sábado, 1 de outubro de 2016

O MENINO QUE VIVA SONHANDO





Muito pobre e filho de uma lavadeira, todos os dias sua mãe descia o morro para levar a roupa lavada para a casa da patroa. O menino sempre estava ao seu lado, na descida ia sonhando acordado que um dia iria crescer trabalhar e ter dinheiro e sua mãe não iria mais subir e descer o morro  carregando  pesadas trouxas  de roupa na cabeça.
Chegava o mês de maio e com ele o dia das mães, o menino queria dar um presente para sua tão querida mãezinha  e ficava planejando: entregaria a ela um lindo ramalhete de flores, uma casa com jardim e na varanda uma cadeira de balanço assim ela ficaria as tardes se balançando enquanto ele sai para trabalhar e a noite os dois felizes sentariam na mesa da cozinha degustavam um saboroso jantar e depois iriam sentar na varanda para ver a lua que sorria lá pertinho do morro. Por que dali do morro ele não queria sair.
- Chegamos vou entrar e você trate de ficar ai fora bem quietinho,  patroa não gosta de ver você perambulando pelo jardim.- disse a mãe tirando o menino dos seus devaneios.
O menino ficou ali fora, mas a curiosidade de criança fez com que abrisse  uma frestinha da porta da cozinha e olhasse, em cima da mesa uma cesta de frutas, pães fresquinhos, jarras de suco bolos e muitas outras iguarias as quais o menino só via nas vitrines das lojas quando passava com sua mãe. Os olhinhos do menino estavam grudados naquela mesa  mas seus pensamentos estavam voando. Ao ouvir a voz grave da patroa da sua mãe ele deixa os olhos passearem pelo fogão onde saia um cheiro bom das panelas que ferviam, passeou  os olhos pela geladeira o ser aberta, parecia um imagem daquelas de revistas tantas coisas coloridas  que sentiu a boca se encher de água.
Seus olhos brilharam quando a patroa pega um doce e vem em direção a porta ele se encolhe feliz sabia que ela iria lhe entregar, com certeza havia visto ali e com pena lhe daria um doce, mas  virou-se seguindo em direção a sala.
Triste abaixa  os olhos e só enxerga seus pés empoeirados dentro de uma sandália  velha e remendada.

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AS PIPAS