Muito pobre e filho de uma lavadeira, todos os
dias sua mãe descia o morro para levar a roupa lavada para a casa da patroa. O
menino sempre estava ao seu lado, na descida ia sonhando acordado que um dia
iria crescer trabalhar e ter dinheiro e sua mãe não iria mais subir e descer o
morro carregando pesadas trouxas de roupa na cabeça.
Chegava o mês de maio e com ele o dia das
mães, o menino queria dar um presente para sua tão querida mãezinha e ficava planejando: entregaria a ela um
lindo ramalhete de flores, uma casa com jardim e na varanda uma cadeira de
balanço assim ela ficaria as tardes se balançando enquanto ele sai para
trabalhar e a noite os dois felizes sentariam na mesa da cozinha degustavam um
saboroso jantar e depois iriam sentar na varanda para ver a lua que sorria lá
pertinho do morro. Por que dali do morro ele não queria sair.
- Chegamos vou entrar e você trate de ficar
ai fora bem quietinho, patroa não gosta
de ver você perambulando pelo jardim.- disse a mãe tirando o menino dos seus
devaneios.
O menino ficou ali fora, mas a curiosidade de
criança fez com que abrisse uma
frestinha da porta da cozinha e olhasse, em cima da mesa uma cesta de frutas,
pães fresquinhos, jarras de suco bolos e muitas outras iguarias as quais o menino
só via nas vitrines das lojas quando passava com sua mãe. Os olhinhos do menino
estavam grudados naquela mesa mas seus
pensamentos estavam voando. Ao ouvir a voz grave da patroa da sua mãe ele deixa
os olhos passearem pelo fogão onde saia um cheiro bom das panelas que ferviam,
passeou os olhos pela geladeira o ser
aberta, parecia um imagem daquelas de revistas tantas coisas coloridas que sentiu a boca se encher de água.
Seus olhos brilharam quando a patroa pega um
doce e vem em direção a porta ele se encolhe feliz sabia que ela iria lhe
entregar, com certeza havia visto ali e com pena lhe daria um doce, mas virou-se seguindo em direção a sala.
Triste abaixa
os olhos e só enxerga seus pés empoeirados dentro de uma sandália velha e remendada.
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