fica parado
Flores dizem o que querem dizer
Um beija-flor que chega desconfiado
Sem saber o que vai acontecer...

Se as flores acordam felizes recebem o beija-flor
Convida as borboletas para bailar
Tudo no jardim se transforma em amor..

Se a rosa acorda inquieta e sem vontade
As outras flores preferem ficar caladas
Melhor ficar bem longe da sua vaidade...


autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

O BEM-TE-VI



 Resultado de imagem para o bem-te-vi
Acordou chateado
Nem saiu do ninho
Não estava nada animado
Para encontrar o seu vizinho...

Melhor ficar mais uma hora
Sem pressa de levantar
Assim o vizinho iria embora
E ele poderia voar...

Achava seu vizinho um fanfarrão
Dizia ser o melhor cantor da floresta
Era pardal era mesmo sem noção...

Cantava rouco e desafinado
Querendo imitar seu belo canto
O pardal não conseguia coitado...



autoria- Irá Rodrigues
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

sábado, 6 de outubro de 2018

A FELICIDADE DO BEM-TE-VI



 Resultado de imagem para FELICIDADE DO BEM-TE-VI

Era uma manhã de primavera, o bem-te-vi acordou todo serelepe, batendo asas, abrindo o bico com ar de felicidade, afinal as flores estavam brotando e não faltaria sementes para se alimentar.
Todos os dias a alegria batia palmas  ali no jardim dos versos, e, por isso, outros passarinhos não repararam que o bem-te-vi estava mais belo, cheio de pose com suas penas brilhosas pelo belo banho de orvalho que havia tomado antes que o Sol resolvesse enxugar a cara das plantas...
Era primavera então era dia de festejar, dizia o bem-te-vi todo feliz:
Qual motivo melhor para isso:  A natureza acordou toda vestida com suas cores multicoloridas, os chuviscos que respingam ao amanhecer deixa esse cheiro de terra molhada, nada mais nada no mundo é mais lindo que uma manhã de primavera.
 O bem-te-vi  estava mesmo muito feliz e queria sair para passear vestido a caráter, assim colocou roupas novas, chapéu  e botinas pretas, queria ficar bem elegante para que todos notassem a sua formosura.
Num galho do jasmim pousou olhava de um lado, do outro, espichava o pescoço para baixo, para cima, olhava para outros animais que por ali passavam mas não o notaram e ficou muito chateado...
Xi.... deve ser isso esqueci de colocar a gravata, foi voando até em casa parou em frente ao espelho e deu aquele laçarote de seda quadriculada no pescoço.
De volta pousou em outro galho - Sou mesmo radiante, acenava, assobiava mas ninguém reparava na sua formosura.
Então o bem-te-vi afinou o bico e começou a cantar, pulava de galho em galho até que um pobre de um urubu pousado na cerca olhou admirou q resolveu aplaudir:
Como não sabia cantar aplaudia batendo as suas enormes asas numa falição que chamava a atenção de quem por ali passava.
Logo outros passarinhos pararam de trabalhar na colheita de sementes e olharam para o bem-te-vi que orgulhoso estufava o peito, molhava o bico na última gota de orvalho e cantava alegremente: Bem-te-vi..... Bem-te-vi...
- Porque aquele passarinho está tão feliz? Queria saber os macacos que passeavam pelas árvores.
O bem-te-vi mesmo deu a resposta:
- Eu estou assim todo contente e elegante para saudar a primavera. E continuou, Bem-te-vi...Bem-te-vi.. Bem-te-vi...
Contagiado por aquela alegria todos os outros passarinhos  começaram a cantarolar e seguir  o bem-te-vi sem mesmo saber até onde o mesmo queria chegar com toda aquela folia.
Enfim chegaram no mais lindo jardim dos versos, ali as flores declamavam poesias, outras dançavam ao sabor da brisa que soprava fraquinha.
Tudo naquele jardim era encantado flores confabulavam, insetos tocavam orquestra enquanto o bem-te-vi todo feliz cantava, dessa vez seguido por milhares de outros passarinhos.
Ali era mesmo o mundo encantado do bem-te-vi, tudo era só alegria, as flores nunca murchavam eram sempre viçosas, cheias de vaidades pois eram flores de versos entoados pela felicidade que queriam encantar ouvintes e leitores que acompanhavam na orquestra dessa vez ocupada pelos passarinhos.
E feliz o passarinho seguia.. Bem-te-vi... Bem-te-vi...Bem-te-vi...

A VIAGEM DO COQUINHO DE DENDÊ



 Imagem relacionada


Era uma tarde daquelas em que o vento sopra com vontade de balançar galhos arrancar folhas e assanhar passarinhos em seus ninhos. Em uma palmeira descansava um cacho de coquinhos ainda amadurecendo, todos agarradinhos uns aos outros recebendo o carinho da mamãe palmeira.
O vento assobiou tão forte que vários coquinhos se desgarraram e no solo foram  jogados, a mamãe palmeira pedia:
- Foram desgarrados agora sigam seus destinos e logo irão germinar nascerem brotos e em pouco tempo se tornarem lindos filhotes de palmeiras,
Um dos coquinhos não parava de  chorar estava com medo e queria o aconchego dos seus irmãos que ficaram presos no cacho.
- Já está uma mocinha pare de chorar e procure um abrigo onde possa germinar.
Outro coquinho não estava nem ai, queria mesmo era sentir o ventinho soprando, estava livre e iria viajar ao sabor do vento, a chuva chegou tão forte  e separou os irmãos coquinhos cada um foi levado para uma direção.
Até hoje não se houve falar o paradeiro de cada um dos coquinhos.





A GALINHA VITIMA DE BULLYING


 Imagem relacionada


A galinha Zezé nasceu com suas penas arrepiadas e por isso era criticada e excluída por todas as outras galinhas até pela mãe e seus irmãos que nasceram todos juntos.
Quando se dirigiam a ela era dando ordens e se não obedecesse recebia os piores castigos , como ficar sem comer ou mesmo beber água.
Aquela noite teria festa no terreiro, ordenaram que Zezé ficasse cuidando dos  pintinhos de várias galinhas e deveria cuidar bem ou seria castigada.
Sem ter opinião, a galinha arrepiada ficou sozinha enquanto os pintinhos já alimentados dormiam, curiosa para olhar o que se passava na festa ela foi escondida e ficou encantada com toda aquela animação, perdeu a hora ficou ali a sonhar que estava bailando pelo salão e nem percebeu que a festa acabou, quando ouviu um grito voltou correndo encontrou as outras galinhas  furiosas, alguns pintinhos desapareceram e não teve escolha se não cair nas asas de todos e assim avançarem  sobre ela  arrancando as suas penas até que a pobre da Zezé ficou totalmente pelada sem uma peninha esquecida em seu corpo.
Chorando envergonhada Zezé saiu em disparada noite a dentro  sem saber em qual direção seguir com medo de cair bem na toca  da raposa que andava rondando a região, amedrontando  e atacando os galinheiros em busca de  galinha gorda  para fazer uma  canja.
Desnorteada Zezé tropeçava sem enxergar direito o caminho devido as lágrimas que escorriam dos seus olhos. De repente o céu escureceu, a chuva começou a respingar, a pobre toda depenada e tremendo de frio entrou no primeiro abrigo que encontrou, não importava se era a toca da raposa, só queria proteção e assim encolheu-se num cantinho sem temer o perigo e por ali ficou dias e dias morrendo de frio e a chuva não parava, emendava dias e noites sem que ela tivesse noção do tempo. 
Zezé não sabia contar quanto tempo estava ali  se alimentando de pequenos insetos e bebendo as gotas da chuva que caia do teto da caverna. Durante o dia aparecia um fiozinho de sol e a noite ela ficava congelada pelo frio trazido pelo vento que assobiava lá fora. Triste lembrava do seu cantinho quente do galinheiro, da boa alimentação todas as manhãs, do resto do dia feliz ciscando ao redor do terreiro. Estava ficando fraca e com medo, as suas penas não nasciam parece que o frio impedia que elas crescessem.
Aquela noite Zezé dormiu com tanto frio, não sabe quanto tempo  ficou adormecida se horas ou dias, quando despertou viu a raposa entrando, estremeceu, encolhida num cantinho tremia e não respirava nem fechava a boca com medo que o bico se tocasse e chamasse a atenção da raposa que passava mexendo o nariz para aguçar o seu faro.
-Estou sentindo cheiro de galinha, Zezé estava contando os minutos para que a raposa atacasse e quando ela passou para o fundo da caverna Zezé  teve uma ideia, pena eu não tenho irei mergulhar naquela lama escura que se formou com os pingos da chuva que caia, assim nem pensou duas vezes mergulhou saindo toda enlameada ficando de fora apenas os olhos e o bico, ficou quieta, a raposa voltou farejando e dizendo que ali tinha carne fresca s das boas. Imóvel a galinha nem respirava. A chuva lá fora voltou a cair escurecendo a caverna, a galinha ficava implorando para que a chuva parasse e a raposa pudesse ir embora, mas a chuva ficava cada vez mais forte e a raposa ficou andando sempre farejando o seu jantar.
O dia amanheceu- Dessa vez me enganei- Disse a raposa,- Aqui não tem carne, melhor é sair antes que morcegos gigantes venha atacar essa pobre raposa, Concluiu saindo da caverna.
Na porta ela parou, olhou em volta, a chuva havia parado o sol já abria os olhos, resolveu voltar até o lago para beber água, se não teve jantar com certeza teria um belo e saboroso almoço, - Pensou decidida a ir em busca da melhor galinha.
O medo foi tanto que a galinha desmaiou e quando despertou   sentiu calor, achou estranho abriu os olhos, lá estava o sol refletindo e iluminando a caverna, Zezé tentou se levantar sentiu as pernas pesadas, arregalou os olhos diante do que viu, estava totalmente coberta das mais lindas penas de uma cor preta azulada, pareciam penas de veludo de tão macias e brilhantes.
Saltitando Zezé batia asas saltitava, agora não era mais a galinha feia e arrepiada que servia de gozação para todos no terreiro, mais feliz ainda não era mais a galinha pelada que foi depenada sem piedade.
Querendo se olhar melhor, correu até os fundos da caverna onde tinha um lago, as águas pareciam espelho, Zezé olhou-se, admirou-se encantou-se com o que viu, até a sua crista estava mais vermelha, Estava linda e diferente, pensou satisfeita,
Decidida resolveu voltar para o lugar onde viveu a sua vida inteira, dessa vez tinha certeza que seria respeitada e nunca mais seria humilhada por ter nascido diferente.
E assim saiu exibindo o seu novo visual, por onde passava era aquele espichar de olhos, mas ela não parava e seguia decidida a chegar logo para ver como seria recebida por todos que a humilharam e a depenaram sem piedade.
Foi se aproximando do terreiro os olhos de todas as galinhas se esbugalhavam admirando a formosura daquela estranha e corriam de olhos e bicos abertos espantadas de admiração.
Zezé imponente desfilava exibindo a sua linda plumagem e seu penacho de dar inveja. Não que desejasse   ser superior mas precisava dar uma lição aos preconceituosos.
No galinheiro foi aquela euforia, todos querendo oferecer o melhor lugar para ela dormir, o galo que antes nem chegava perto chamando-a de arrepiada  agora era todo galante e educado sem saber que por fora era uma galinha diferente, mas por dentro continuava a mesma que foi maltratada por todos.
Um dia falarei de tudo assim daria uma bela lição de que a diferença deve ser respeitada e que o preconceito é crime e que todas as galinhas independente do seu jeito merece  respeito.

AS PIPAS